Como tabagismo, etilismo e HPV aumentam o risco de câncer de cabeça e pescoço

No dia 27 de julho, celebra-se o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. Esta data tem como objetivo alertar a população sobre a importância dos cuidados preventivos e do diagnóstico precoce, aumentando as chances de cura para os pacientes. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que entre 2023 e 2025, aproximadamente 39.550 novos casos de câncer de cabeça e pescoço surgirão anualmente no Brasil.

O que são os cânceres de cabeça e pescoço?

Os cânceres de cabeça e pescoço abrangem tumores que se originam em diversas áreas das vias aéreo-digestivas, como a boca, língua, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, seios paranasais e tireoide. Esses tipos de câncer são muitas vezes diagnosticados tardiamente devido à falta de conscientização sobre os sintomas iniciais e à ausência de programas de rastreamento efetivos.

Natália Valleta, médica oncologista e professora do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras, explica que “o diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço é crucial para aumentar as chances de tratamento bem-sucedido. Detectar a doença em estágios iniciais permite opções terapêuticas mais eficazes, além de reduzir significativamente o impacto negativo no bem-estar físico, emocional e social dos pacientes.”

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A importância do diagnóstico precoce

A detecção precoce do câncer de cabeça e pescoço pode salvar vidas. Identificar a doença em seus estágios iniciais possibilita tratamentos menos invasivos e mais eficazes. A conscientização sobre os sintomas iniciais e a busca por cuidados médicos ao primeiro sinal de alerta são fundamentais. Programas de rastreamento e exames regulares desempenham um papel vital na identificação precoce desses cânceres.

Entre os sintomas que devem ser observados estão:

  • Aparecimento de nódulo visível ou palpável no pescoço
  • Manchas brancas ou avermelhadas na boca
  • Feridas na boca que não cicatrizam em mais de duas semanas
  • Dor prolongada na garganta
  • Dificuldade ou dor para engolir
  • Alterações na voz ou rouquidão persistente por mais de 15 dias

Esses sintomas podem ser causados por outras condições clínicas, portanto, é importante consultar um médico especialista para a realização de exames adequados.

Tipos comuns de câncer de cabeça e pescoço

Um dos tipos mais comuns de câncer na região da cabeça e pescoço é o carcinoma papilífero da tireoide. Este tipo de câncer afeta as mulheres três vezes mais do que os homens e, embora geralmente apresente crescimento lento, pode se manifestar com sinais como linfonodos aumentados, rouquidão e dificuldade para engolir. O tratamento para o carcinoma papilífero da tireoide geralmente envolve cirurgia para a remoção da tireoide (tireoidectomia), seguida de iodoterapia radioativa e hormonioterapia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica vários fatores de risco estabelecidos para o desenvolvimento dos cânceres de cabeça e pescoço. Entre eles estão o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e a infecção pelo HPV (papilomavírus humano). Embora muitos associem o HPV apenas ao câncer de colo do útero, ele também desempenha um papel significativo no desenvolvimento de cânceres de cabeça e pescoço, especialmente entre jovens adultos.

Outros fatores de risco incluem:

  • História familiar de câncer de tireoide
  • Exposição a radiações
  • Hábitos alimentares inadequados
  • Higiene oral deficiente

A prevenção dos cânceres de cabeça e pescoço passa por mudanças em hábitos de vida e pelo aumento da conscientização sobre os fatores de risco e os sintomas. Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool são medidas fundamentais. Além disso, a vacinação contra o HPV pode reduzir significativamente o risco de desenvolvimento de cânceres relacionados ao vírus.

A educação da população sobre a importância da higiene oral adequada, a realização de check-ups regulares e a busca por cuidados médicos ao primeiro sinal de alerta são estratégias cruciais para a prevenção e o diagnóstico precoce.

Histórias de sobreviventes de câncer de cabeça e pescoço são uma poderosa ferramenta de conscientização. Marta Silva, diagnosticada com câncer de laringe em estágio inicial, compartilha sua experiência: “Eu senti uma rouquidão persistente que não melhorava. Decidi procurar um médico e, graças a Deus, foi diagnosticado cedo. Passei por tratamento e hoje estou livre do câncer. A detecção precoce salvou minha vida.”

Outra sobrevivente, Joana Oliveira, diagnosticada com carcinoma papilífero da tireoide, destaca a importância dos exames regulares: “Eu tinha um nódulo no pescoço que não doía, mas era visível. Após exames, descobri que era câncer. Passei por cirurgia e tratamento, e hoje estou bem. Nunca ignorem qualquer alteração no corpo, por menor que pareça.”

O tratamento dos cânceres de cabeça e pescoço varia de acordo com o tipo e estágio da doença. As opções incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapias direcionadas. Cada caso é avaliado individualmente para determinar o melhor plano de tratamento.

Além dos tratamentos médicos, o suporte psicológico e social é crucial para os pacientes. Enfrentar o câncer pode ser desafiador não apenas fisicamente, mas também emocionalmente. Grupos de apoio, terapia e programas de reabilitação ajudam os pacientes a lidar com os impactos da doença e do tratamento.

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