O Paraná registrou uma queda de 19% no número de novos casos de Covid-19 em setembro, em comparação ao mês anterior. De acordo com dados do sistema Notifica Covid-19, foram confirmados 2.241 casos no mês, contra 2.770 registrados em agosto. No acumulado de 2024, o estado já contabiliza 44.050 infecções confirmadas pelo coronavírus. Apesar da diminuição no número de casos, a circulação do vírus permanece elevada, destacando a importância de manter as medidas preventivas e a adesão à vacinação.
Desde o início do ano, o Paraná tem enfrentado variações significativas nos casos de Covid-19. O mês de fevereiro foi o mais crítico até agora, com 13.997 registros confirmados, representando o pico de contágio em 2024. No entanto, a partir de março, observou-se uma tendência de redução nos números, que culminou na queda expressiva em setembro.
Mesmo com a diminuição, o SARS-CoV-2 continua a ser um dos principais vírus em circulação no estado. Das 1.371 amostras processadas pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen/PR) de pacientes com Síndromes Gripais (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 21,59% testaram positivo para a Covid-19. O vírus é superado apenas pelo Rinovírus, que foi responsável por 26,11% das infecções nas amostras analisadas.
Em resposta ao cenário epidemiológico e visando ampliar a imunização da população, o Paraná recebeu recentemente 35 mil doses da vacina monovalente XBB contra a Covid-19. Esse imunizante é o mais atual disponível no combate ao SARS-CoV-2, pois oferece proteção contra a variante XBB 1.5, que faz parte das cepas predominantes no momento.
A nova remessa foi destinada aos grupos prioritários e à população geral acima de 18 anos. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) tem reforçado a importância da vacinação como a melhor forma de prevenção contra casos graves e internamentos decorrentes da doença. De acordo com a Sesa, as doses de reforço são essenciais para manter a proteção contra as novas variantes e evitar a disseminação do vírus.
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, destacou que, apesar da redução no número de casos, é fundamental que a população continue aderindo às campanhas de imunização. “A vacinação é a nossa principal aliada no combate à Covid-19. Com o vírus ainda em circulação, é essencial que todos completem o esquema vacinal e tomem as doses de reforço recomendadas. Isso não apenas protege a saúde individual, mas também a coletiva”, ressaltou o secretário.
Desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19, o Paraná aplicou um total de 29.845.758 doses, o que coloca o estado em quinto lugar no ranking nacional de doses administradas, atrás de São Paulo (131.277.449), Minas Gerais (53.259.368), Rio de Janeiro (42.303.018) e Bahia (36.144.790).
A cobertura vacinal no estado é de 87,58% para as duas doses iniciais, 57,22% para as três doses e 20,40% para quatro doses. Esses números mostram que, embora a adesão inicial tenha sido alta, a taxa de reforço ainda precisa ser melhorada. Para aumentar a cobertura e incentivar a vacinação, a Sesa tem promovido campanhas de conscientização e realizado parcerias com municípios para facilitar o acesso às doses.
As doses de reforço são fundamentais para manter a eficácia das vacinas contra a Covid-19, especialmente em um cenário onde novas variantes continuam surgindo. A variante XBB 1.5, contra a qual a nova vacina monovalente oferece proteção, é uma das mais transmissíveis identificadas até o momento e já foi responsável por surtos em várias partes do mundo.
Segundo especialistas, o esquema vacinal completo — que inclui as doses de reforço — garante uma proteção mais robusta e duradoura contra a infecção. Além disso, as vacinas atualizadas são desenvolvidas para conferir maior eficácia frente às mutações do vírus, reduzindo a possibilidade de casos graves e hospitalizações.
O Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen/PR) desempenha um papel crucial no monitoramento e no controle da Covid-19 no estado. O laboratório realiza análises das amostras de pacientes com sintomas de SG e SRAG, possibilitando a identificação rápida de variantes e surtos localizados.
Em 2024, o Lacen/PR intensificou suas atividades de testagem e sequenciamento genético, contribuindo para um panorama mais detalhado sobre a circulação de diferentes cepas do SARS-CoV-2 no estado. A vigilância contínua permite que as autoridades de saúde adotem estratégias mais eficazes para o enfrentamento da pandemia, como a distribuição direcionada de vacinas e a implementação de medidas de controle em áreas com maior incidência de casos.
Além das ações realizadas pelo governo estadual, os municípios paranaenses também têm desempenhado um papel importante no controle da Covid-19. Muitas cidades adotaram estratégias locais de imunização, campanhas de conscientização e ações de vigilância epidemiológica para reduzir a disseminação do vírus.
Em Curitiba, por exemplo, a vacinação é realizada em diversos pontos da cidade, incluindo Unidades Básicas de Saúde e centros de vacinação móvel, facilitando o acesso da população às doses. Cidades do interior, como Maringá e Londrina, também têm registrado alta adesão à vacinação, contribuindo para a redução dos casos graves e internações.
Paralelamente à vacinação, as autoridades continuam reforçando a importância de outras medidas preventivas, como o uso de máscaras em ambientes fechados e a higienização das mãos, especialmente em locais com grande aglomeração de pessoas. Embora a pandemia tenha perdido força, o vírus ainda circula e pode levar a complicações em pessoas não vacinadas ou com esquema vacinal incompleto.
Com a chegada de novas doses e o reforço das campanhas de vacinação, a expectativa é que o Paraná consiga manter a tendência de queda nos casos de Covid-19 nos próximos meses. No entanto, é necessário continuar vigilante e seguir monitorando a evolução da pandemia, principalmente com a proximidade do verão, quando eventos e viagens tendem a aumentar.
O secretário Beto Preto enfatizou que o comprometimento de toda a sociedade é fundamental para que o estado supere a pandemia e evite novas ondas de contágio. “Estamos no caminho certo, mas ainda há muito trabalho a ser feito. A vacinação precisa ser constante e abrangente, para que possamos proteger todos os paranaenses e garantir que o pior da pandemia fique no passado”, concluiu.