A reta final de 2025 chega acompanhada de novos títulos que prometem movimentar as estantes e atrair leitores interessados em ficção literária contemporânea. Entre reedições, lançamentos inéditos e obras recém-chegadas ao Brasil, o período guarda espaço para descobertas marcantes antes da virada do ano.
Nego Tudo — Andréa Del Fuego
Em nova edição, o livro reúne minicontos ágeis e provocativos que transitam pelo desejo, pela traição e pelas contradições da intimidade humana. Publicado originalmente de forma artesanal em 2005, com tiragem limitada, ganha agora circulação nacional. A autora de A Pediatra e Os Malaquias entrega uma linguagem afiada, com humor sarcástico e observações precisas sobre comportamentos cotidianos, criando retratos curtos, intensos e surpreendentes.

Recitatif — Toni Morrison
Único conto escrito pela autora vencedora do Nobel de Literatura, Recitatif retorna ao debate racial sob uma ótica singular. A narrativa acompanha Twyla e Roberta, duas meninas que se conhecem em um abrigo infantil e se reencontram ao longo dos anos. Morrison constrói uma crítica social provocadora ao omitir a raça das personagens, deixando o leitor diante de seus próprios preconceitos. Um texto breve, poderoso e emblemático dentro da obra da escritora norte-americana.

O Agente Secreto — Kleber Mendonça Filho
Aclamado cineasta, Kleber Mendonça Filho ganha edição literária do roteiro de O Agente Secreto, filme que representou o Brasil no Oscar. A publicação inclui prefácio do diretor, posfácio de Wagner Moura e imagens exclusivas do storyboard e dos bastidores de gravação. A obra revela a construção narrativa do longa, explorando técnica, estética e escolhas dramáticas que marcaram a produção. Leitura essencial para admiradores de cinema e interessados no processo criativo audiovisual brasileiro.

O Retorno do Barão de Wenckheim — László Krasznahorkai
O recém-laureado Prêmio Nobel de Literatura volta às livrarias brasileiras com sua segunda obra publicada no país. Ambientado em uma pequena cidade, o romance retrata a volta de um aristocrata após anos exilado na Argentina. Visto como possível salvador, o barão se torna projeção de expectativas coletivas que jamais poderá suprir. Krasznahorkai articula ironia, política e desilusão com sua prosa densa, num desfecho que ecoa a crítica social já apresentada em Sátántangó.

Conclusão
O fim de 2025 mostra que ainda há tempo para descobertas literárias relevantes. Seja através de minicontos mordazes, da força histórica de Toni Morrison, do cinema transformado em literatura ou da densidade filosófica de um Nobel, as obras revelam a vitalidade da ficção contemporânea.
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