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Tradições curiosas de casamentos ao redor do planeta: rituais, crenças e amores que atravessam fronteiras

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Casar-se é um dos ritos mais antigos da humanidade. Um ato que une não apenas duas pessoas, mas também costumes, crenças e histórias que atravessam gerações. Ao redor do planeta, o matrimônio assume formas surpreendentes, ora poéticas, ora extravagantes, mas sempre carregadas de simbolismo e emoção. Em cada cultura, o casamento reflete a identidade de um povo, revelando como o amor é celebrado, respeitado e ritualizado.

Em algumas sociedades, o casamento é um evento público, repleto de música, dança e banquetes. Em outras, é um ritual íntimo, silencioso e profundamente espiritual. Há lugares onde as noivas pintam o corpo, e outros onde o noivo precisa provar seu valor em testes inusitados. O que não muda, no entanto, é a intenção: selar uma união, reafirmar um compromisso e eternizar o sentimento que move o mundo — o amor.

Nesta viagem pelas tradições de casamento mais curiosas do planeta, mergulharemos em ritos milenares, cerimônias inusitadas e simbolismos que mostram que, apesar das diferenças culturais, o desejo de amar e ser amado é universal.

Índia: o esplendor que mistura fé e destino

Na Índia, o casamento é muito mais do que uma celebração — é uma jornada espiritual. A cerimônia hindu, chamada Vivaha, pode durar vários dias e envolve rituais ancestrais que representam a união das almas. Antes do grande dia, ocorre o Mehndi, quando as mãos e os pés da noiva são decorados com desenhos de henna. Diz-se que quanto mais escura for a cor da tinta, mais profundo será o amor do casal.

Outro momento simbólico é o Saptapadi, em que os noivos dão sete voltas ao redor do fogo sagrado, cada uma representando um voto para o futuro — prosperidade, saúde, fidelidade, felicidade e espiritualidade. E, ao final, o noivo amarra um colar chamado mangalsutra no pescoço da noiva, selando a união.

O casamento indiano é uma explosão de cores, aromas e sons. E embora as tradições variem de região para região, todas têm um ponto em comum: a crença de que o amor é um elo sagrado que ultrapassa o tempo e a morte.

Tradições curiosas de casamentos ao redor do planeta: rituais, crenças e amores que atravessam fronteiras

Japão: o silêncio sagrado do amor

No Japão, o casamento tradicional segue a filosofia do Shintoísmo, que valoriza a pureza, a harmonia e a conexão espiritual. Durante a cerimônia Shinzen Kekkon, os noivos vestem quimonos cerimoniais e realizam o San-san-kudo, um ritual de partilha em que cada um toma três goles de saquê em três taças diferentes, simbolizando a união de suas almas e famílias.

Não há música alta nem discursos emotivos — o ambiente é de serenidade e respeito. Cada gesto é cuidadosamente medido, e até o sorriso é contido, pois o amor japonês é considerado uma força que deve ser sentida, não exibida.

Mesmo em tempos modernos, muitos casais japoneses ainda escolhem manter parte dessas tradições, combinando-as com casamentos ocidentais em igrejas ou hotéis de luxo. O resultado é uma mistura elegante entre a sobriedade oriental e o romantismo ocidental.

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Escócia: coragem, superstição e humor

Na Escócia, o casamento é precedido por uma tradição curiosa chamada Blackening of the Bride. Amigos e familiares do casal cobrem os noivos com uma mistura de farinha, ovos, fuligem e qualquer substância pegajosa que encontrarem. O objetivo? Testar a paciência e a resistência dos futuros cônjuges.

Diz a tradição que se o casal consegue enfrentar essa provação juntos — e ainda rir no processo — estará preparado para os desafios da vida conjugal. Após o ritual, os noivos são banhados e levados para a festa, com muita música celta e danças típicas, como o ceilidh, que une convidados de todas as idades num clima de celebração coletiva.

