Na segunda-feira, 24 de junho, a Câmara de Vereadores de Santo Antonio do Sudoeste aprovou por unanimidade um projeto de lei de autoria do vereador Cláudio Alain do Carmo, que visa proteger a proliferação de abelhas sem ferrão.
Este tema já havia sido abordado em outros contextos estaduais, mas agora é trazido à esfera municipal com um enfoque especial.
Durante a sessão, Cláudio Alain do Carmo explicou que a inspiração para o projeto veio de seu irmão, Fernando do Carmo, que é serventuário da Justiça e um apicultor nas horas vagas, que lhe apresentou a complexidade e a importância da polinização por abelhas sem ferrão.
“De fato, considero este projeto de suma importância para o desenvolvimento e a manutenção do meio ambiente, tanto para as presentes quanto para as futuras gerações. Embora eu seja o autor do projeto, foi o Fernando quem me introduziu a esse universo desconhecido para mim. Graças ao exemplo dele, trouxemos esse conhecimento para o plenário e aprovamos o projeto”, afirmou o vereador.
Fernando do Carmo, ao falar sobre a importância do projeto para a reportagem do Jornal da Fronteira, ressaltou a necessidade de conscientização sobre as abelhas sem ferrão, muitas das quais estão entrando em extinção sem sequer serem conhecidas.
“São mais de 400 espécies na América do Sul, com cerca de 300 operando aqui no Brasil. Em nossa região, que é um ponto de encontro entre Brasil e Argentina, muitas dessas abelhas convivem conosco, como a Jataí e a Mirim. Essas abelhas produzem um mel valioso, que tem um grande valor agregado, mas são pouco conhecidas”, explicou Fernando.
Ele destacou também os desafios enfrentados pelas abelhas devido ao uso de produtos tóxicos, que diminuem a flora necessária para a polinização, afetando diretamente a produção de frutas e outros vegetais.
“Por exemplo, é difícil encontrar uma laranja comum hoje em dia porque a polinização é feita por essas abelhas sem ferrão. Muitas vezes, frutas como morangos e abóboras não se desenvolvem adequadamente devido à ausência dessas abelhas”, acrescentou Fernando.
O projeto de lei aprovado cria um programa de conscientização e preservação das abelhas sem ferrão, inspirado em iniciativas semelhantes já existentes em Curitiba. A capital paranaense tem caixas de abelhas espalhadas em pontos turísticos como o Orto Municipal e a Ópera de Arame, onde visitantes podem aprender sobre as espécies e sua importância.
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Fernando também destacou ações que os cidadãos podem tomar para ajudar na preservação das abelhas sem ferrão.
“Muitas vezes, vemos abelhas nidificando em paredes ou em jardins. É possível fazer o manejo dessas abelhas de maneira que elas não sejam prejudicadas. Arquitetos também estão utilizando enxames em projetos para demonstrar a preservação da natureza, já que essas abelhas não oferecem risco por serem sem ferrão”, explicou.