A previsão do tempo para os próximos dias em Santa Catarina indica um cenário preocupante, com chuvas persistentes e volumosas que podem causar transtornos significativos em várias regiões do estado. As autoridades meteorológicas e a Defesa Civil alertam para o risco elevado de inundações, deslizamentos e enxurradas, principalmente nas áreas de encosta e regiões com histórico de ocorrências hidrológicas e geológicas.
De acordo com a Secretaria da Defesa Civil de Santa Catarina (SDC) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Ciram), as precipitações serão intensas em praticamente todas as regiões do estado entre quarta-feira (09) e sexta-feira (11).
Os volumes de chuva previstos variam de 100 a 200 mm, com picos ainda mais elevados em áreas específicas. As regiões mais afetadas incluem o Grande Oeste, Planalto Norte, Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e parte do Litoral Sul e Planalto Sul, onde o acúmulo de chuvas poderá causar danos significativos.
As condições meteorológicas para os próximos dias em Santa Catarina são influenciadas pela combinação de um sistema de baixa pressão e a circulação marítima, que juntos favorecem a formação de nuvens carregadas e a ocorrência de chuvas contínuas. O cenário deve piorar a partir da manhã de quarta-feira (09), especialmente em áreas próximas à serra no Litoral Sul, e se estender até a madrugada de quinta-feira (10) para regiões como Vale do Itajaí e parte do Grande Oeste catarinense.
Ao longo desse período, há também a possibilidade de temporais, com raios, rajadas de vento e eventual queda de granizo, especialmente no Grande Oeste. Já na sexta-feira (11), uma frente fria que se desloca pelo estado provocará temporais isolados e chuva mais persistente e volumosa, com tendência de se dissipar gradualmente no final da tarde.
Com os volumes de chuva previstos, as regiões mais afetadas devem ser:
- Grande Oeste e Planalto Norte: Acúmulo de 100 a 150 mm.
- Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Litoral Norte e partes do Litoral Sul e Planalto Sul: Acúmulo de 150 a 200 mm, com picos pontuais ainda mais elevados em áreas de encosta.
Com a grande quantidade de chuvas esperadas, o risco hidrológico para o estado é elevado, especialmente nas bacias hidrográficas dos rios Itajaí-Açu e Itajaí-Mirim, onde há previsão de inundações graduais, principalmente na região do Alto Vale. Nessas áreas, o volume de água nos rios pode atingir níveis de emergência, colocando em risco a segurança das comunidades ribeirinhas.
Além disso, regiões como Grande Florianópolis e as bacias hidrográficas dos rios Tijucas, Biguaçu e Cubatão também estão sob alerta para possíveis enchentes e elevações rápidas dos níveis dos rios. Em locais mais elevados dessas bacias, o risco é ainda maior para a ocorrência de enxurradas, que são caracterizadas por inundações repentinas em pequenos cursos d’água.
Quanto aos riscos geológicos, a situação é crítica em áreas de encosta, serras e regiões com histórico de movimentações de solo. A Defesa Civil e a Epagri/Ciram classificaram o risco como Muito Alto para deslizamentos, fluxos de detritos e queda de blocos nas regiões do Litoral Norte, Vale do Itajaí, Grande Florianópolis e Litoral Sul, principalmente nas áreas serranas.
Nas regiões do Grande Oeste e parte do Planalto Sul e Planalto Norte, o risco é classificado como Alto para deslizamentos e outros eventos geológicos. A movimentação de solo nessas áreas pode ser desencadeada pela saturação do terreno, devido ao excesso de água acumulada, causando deslizamentos que podem afetar moradias e estradas, além de interromper o fornecimento de serviços essenciais.
Diante desse cenário de risco elevado, a Defesa Civil de Santa Catarina recomenda que a população adote medidas preventivas e esteja atenta aos sinais de alerta emitidos pelas autoridades. Algumas das principais recomendações são:
- Evitar áreas sujeitas a alagamentos e enchentes: Não transite por ruas alagadas, pontes submersas ou áreas com o fluxo de água elevado, pois esses locais podem apresentar correntes fortes e risco de afogamento.
- Ficar longe de encostas e áreas de risco: Caso perceba sinais de instabilidade no terreno, como trincas no solo, rachaduras em paredes ou inclinação de postes e árvores, procure um local seguro imediatamente e acione a Defesa Civil pelo número 199.
- Monitorar os alertas meteorológicos: Acompanhe as previsões e alertas emitidos pela Defesa Civil e pela Epagri/Ciram por meio de aplicativos de celular, redes sociais ou mensagens de texto. Para receber avisos diretamente no seu telefone, envie uma mensagem com o número do seu CEP para 40199.
- Ter um plano de emergência familiar: Identifique locais seguros em sua residência e crie um plano de evacuação, caso seja necessário sair de casa rapidamente. Mantenha uma mochila de emergência com itens essenciais, como documentos, água, alimentos não perecíveis, medicamentos e carregador de celular.
- Evitar atividades ao ar livre em caso de temporais: Durante a ocorrência de raios e ventos fortes, evite sair de casa. Procure abrigo em locais seguros e não se aproxime de árvores ou objetos que possam ser arremessados pelo vento.
As chuvas intensas não apenas representam um risco à segurança da população, mas também causam impactos econômicos significativos no estado. A agricultura, um dos setores mais importantes da economia catarinense, é diretamente afetada por enchentes e enxurradas que destroem plantações e comprometem a produção de alimentos. Além disso, deslizamentos de terra podem bloquear rodovias, impedindo o transporte de mercadorias e afetando o abastecimento de produtos em diferentes regiões.
O turismo, que também é um setor importante em Santa Catarina, pode sofrer com a queda no número de visitantes durante o período chuvoso, especialmente em cidades litorâneas e serranas, onde os atrativos naturais são o principal foco das atividades turísticas. As chuvas prolongadas comprometem a infraestrutura local e diminuem a atratividade dos destinos.
Em termos sociais, as enchentes e deslizamentos podem causar o desalojamento de famílias, destruição de moradias e danos a infraestruturas básicas, como escolas e unidades de saúde. A reconstrução das áreas afetadas demanda um grande esforço financeiro por parte do governo e, muitas vezes, leva meses para ser concluída.o
Além disso, a Defesa Civil recomenda que os moradores de áreas de risco se cadastrem para receber avisos diretamente no celular, enviando o número do CEP para o telefone 40199. Dessa forma, as autoridades conseguem manter a população informada e orientar sobre as ações necessárias em casos de emergência.