Três moradores de rua morrem de frio no Rio Grande do Sul

A forte onda de frio que atingiu o Rio Grande do Sul nesta semana já cobra um preço cruel: três pessoas em situação de rua perderam a vida, vítimas do rigor das temperaturas geladas. As mortes foram confirmadas por autoridades locais e por equipes de reportagem, evidenciando a vulnerabilidade extrema dessa população durante o inverno gaúcho.

Em Porto Alegre, dois homens foram encontrados mortos ao relento. Um deles foi localizado na rua Voluntários da Pátria, um dos principais corredores urbanos da capital, onde o vento gelado que sopra do Guaíba e a ausência de abrigos adequados transformam a calçada em um terreno hostil. O outro corpo foi achado na rua Paraíba, no bairro Floresta, conhecido por sua intensa movimentação de pedestres e comércio, mas também por ser palco de histórias de abandono e descaso.

No interior do estado, mais precisamente em Bento Gonçalves, o frio fez mais uma vítima. Edgar Antônio Castagnetti, de 58 anos, não resistiu às temperaturas congelantes e foi encontrado sem vida na manhã de quinta-feira. Ele estava deitado numa calçada, sem proteção alguma contra o frio cortante que cobre a Serra Gaúcha nesta época do ano.

De acordo com a Defesa Civil, o Rio Grande do Sul abriga cerca de 15 mil pessoas em situação de rua. Durante períodos de temperaturas baixíssimas, são elas que enfrentam o maior risco. Sem teto, sem cobertores suficientes e muitas vezes ignoradas pelas políticas públicas, essas vidas se apagam silenciosamente, mesmo em meio ao burburinho das cidades.

A cada inverno, surgem campanhas de arrecadação de agasalhos e mantimentos, mas a verdade é que, para quem vive na rua, o frio não é só um incômodo passageiro – é uma ameaça real, constante e, por vezes, fatal. Especialistas apontam que é necessário muito mais do que caridade: são políticas públicas permanentes, centros de acolhimento eficientes e atendimento humanizado que podem evitar tragédias como essas.

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