Descoberta de túmulo de sacerdotisa egípcia revela riquezas da antiguidade

Recentemente, uma equipe de arqueólogos fez uma descoberta significativa na necrópole de Asyut, no Egito: o túmulo da sacerdotisa Idy, filha do governador Djefaihapi I, datado de aproximadamente o século II a.C. Este achado não só enriquece o entendimento sobre as práticas funerárias da época, mas também lança luz sobre a cultura e a sociedade do Antigo Egito.

A arqueologia, como disciplina, investiga as sociedades passadas através de vestígios materiais que incluem desde monumentos, como pirâmides, até objetos do cotidiano. Com o passar do tempo, muitos desses artefatos se deterioram ou são enterrados, levando os arqueólogos a realizar escavações profundas em busca de vestígios que compõem o mosaico da história humana.

A equipe de pesquisa liderada pelo professor Jochem Kahl, da Universidade Livre de Berlim, fez uma importante descoberta ao localizar o túmulo da sacerdotisa Idy, que ocupava uma posição de destaque como sacerdotisa da deusa Hathor e era referida como “Senhora da Casa”. O túmulo foi encontrado em uma câmara lateral selada, protegida por uma parede de pedra e situada em um poço de cerca de 14 metros de profundidade.

Entre os itens recuperados, dois caixões de madeira se destacam, adornados com textos e ilustrações que representam a jornada para a vida após a morte. A qualidade artística desses caixões é notável para o período e, mesmo com parte da câmara funerária tendo sido saqueada na antiguidade, muitos objetos permanecem intactos, oferecendo uma visão valiosa das práticas funerárias e da vida cotidiana daquela época.

As decorações encontradas no túmulo exibem um nível de detalhamento superior ao de outros artefatos similares, refletindo a habilidade artística das pinturas e inscrições associadas à linhagem de Idy. Textos religiosos, como inscrições em caixões e listas de oferendas, fornecem novos subsídios para investigar o papel das mulheres e a transmissão de conhecimento no Antigo Egito.

A análise dos itens recuperados também revelou estatuetas de madeira, uma adaga, insígnias faraônicas e recipientes alimentares, além dos órgãos removidos durante o processo de mumificação. Fragmentos das vestes de Idy e os restos de seus ossos, que sofreram danos devido a saques, oferecem pistas sobre sua vida e estado de saúde. Estudos preliminares indicam que Idy pode ter falecido por volta dos quarenta anos.

A historiadora Marisa Furlan ressalta a importância dessas descobertas, afirmando que “elas ampliam nossa compreensão sobre como as diferentes sociedades viviam em épocas e lugares variados, proporcionando uma visão mais rica da diversidade e complexidade da cultura humana ao longo da história”.