Doença tem se tornado cada vez mais comum e bate-papo com neuropsicóloga ajuda a entender mais sobre a patologia e seu diagnóstico.
Cada vez mais comum em crianças e também em adultos, o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é o tema principal do programa da Assembleia Entrevista desta semana, veiculado todas as sextas na TV Assembleia.
Para esclarecer sobre o assunto, diferenciá-lo de outros transtornos e ajudar no diagnóstico responsável, a neuropsicóloga Bianca Bussolari Cooper é a convidada desta edição.
O TDAH é um distúrbio cerebral que se caracteriza por desatenção, impulsividade e hiperatividade.
Os sintomas mais comuns são dificuldade em concentrar-se, agitação, protelação, irresponsabilidade com tarefas e compromissos entre outros.
Questionada sobre esse “boom” do transtorno, Bianca explica que se ampliou o número de casos por alguns fatores.
O primeiro é o acesso à informação, que permitiu que o problema fosse conhecido e tratado com mais atenção pela comunidade médica e a população em geral. Outro fator é a melhora dos critérios diagnósticos, onde houve aprimoramento na capacidade dos especialistas e das técnicas em constatar a doença.
Os primeiros fatores são positivos, diferente do terceiro citado por Bianca. “Também temos a medicalização dos sintomas, onde as pessoas acham que tem o TDAH, mas pode ser somente uma alteração do neurodesenvolvimento.
Às vezes é somente uma fase. Nem tudo é TDAH. Simplesmente porque a criança não é focada como outro é porque ela tem TDAH”, disse.
Somado a isso, questionários on-line e o Google são fatores que ampliaram esses autodiagnósticos. “São muitos prejuízos com autodiagnóstico. A pessoa decide que tem o problema e acaba postergando o tratamento do que realmente ela possui”.
Para descobrir se realmente possui a doença, é necessário um diagnóstico responsável, feito por profissionais qualificados. Nele é feita uma análise de todo um perfil, histórico de vida, familiar, profissional e escolar, entrevista com familiares, questionários e testagens neuropsicológicas entre outros.
Bianca também alertou sobre a comum confusão entre transtornos, como o TEA (Transtorno do Espectro Autista), e também com questões de identificação, como as altas habilidades e superdotação. “Muitas vezes a desmotivação é ou falta de interesse em um tema não quer dizer que é TDAH.
Essa criança, por exemplo, pode ter absorvido tudo com mais facilidade e rapidez que os outros e depois se desinteressa, porque não é desafiada. No entanto, todos essas podem coexistir”.
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A profissional também falou sobre como as pessoas são afetadas com esse bombardeio de informações, estresse e outras mudanças da vida moderna, excesso de uso de telas entre outros, além de apresentar soluções não medicamentosas para o problema, como psicoterapia, reabilitação neuropsicológica, neurofeedback entre outras.