Um mergulho turístico na costa de Hadera, em Israel, terminou em tragédia quando um homem de 40 anos foi atacado e devorado por tubarões-negros — espécie até então considerada inofensiva aos humanos. O caso, revelado recentemente por um estudo publicado na revista Ethology, é o primeiro registro fatal envolvendo esse tipo de tubarão.
Segundo o relatório, o turista realizava um mergulho com snorkel a cerca de 100 metros da costa e registrava tudo com uma câmera GoPro. Testemunhas afirmam que o homem estava cercado por diversos tubarões quando um deles avançou repentinamente. O vídeo, descrito por pesquisadores, mostra o momento em que a vítima grita “Eles estão me mordendo!” antes de o mar ficar tomado por sangue.
Equipes de resgate encontraram apenas fragmentos do corpo no dia seguinte, confirmando que o ataque envolveu múltiplos animais. O episódio chocou especialistas, que apontam uma combinação de desequilíbrio ambiental e comportamento induzido por humanos como possíveis causas.
Pesquisadores explicam que a região de Hadera vem atraindo cada vez mais tubarões durante o inverno, devido ao despejo de água morna de usinas de dessalinização e à liberação de restos de peixes por embarcações turísticas. Essa prática teria alterado o comportamento dos animais, que passaram a associar a presença humana à alimentação — fenômeno descrito pelos cientistas como mendicância alimentar.
De acordo com o estudo, alguns tubarões já se aproximam de mergulhadores em busca de comida, chegando a tocá-los com o focinho. Nessa situação de disputa, uma mordida acidental pode gerar uma reação em cadeia, levando a um ataque coletivo. “O episódio em Hadera é um alerta sobre as consequências de interferir no comportamento natural desses predadores”, alertam os autores da pesquisa.
O tubarão-negro, que pode atingir até três metros de comprimento, normalmente evita contato com humanos. Entretanto, o aumento da temperatura da água e o excesso de alimento artificial vêm modificando seus hábitos. Os cientistas defendem que a proibição total de alimentar tubarões é essencial para evitar novas tragédias.
O caso reacende o debate sobre turismo ecológico irresponsável e reforça a necessidade de regulamentar atividades marítimas em regiões de grande presença de predadores marinhos.
LEIA MAIS: Família francesa sobrevive após barco ser destruído por orcas no Atlântico



