Teste do Olhinho passa a ser obrigatório em Santa Catarina

A partir desta quinta-feira, 27 de fevereiro, todas as maternidades e hospitais públicos e privados de Santa Catarina deverão realizar, de forma obrigatória, o Teste do Reflexo Vermelho, popularmente conhecido como Teste do Olhinho.

A medida tem como objetivo principal a detecção precoce do retinoblastoma em recém-nascidos, reforçando a política de triagem neonatal no estado. A lei 19.108, sancionada pelo governador Jorginho Mello em 29 de novembro de 2024, estabelece a realização do exame nas primeiras 72 horas de vida do bebê, garantindo um diagnóstico precoce e encaminhamento ágil para tratamento adequado.

Ampliação da triagem neonatal

A nova legislação também determina que o Teste do Olhinho seja repetido aos 4, 6 e 12 meses nas unidades de Atenção Básica de Saúde e, posteriormente, em consulta especializada aos 2 e 3 anos de idade.

Com isso, Santa Catarina fortalece a prevenção e o acompanhamento médico de crianças, reduzindo os riscos de complicações oftalmológicas.

“As maternidades próprias da Secretaria de Estado da Saúde já realizam o Teste do Olhinho nas primeiras horas de vida do recém-nascido. É um exame simples e não invasivo. Nas Unidades Básicas de Saúde, o exame é feito quando os pais levam o bebê para a consulta de avaliação de crescimento e desenvolvimento, e o profissional anota os resultados na carteira da criança”, destaca Angela Blatt Ortiga, diretora de Atenção Primária à Saúde.

Como funciona o Teste do Olhinho?

O Teste do Olhinho é um procedimento simples, rápido e indolor, sendo fundamental para a prevenção de doenças oculares graves.

Ele consiste na utilização de um oftalmoscópio direto para avaliar o reflexo da luz nas pupilas do recém-nascido, identificando possíveis irregularidades que possam indicar patologias oftalmológicas, como o retinoblastoma ou outras condições que comprometam a visão.

Caso haja alteração na cor ou na intensidade do reflexo, há indícios de problemas oculares que necessitam de investigação médica detalhada. Esses sinais podem incluir um reflexo branco em vez do vermelho esperado, assim como diferenças significativas entre os olhos.

Qualquer suspeita deve ser tratada com a devida urgência para evitar agravamento do quadro clínico da criança.

Médicos pediatras ou profissionais da saúde da família devidamente capacitados realizam o exame durante a avaliação clínica do recém-nascido. No caso de partos domiciliares, os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) são responsáveis por garantir que o exame seja realizado e anotado na caderneta da criança, documento essencial para o acompanhamento do desenvolvimento infantil.

Esse registro permite que os pais e profissionais de saúde monitorem a saúde ocular da criança nos primeiros anos de vida, garantindo um desenvolvimento visual adequado.

Se o exame indicar a presença de alterações, os pais ou responsáveis são imediatamente informados, e a criança é encaminhada a serviços especializados para avaliação detalhada e possível tratamento.

O encaminhamento rápido é essencial para o sucesso terapêutico, pois muitas condições oftalmológicas podem ser tratadas com intervenções precoces, prevenindo danos permanentes à visão e melhorando a qualidade de vida infantil.

Importância da triagem neonatal em Santa Catarina

Santa Catarina torna obrigatório o Teste do Olhinho em recém-nascidos para detectar retinoblastoma. Exame deve ser feito nas primeiras 72h e repetido até os 3 anos.

Santa Catarina se destaca por uma política robusta de triagem neonatal, que inclui exames essenciais para a detecção precoce de doenças congênitas e outras condições que podem comprometer o desenvolvimento infantil. Além do Teste do Olhinho, os bebês também passam por:

  • Teste do Pezinho (para identificação de doenças metabólicas e genéticas);
  • Teste da Orelhinha (avalia a audição do recém-nascido);
  • Teste do Coraçãozinho (identifica cardiopatias congênitas);
  • Teste da Linguinha (verifica alterações que possam comprometer a amamentação e a fala).

A integração dessas medidas assegura que a saúde do recém-nascido seja monitorada desde os primeiros dias de vida, promovendo intervenção precoce sempre que necessário.

O fortalecimento da triagem neonatal é um passo essencial para a redução da mortalidade infantil e para a garantia de um desenvolvimento pleno e saudável para as crianças catarinenses.