Nova descoberta em Pompeia revela afrescos intactos que retratam mitologia e costumes romanos

Os arqueólogos estão em êxtase com as últimas revelações, desenterradas nos escombros em ruínas de Pompéia, na Itália. Agora, um novo ambiente foi foi limpado, revelando pinturas impressionantes e outros itens que pertenceram aos antigos moradores, engolidos pelo vulcão Vesúvio, há 2 mil anos.

Batizada de Casa de Fedra, a residência chama a atenção por suas paredes ricamente decoradas e proporciona uma nova compreensão dos estilos arquitetônicos e culturais do primeiro século d.C. Pompeia, famosa por ser tragicamente destruída pela erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C., continua surpreendendo o mundo com descobertas arqueológicas impressionantes.

A nova descoberta traz à luz uma pequena casa ricamente decorada que, apesar do seu tamanho modesto, possui afrescos de qualidade comparável às residências mais opulentas da antiga Pompeia. Um dos destaques é o afresco que retrata Fedra, rainha mitológica de Atenas, e seu amor não correspondido por Hipólito. A pintura, cheia de detalhes e cores vibrantes, evidencia a importância da mitologia na decoração das casas romanas, revelando também aspectos dos costumes e crenças daquela sociedade.

Casa de Fedra e suas histórias mitológicas

Localizada no coração do sítio arqueológico, a Casa de Fedra apresenta afrescos que retratam não apenas Fedra e Hipólito, mas também outros mitos da antiguidade. Entre eles, destaca-se uma cena sensual entre um sátiro e uma ninfa, assim como uma possível representação de Vênus e Adônis. As paredes ainda exibem delicados padrões de natureza, mostrando a preocupação dos antigos romanos com a estética e o simbolismo. Cada elemento decorativo era pensado para transmitir mensagens de beleza, desejo e prosperidade.

Diferente de muitas outras residências escavadas em Pompeia, essa casa não possui o tradicional átrio central com piscina. Essa mudança arquitetônica sugere uma transição no estilo de construção e reflete como os romanos adaptavam suas moradias ao longo do tempo. Segundo especialistas do Parque Arqueológico de Pompeia, a descoberta oferece novas pistas sobre como a arquitetura doméstica evoluiu, alinhando-se aos desejos estéticos e funcionais da época.

pompeia 2

Arte e mitologia se encontram na Via di Nola

Essa descoberta ocorre apenas seis meses após arqueólogos desenterrarem outra impressionante residência na Via di Nola, uma das principais vias de Pompeia. Essa casa apresenta um espaço conhecido como “sala preta”, uma área de banquetes pintada de preto para disfarçar a fuligem das lamparinas a óleo. Nas paredes da sala, afrescos meticulosamente preservados retratam cenas icônicas da mitologia grega, como o encontro entre Helena de Troia e Páris, cujo romance deu início à lendária Guerra de Troia.

Outro afresco na sala preta mostra o deus Apolo tentando seduzir a sacerdotisa Cassandra, reforçando a ligação estreita entre arte, mitologia e celebração na vida cotidiana dos pompeianos. O piso do salão é composto por mais de um milhão de pequenos azulejos brancos, dispostos de forma intrincada, demonstrando a habilidade artística dos artesãos da época.

Durante os banquetes, à luz das lamparinas e com o efeito do vinho da região da Campânia, essas imagens ganhavam vida, proporcionando uma experiência imersiva para os convidados.

A tragédia de Pompeia e seu legado preservado

A erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C. sepultou Pompeia em uma espessa camada de cinzas, preservando suas construções, habitantes e cultura como uma cápsula do tempo. A cidade próspera e vibrante, localizada no sul da Itália, desconhecia o perigo de viver nas proximidades de um dos maiores vulcões da Europa. A rápida devastação impediu que muitas das obras de arte fossem degradadas pelo tempo, como é o caso dos afrescos encontrados recentemente.

As descobertas em Pompeia não apenas revelam a riqueza artística da cidade, mas também proporcionam um vislumbre da atitude descontraída dos romanos em relação ao sexo e à fertilidade. Afrescos eróticos e símbolos fálicos eram comuns nas casas e estabelecimentos comerciais, acreditando-se que traziam sorte e prosperidade.

A pintura não era apenas decorativa, mas também tinha um significado cultural e espiritual profundo, mostrando como arte e vida estavam entrelaçadas na sociedade pompeiana.