Fotos: Foto: Divulgação/FPI-BA
Recentemente, arqueólogos fizeram uma descoberta impressionante no oeste da Bahia: pinturas pré-históricas em paredões de pedra na zona rural de Ibotirama. Entre as imagens encontradas, destaca-se a representação de um Xenorhinotherium bahiensis, uma espécie de lhama gigante que viveu no Brasil durante o período Pleistoceno, há cerca de 5 mil anos. A importância dessa descoberta vai além da mera curiosidade, pois oferece insights valiosos sobre a megafauna que coexistiu com os primeiros seres humanos na região. Este artigo explora os detalhes dessa descoberta e suas implicações para a ciência e a preservação histórica.
Guia de assuntos
Detalhes da descoberta
A descoberta foi feita por uma equipe multidisciplinar composta por espeleólogos, técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e agentes do Corpo de Bombeiros. As pinturas foram encontradas em rochas que podem ter até 5 mil anos de história, localizadas em paredões de pedra na zona rural de Ibotirama, no oeste da Bahia. Entre as várias imagens, a que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi a do Xenorhinotherium bahiensis, uma lhama gigante que fazia parte da megafauna do Pleistoceno.
Importância do Xenorhinotherium Bahiensis
O Xenorhinotherium bahiensis é uma espécie de lhama gigante que viveu no Brasil durante o período Pleistoceno. Esta espécie é um membro da megafauna, termo utilizado para descrever animais de grandes proporções corporais que coexistiram com os primeiros seres humanos. A representação dessa lhama nas pinturas pré-históricas é uma evidência fascinante da coexistência entre humanos e grandes mamíferos no passado.
Equipe e locais visitados
A expedição arqueológica foi coordenada pelo espeleólogo Admir Brunelli e contou com a participação de diversos especialistas. Além de Ibotirama, a equipe visitou outras cidades no oeste da Bahia, como Ipupiara, Brotas de Macaúbas, Oliveira dos Brejinhos e Muquém de São Francisco. Em Muquém de São Francisco, os pesquisadores encontraram locais de assentamentos indígenas e urnas funerárias, aumentando ainda mais a importância da expedição.
Preservação e desafios das pinturas
Um dos desafios enfrentados pela equipe é a preservação das pinturas pré-históricas, especialmente devido à proximidade do sítio arqueológico com torres de energia eólica. Os técnicos alertaram para a necessidade de medidas urgentes para preservar as pinturas. A expedição também resultou em relatórios técnicos que serão entregues aos órgãos competentes para que sejam tomadas as devidas providências.
Insights sobre civilizações passadas
As pinturas pré-históricas e os artefatos encontrados fornecem uma janela valiosa para compreender as civilizações passadas que habitaram a região. Os materiais encontrados, incluindo as urnas funerárias, podem ajudar a desvendar mistérios sobre os costumes, rituais e modos de vida dos povos antigos.
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Implicações para a arqueologia e a história
A descoberta tem implicações significativas para a arqueologia e a história. As representações de megafauna como o Xenorhinotherium bahiensis oferecem evidências concretas sobre a fauna que existia na região durante o Pleistoceno. Isso, por sua vez, contribui para a compreensão das interações entre humanos e grandes mamíferos e dos impactos ambientais e climáticos ao longo do tempo.
Audiência pública e divulgação dos resultados
Para discutir as descobertas e as medidas de preservação, será realizada uma audiência pública no Colégio de Tempo Integral Professora Odontina Laranjeira de Souza, em Ibotirama. Durante essa audiência, os pesquisadores apresentarão os dados coletados sobre a situação ambiental da região e discutirão os encaminhamentos necessários para a preservação dos sítios arqueológicos.
Relatórios técnicos e ações futuras
Todos os trabalhos desenvolvidos durante a expedição resultarão em relatórios técnicos que serão entregues aos órgãos competentes. Esses relatórios servirão de base para futuras ações de preservação e para a elaboração de políticas públicas que garantam a proteção desses valiosos patrimônios históricos e culturais.
Conclusão
A descoberta de pinturas pré-históricas em paredões de pedra no oeste da Bahia, incluindo a imagem do Xenorhinotherium bahiensis, é uma conquista monumental para a arqueologia e a história. Preservar essas pinturas é fundamental para que futuras gerações possam aprender e compreender a riqueza do passado da região. As evidências encontradas não só expandem nosso conhecimento sobre a megafauna do Pleistoceno, mas também destacam a necessidade urgente de proteger e preservar esses sítios arqueológicos. A realização de audiências públicas e a produção de relatórios técnicos são passos cruciais para garantir que essas descobertas sejam valorizadas e protegidas adequadamente.
Fonte: G1