No fundo do Mar do Caribe, repousa um tesouro lendário que há séculos aguça a imaginação de caçadores de tesouros e historiadores. O galeão espanhol San José, carregando uma carga avaliada em 20 bilhões de dólares, naufragou em 1708 durante uma batalha com uma esquadra britânica. Em 2015, seus destroços foram encontrados na costa da Colômbia, dando início a uma complexa trama de disputas legais e reivindicações sobre o tesouro que ele transportava. Neste artigo, exploraremos a história do San José e os planos do presidente colombiano para recuperar esse tesouro antes do final de seu mandato.
O San José, um galeão espanhol do século XVIII, era uma embarcação repleta de riquezas. Quando afundou, ele carregava baús repletos de esmeraldas, além de milhões de moedas de ouro e prata. O naufrágio se deu em meio a uma batalha contra uma esquadra britânica, tornando-o um dos naufrágios mais famosos da história.
Em 1981, a empresa americana Glocca Morra, hoje conhecida como Sea Search Armada, afirmou ter localizado os destroços do San José e forneceu as coordenadas à Colômbia sob um acordo que lhe conferiria direito à metade do tesouro. No entanto, em 2015, o então presidente colombiano Juan Manuel Santos anunciou que a Marinha da Colômbia havia descoberto o naufrágio em uma localização diferente.
A disputa surge da alegação da Sea Search Armada de que os colombianos encontraram os destroços usando as mesmas coordenadas fornecidas pela empresa há 42 anos, e, portanto, a companhia reivindica sua parte do tesouro conforme o acordo original.
A complicação adicional nesse imbróglio é o envolvimento da Espanha, a quem pertencia o navio na época de seu naufrágio. O governo espanhol também reivindica direitos sobre a carga, argumentando que o San José era uma embarcação de guerra do Estado espanhol.
Outra reviravolta inesperada na história é a alegação da tribo boliviana Qhara Qhara. Eles afirmam que seu povo foi forçado a extrair ouro e pedras preciosas de minas na Bolívia, que posteriormente foram transportadas pelo San José. Como resultado, a tribo reivindica que o tesouro pertence a eles, alegando um vínculo histórico e uma injustiça passada.
Gustavo Preto, atual presidente da Colômbia, anunciou planos para recuperar os destroços do San José do fundo do Mar do Caribe. Em entrevista ao site Bloomberg, o ministro da Cultura da Colômbia, Juan David Correa, afirmou que a recuperação do tesouro “é uma das prioridades da administração Petro”. O presidente busca estabelecer uma parceria público-privada para extrair o galeão o mais rápido possível, com a meta de realizar essa empreitada antes do final de seu mandato, em 2026.
A saga do galeão San José continua a envolver uma série de interesses e reivindicações, desde a empresa americana Sea Search Armada até o governo espanhol e a tribo boliviana Qhara Qhara. O tesouro afundado é não apenas uma valiosa descoberta arqueológica, mas também um dilema legal complexo e uma janela para a história. À medida que a Colômbia busca recuperar o San José e seu tesouro, o mundo observa atentamente o desfecho dessa história intrigante, que envolve riquezas perdidas e disputas que atravessam os séculos.