Vitamina D, novas diretrizes e a verdade sobre seu uso

Nos últimos anos, a vitamina D foi erroneamente alçada ao status de substância milagrosa. Tratamentos e prevenções variados, incluindo a Covid-19, foram associados ao seu uso. Contudo, muitos estudos revelaram que boa parte dessas evidências eram fracas ou inconsistentes, levando a um uso indevido e desnecessário da vitamina. Agora, a Endocrine Society, uma das principais entidades de endocrinologia do mundo, atualizou suas diretrizes sobre a suplementação e dosagem de vitamina D, trazendo um olhar mais crítico e embasado sobre o tema.

O Mito da Vitamina D

A vitamina D, essencial para a saúde óssea e o funcionamento do sistema imunológico, foi promovida como um “remédio” para uma ampla gama de condições. Estudos preliminares sugeriram benefícios que iam desde a prevenção de doenças crônicas até o fortalecimento da imunidade contra vírus como o da Covid-19. Essa promoção massiva levou muitas pessoas a gastarem dinheiro com dosagens e suplementações desnecessárias.

Uma revisão mais detalhada das evidências mostrou que muitos dos estudos anteriores sobre a vitamina D eram metodologicamente fracos ou inconsistentes. A suposta relação entre níveis elevados de vitamina D e a redução de doenças não se confirmou de forma robusta. Isso evidenciou a necessidade de uma reavaliação crítica sobre as recomendações de seu uso.

A Endocrine Society lançou novas diretrizes para a suplementação e dosagem de vitamina D, baseadas em estudos mais rigorosos. O documento atualiza as indicações sobre quem realmente necessita de suplementação e em quais circunstâncias. Essas diretrizes visam evitar o uso excessivo e potencialmente prejudicial da vitamina.

As novas recomendações destacam que nem todos precisam de suplementação. Grupos específicos, como pessoas com deficiência comprovada, idosos com baixa exposição ao sol, ou aqueles com doenças que afetam a absorção de vitamina D, podem se beneficiar da suplementação. Para a maioria das pessoas, níveis adequados podem ser mantidos com exposição solar moderada e uma dieta balanceada.

A superdosagem de vitamina D pode levar a hipercalcemia, uma condição em que há excesso de cálcio no sangue, causando sintomas como náuseas, vômitos, fraqueza e, em casos graves, problemas renais. Esses efeitos adversos ressaltam a importância de seguir recomendações médicas precisas e evitar a auto-medicação.

O corpo humano precisa de um equilíbrio adequado de vitamina D. Tanto a deficiência quanto o excesso podem ser prejudiciais. As novas diretrizes enfatizam a importância de manter esse equilíbrio por meio de práticas seguras e informadas, evitando a suplementação indiscriminada.