O tabagismo é amplamente conhecido por seus efeitos prejudiciais aos pulmões, mas seu impacto vai muito além. O consumo de cigarros está associado a uma série de doenças que afetam diversos órgãos do corpo humano, sendo uma das mais preocupantes o câncer de bexiga. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), o cigarro é o principal fator de risco para esse tipo de câncer.
O consumo de cigarro é uma das principais causas de diversas doenças, afetando não apenas os pulmões, mas também outros órgãos vitais. Fumantes têm um risco significativamente maior de desenvolver câncer de bexiga, pâncreas, fígado, colo do útero, esôfago, rim e ureter, laringe, cavidade oral, faringe, estômago, cólon e reto, traqueia, brônquios e pulmões.
Além disso, o tabagismo está associado à leucemia mielóide aguda. Esses dados alarmantes são corroborados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), que destaca a abrangência dos danos causados pelo cigarro no organismo.
Não são apenas os fumantes ativos que sofrem as consequências do tabagismo. Os chamados “fumantes passivos”, pessoas que convivem com fumantes, também estão expostos aos mesmos riscos de saúde. O fumo passivo pode causar doenças cardiovasculares, respiratórias e diversos tipos de câncer. A exposição contínua à fumaça do cigarro contribui para o desenvolvimento de doenças graves, sublinhando a necessidade de ambientes livres de tabaco.
As células uroteliais, que revestem a mucosa interna da bexiga, são particularmente sensíveis aos produtos da metabolização do cigarro. O cirurgião oncológico Leandro Carvalho Ribeiro, professor do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), explica que aproximadamente 50% dos pacientes com câncer de bexiga têm um histórico de tabagismo. Estudos mostram que o risco aumenta proporcionalmente ao tempo de tabagismo e à quantidade de cigarros consumidos.
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer identificou mais de 40 substâncias carcinogênicas na urina de fumantes, as quais são potenciais causas do câncer de bexiga. Essas substâncias danificam as células uroteliais, levando ao desenvolvimento de tumores. A presença constante dessas toxinas na urina de fumantes aumenta significativamente o risco de mutações celulares e câncer.
Além do tabagismo, a exposição a certas substâncias químicas, como as aminas aromáticas, também aumenta o risco de câncer de bexiga. Essas substâncias são comumente encontradas em indústrias de produção de borracha e tinturas. Trabalhadores expostos a essas químicas devem ser monitorados de perto para sinais de câncer de bexiga.
A idade avançada é outro fator de risco significativo para o câncer de bexiga. A probabilidade de desenvolver a doença aumenta com a idade. Além disso, infecções urinárias de repetição, especialmente em pacientes que necessitam de manipulação constante da bexiga com sondas ou auto-cateterismo, também podem contribuir para o desenvolvimento desse tipo de câncer.
Câncer de pulmão
O câncer de pulmão é o tipo de câncer mais comumente associado ao tabagismo. Fumar cigarros é a principal causa desta doença, sendo responsável por cerca de 85% dos casos. As substâncias carcinogênicas presentes no cigarro danificam as células dos pulmões, levando ao desenvolvimento de tumores.
Câncer de pâncreas
O tabagismo também é um fator de risco significativo para o câncer de pâncreas. Estudos mostram que os fumantes têm duas vezes mais chances de desenvolver este tipo de câncer em comparação com não fumantes. O câncer de pâncreas é particularmente agressivo e difícil de tratar, tornando a prevenção essencial.
Câncer de fígado
O consumo de cigarros está associado a um aumento no risco de câncer de fígado. As toxinas presentes no cigarro afetam a função hepática e podem levar ao desenvolvimento de tumores. Fumantes têm uma chance significativamente maior de desenvolver câncer de fígado do que não fumantes.
O tabagismo representa um enorme custo econômico para a sociedade. Os gastos com tratamentos médicos para doenças relacionadas ao tabaco são elevados, e a perda de produtividade devido à doença e morte precoce de fumantes também contribui para o impacto econômico negativo.
Muitas nações implementaram políticas rigorosas de controle do tabagismo para reduzir o consumo de cigarros e proteger a saúde pública. Essas políticas incluem proibições de fumo em locais públicos, impostos elevados sobre produtos de tabaco e campanhas educativas para alertar sobre os riscos do tabagismo.
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