Campanha de Vacinação contra a poliomielite até o dia 14 de junho

Começou nesta segunda-feira, 27, em todo o estado de Santa Catarina, a Campanha de Vacinação contra a poliomielite para crianças menores de 5 anos de idade. O dia D, sábado de mobilização estadual, está previsto para o dia 8 de junho. O principal objetivo da Campanha é resgatar crianças não vacinadas ou com a caderneta incompleta e, desta forma, elevar as coberturas vacinais a fim de evitar a reintrodução do vírus que causa a paralisia infantil não só em Santa Catarina, mas em todo o país.

A gerente de doenças infecciosas agudas e imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), Arieli Schiessl Fialho, destaca que a última vez que Santa Catarina registrou casos de poliomielite foi no ano de 1989, fato diretamente relacionado aos altos índices de vacinação. No entanto, desde o ano de 2018 SC não atinge a meta recomendada pelo Ministério da Saúde, de 95% de cobertura vacinal, o que abre margem para a reintrodução do vírus no estado.

“Neste momento, não há registro de casos e da circulação do vírus no Brasil, mas há registros da doença em outros países como o Paquistão e o Afeganistão e essa é a nossa preocupação. Se não temos uma população vacinada, ficamos vulneráveis e suscetíveis à doença. Então, para evitar o retorno da poliomielite é de extrema importância manter os índices de vacinação elevados”, enfatiza a gerente.

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Em 2017, Santa Catarina alcançou a meta de 95% pela última vez. Depois disso, os índices de vacinação ficaram abaixo do ideal; 94,59% (2018), 93,68% (2019), 88,70% (2020), 83,76% (2021), 87,31% (2022) e 90,36% (2023).

Esquema da campanha de vacinação

A vacina contra a poliomielite está prevista no Calendário de Vacinação de Crianças. Ela é uma vacina de rotina, o que quer dizer que está disponível o ano todo nas salas de vacinação do estado, de forma gratuita. O esquema de vacinação é de três doses da vacina inativada poliomielite (VIP) aos 2 meses, 4 meses e 6 meses; e duas doses de reforço da vacina oral poliomielite (VOP) com 1 ano e 3 meses e 4 anos.

No período de Campanha, as doses da VIP vão continuar sendo aplicadas conforme esquema recomendado, mas a dose da VOP passa a ser aplicada de forma indiscriminada em todas as crianças de 1 a 4 anos, desde que já tenham recebido o esquema primário com a VIP.

Campanha 1

Poliomielite ou paralisia infantil

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença grave, contagiosa, que tem como característica a paralisia nos membros inferiores de forma irreversível. A pessoa infectada pelo vírus que causa a doença deve ser hospitalizada para tratar os sintomas, mas não há tratamento específico para a poliomielite. A vacinação é a única forma de prevenção.

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Poliomielite (paralisia infantil)

A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.

Transmissão

A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

Sintomas

Os sintomas mais frequentes são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação (prisão de ventre), espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves instala-se a flacidez muscular, que afeta, em regra, um dos membros inferiores.

Tratamento

Não existe tratamento específico, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas, de acordo com o quadro clínico do paciente.

Sequelas

 As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente são motoras e não tem cura. As principais são:
– problemas e dores nas articulações;
– pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão;
– crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose;
– osteoporose;
– paralisia de uma das pernas;
– paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta;
– dificuldade de falar;
– atrofia muscular;
– hipersensibilidade ao toque.