vila

Evidências de vila antiga de 11 mil anos pode apontar nova descoberta histórica

Uma descoberta arqueológica monumental perto do território da Primeira Nação Sturgeon Lake, em Saskatchewan, Canadá, está reescrevendo a história das primeiras civilizações indígenas na América do Norte.

O assentamento pré-contato, datado de 11.000 anos, é um dos mais antigos sítios indígenas conhecidos no continente, rivalizando com locais icônicos como as Grandes Pirâmides do Egito, Stonehenge e Göbekli Tepe. A descoberta, liderada pelo Conselho Âsowanânihk em colaboração com arqueólogos das universidades de Saskatchewan e Calgary, desafia narrativas antigas e confirma a existência de sociedades altamente organizadas muito antes do que se acreditava.

Localizado a cerca de cinco quilômetros ao norte de Prince Albert, ao longo do Rio North Saskatchewan, o sítio foi identificado pelo pesquisador Dave Rondeau, que notou artefatos expostos devido à erosão do rio. “No momento em que vi as camadas da história espreitando através do solo, senti o peso de gerações me encarando”, disse Rondeau.

A análise do local revelou evidências de um assentamento de longo prazo, incluindo ferramentas de pedra, fogueiras e materiais líticos usados na fabricação de ferramentas. Camadas de carvão indicam que os primeiros habitantes praticavam o manejo do fogo, alinhando-se com tradições orais indígenas.

A descoberta de restos de bisões, incluindo o extinto Bison antiquus, oferece insights sobre as técnicas de caça e a evolução da espécie. “Esta descoberta desafia a ideia ultrapassada de que os primeiros povos indígenas eram exclusivamente nômades”, afirmou o Dr. Glenn Stuart, da Universidade de Saskatchewan. “A evidência de assentamento de longo prazo e administração de terras sugere uma presença profundamente enraizada.” A datação do carvão de uma das lareiras indicou que o local foi ocupado há cerca de 10.700 anos, logo após o fim da última Era Glacial, quando a região se tornou habitável.

A descoberta também questiona a Teoria do Estreito de Bering, apoiando histórias orais indígenas que afirmam uma presença contínua na região por inúmeras gerações. “Esta descoberta é um lembrete poderoso de que nossos ancestrais estavam aqui, construindo, prosperando e moldando a terra muito antes que os livros de história nos reconhecessem”, destacou a chefe Christine Longjohn.

O Conselho Âsowanânihk, que significa “Um Lugar para Cruzar” em Cree, está liderando esforços para proteger e estudar o sítio, enquanto planeja estabelecer um centro cultural interpretativo para promover educação e turismo. No entanto, o local enfrenta ameaças de atividades industriais e de exploração madeireira, levando o conselho a defender medidas de proteção imediatas.

A descoberta não apenas reforça a presença profunda e duradoura dos povos indígenas na região, mas também oferece uma oportunidade única para integrar o conhecimento tradicional com a pesquisa científica, reafirmando o papel central das Primeiras Nações na história da América do Norte.

Rolar para cima
Copyright © Todos os direitos reservados.