O humor e a leveza escocesa transformam o casamento em um espetáculo de alegria, lembrando que o amor também é feito de risadas e cumplicidade.

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Nigéria: o dote e o poder das famílias

Na Nigéria, o casamento é um evento comunitário que envolve não apenas os noivos, mas toda a aldeia. Antes da cerimônia, a família do noivo deve apresentar o dote à família da noiva — um conjunto de presentes que pode incluir dinheiro, roupas, bebidas e até animais. Esse gesto simboliza respeito e reconhecimento pelo papel da família na criação da mulher.

Durante a celebração, a noiva costuma usar trajes coloridos e elaborados, adornados com miçangas e tecidos tradicionais. O destaque, porém, é o ritual em que a mulher precisa identificar o noivo entre um grupo de homens mascarados. Se ela escolher o certo, o casamento é abençoado com prosperidade.

Mais do que uma união amorosa, o casamento nigeriano é um pacto social, que reforça os laços entre famílias e comunidades inteiras.

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Coreia do Sul: o pato de madeira e o amor eterno

Na Coreia, há um símbolo curioso que marca o casamento tradicional: o pato mandarim. Esses animais são conhecidos por formarem casais monogâmicos, e por isso representam fidelidade. Durante a cerimônia, o noivo entrega à família da noiva um par de patos de madeira. Se os patos permanecerem voltados um para o outro ao longo dos anos, acredita-se que o casamento será feliz e duradouro.

Outro costume é o pyebaek, momento íntimo em que os noivos prestam reverência aos pais e recebem castanhas e tâmaras — símbolos de fertilidade e longevidade. É uma cena de respeito e continuidade familiar, onde o passado e o futuro se encontram num gesto simples e cheio de afeto.

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México: laço, música e emoção

Os casamentos mexicanos são uma verdadeira celebração da vida e da fé. Um dos momentos mais bonitos é o ritual do lazo, em que um rosário ou cordão em forma de oito é colocado sobre os ombros dos noivos, simbolizando o infinito e a união eterna.

A música é outro elemento essencial. Os mariachis dão o tom da cerimônia, misturando emoção e alegria em um espetáculo que faz todos dançarem e cantarem. Ao final, os noivos distribuem pequenos presentes — os recuerditos — como forma de gratidão e lembrança da união.

A mistura de religiosidade, cultura e paixão faz dos casamentos mexicanos uma das celebrações mais vibrantes do mundo.

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Filipinas: borboletas, velas e promessas

Nas Filipinas, cada detalhe do casamento tem um significado espiritual. É comum o casal soltar duas pombas brancas — símbolo de paz e harmonia — ou liberar borboletas, que representam liberdade e transformação. Durante a cerimônia, as mãos dos noivos são unidas com uma fita ou corda, enquanto uma vela acesa representa a luz que guiará o casal no caminho da vida.

Esses gestos, simples e poéticos, mostram como o amor pode ser traduzido em símbolos universais de fé, esperança e renovação.

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Conclusão

A diversidade das tradições de casamento ao redor do planeta é um retrato fascinante da humanidade. Cada ritual, por mais exótico ou inusitado que pareça, carrega a essência do que significa amar: compartilhar, respeitar, construir juntos. Do silêncio do templo japonês à música vibrante dos mariachi, o amor assume formas que atravessam culturas e épocas, mas sempre fala a mesma língua.

Essas tradições nos lembram que o casamento é mais do que um evento social — é uma celebração da alma humana. Ele marca o início de uma jornada compartilhada, feita de desafios e descobertas, de risos e lágrimas, mas, sobretudo, de companheirismo.

Em um mundo cada vez mais globalizado, preservar essas tradições é preservar a própria história da humanidade. Porque, no fim das contas, o amor — com seus ritos, suas crenças e suas promessas — continua sendo a força mais poderosa que une povos, corações e destinos.

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