Em 1936, a chegada do monsenhor frei Carlos Eduardo Saboia Bandeira de Mello à região de Palmas marcou o início de uma transformação profunda na educação e espiritualidade locais. Determinado a formar os futuros padres diocesanos, Frei Carlos iniciou uma jornada que resultou na fundação do seminário em 1939.
Monsenhor Frei Carlos Eduardo Saboia Bandeira de Mello chegou a Palmas com um objetivo claro: criar um local dedicado à formação de padres diocesanos. Em 1939, ele acolheu os dois primeiros seminaristas, que chegaram a cavalo de Bituruna e passaram a residir na casa prelatícia. Sob a proteção de São João Maria Vianney, o seminário tinha como missão transmitir os valores cristãos e proporcionar uma educação sólida aos aspirantes ao sacerdócio.
Em 1940, o seminário foi transferido para uma chácara pertencente ao Sr. Pedro Guimarães Ribas, atual Vila Militar, já com dez alunos. A venda dessa chácara para o Ministério da Guerra em 1948 levou a uma nova mudança para a chácara São José, adquirida de Gumercindo de Lima, onde o seminário funcionou em instalações de madeira até 1963. Em 29 de junho de 1959, foi lançada a pedra fundamental do novo prédio de alvenaria, inaugurado em 14 de março de 1964.
Desde sua fundação, o seminário teve um papel crucial na formação de inúmeros seminaristas, muitos dos quais se tornaram padres da Diocese de Palmas/Francisco Beltrão. A instituição também contribuiu para a formação de profissionais em diversas áreas, cumprindo seu objetivo de formar homens, cristãos e sacerdotes. Com o apoio da comunidade palmense, o seminário continua a ser um pilar na educação e na espiritualidade da região.
A região sudoeste do Paraná, onde se localiza a Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, tem uma história rica e complexa. A ocupação inicial dos campos de Palmas foi marcada pela migração de colonizadores de Sorocaba e Itapetininga, SP, que se estabeleceram na região em 1836. A partir da década de 1940, a migração de sulistas, impulsionada pela “marcha para o oeste” do Governo Vargas, intensificou o povoamento da área.
Os primeiros colonizadores enfrentaram desafios significativos, incluindo disputas territoriais. A intervenção do Pe. Ponciano José de Araújo foi crucial para resolver esses conflitos, permitindo o desenvolvimento das primeiras construções e articulações eclesiais. Em 1836, Pe. Ponciano estabeleceu a primeira capela em Palmas, dando início a uma longa tradição religiosa na região.
Em 1933, o Papa Pio XI criou a Prelazia de Palmas, desmembrada das Dioceses de Lages e Ponta Grossa. Monsenhor Frei Carlos Eduardo de Sabóia Bandeira de Mello chegou a Palmas em 1936 como o segundo Administrador Apostólico. Sua ordenação episcopal em 1948 marcou o início de uma nova era para a Igreja na região. Em 1958, a prelazia foi elevada à categoria de diocese pelo Papa Pio XII, com Dom Carlos como seu primeiro bispo.
A construção do seminário diocesano foi uma das primeiras prioridades de Dom Carlos. Em 1963, começou a construção do novo seminário, financiado em parte pelo povo católico da Alemanha. Em 1964, a inauguração do prédio de alvenaria marcou uma nova fase na formação dos seminaristas, que passaram a contar com instalações modernas e adequadas.
Ao longo dos anos, o seminário continuou a desempenhar um papel vital na formação dos padres e na educação da comunidade. A devoção de Dom Carlos à Virgem Maria resultou na construção do Santuário Nossa Senhora de Fátima, um marco importante na diocese. Após a morte de Dom Carlos em 1969, outros líderes continuaram sua missão, incluindo o segundo bispo diocesano, Dom Agostinho José Sartori, e seus sucessores.
A história do monsenhor Frei Carlos e a fundação do seminário em Palmas é um testemunho de fé, dedicação e visão. Sua jornada não apenas transformou a vida de muitos jovens aspirantes ao sacerdócio, mas também deixou um legado duradouro de educação e espiritualidade na região.
A continuidade dessa missão ao longo dos anos demonstra a importância do seminário na formação de líderes religiosos e profissionais comprometidos com a comunidade. Que essa história continue a inspirar futuras gerações a seguir os passos de Frei Carlos, dedicando-se ao serviço da fé e da humanidade.