O agronegócio brasileiro alcançou um novo recorde no número de trabalhadores no primeiro trimestre de 2024. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o setor somou 28,6 milhões de pessoas empregadas, evidenciando a importância crescente do agronegócio na economia do país. Este crescimento foi impulsionado por um aumento na participação de mulheres e de empregados com maior nível de instrução.
A população ocupada no agronegócio cresceu 3% (ou aproximadamente 827 mil pessoas) de janeiro a março de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. Este avanço supera o crescimento geral de empregos no Brasil, que foi de 2,3% (ou aproximadamente 2,38 milhões de pessoas). Esse incremento se deve, principalmente, ao aumento de 9,9% no número de trabalhadores em agrosserviços, que abrangem atividades desde transporte e armazenamento até serviços jurídicos e administrativos.
Um dos destaques deste crescimento é a maior participação feminina no agronegócio. As mulheres estão ocupando cada vez mais espaços dentro do setor, refletindo uma mudança positiva em termos de igualdade de gênero e oportunidades de emprego. Além disso, o número de trabalhadores com maior nível de instrução também aumentou, demonstrando a crescente profissionalização e qualificação dentro do agronegócio brasileiro.
Os agrosserviços, que atendem aos segmentos de insumos, agropecuária e agroindústria, foram os principais responsáveis pelo crescimento do emprego no agronegócio. Estas atividades incluem transporte, armazenamento, comércio e serviços jurídicos, administrativos e contábeis, entre outros. O aumento de 9,9% no número de trabalhadores em agrosserviços indica uma expansão significativa dessas atividades, que são essenciais para o funcionamento e a eficiência de toda a cadeia produtiva do agronegócio.
A população ocupada nas agroindústrias também teve um aumento significativo de 3,4% (ou 149.179 pessoas) no primeiro trimestre de 2024. A agroindústria, que inclui o processamento de produtos agrícolas, é um setor crucial para agregar valor à produção e gerar empregos em diversas etapas da cadeia produtiva. Esse crescimento reflete a robustez do setor e sua capacidade de absorver mão de obra qualificada.
Com o aumento no número de trabalhadores, a participação do agronegócio no total de ocupações no Brasil foi de 26,85% nos primeiros três meses do ano, comparado a 26,67% no mesmo período de 2023. Este crescimento destaca a relevância do agronegócio como um dos pilares da economia brasileira, contribuindo significativamente para o emprego e o desenvolvimento econômico do país.
Vários fatores contribuíram para esse crescimento no emprego dentro do agronegócio. Entre eles estão os avanços tecnológicos, que aumentaram a eficiência e a produtividade das operações agrícolas, e a expansão das exportações de produtos agrícolas brasileiros, impulsionada pela alta demanda global. Além disso, políticas públicas de incentivo ao agronegócio e investimentos em infraestrutura rural também desempenharam um papel crucial.
Apesar dos resultados positivos, o agronegócio brasileiro enfrenta desafios que precisam ser abordados para sustentar o crescimento e a competitividade. Entre os principais desafios estão a necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura, a modernização das técnicas agrícolas e a adaptação às mudanças climáticas. Além disso, a qualificação da mão de obra e a inclusão social são fundamentais para garantir que o crescimento seja sustentável e inclusivo.
A crescente profissionalização do agronegócio requer investimentos em educação e capacitação dos trabalhadores. Programas de formação técnica e cursos de especialização são essenciais para preparar a mão de obra para os desafios do setor. A promoção de políticas educacionais voltadas para o agronegócio pode ajudar a preencher a lacuna de habilidades e garantir que os trabalhadores estejam aptos a lidar com as tecnologias e práticas modernas.
O crescimento do agronegócio também deve ser acompanhado de práticas sustentáveis para minimizar os impactos ambientais. A adoção de técnicas agrícolas sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o uso de tecnologias de precisão, pode ajudar a reduzir a pegada de carbono e preservar os recursos naturais. A sustentabilidade no agronegócio é crucial não apenas para a conservação ambiental, mas também para manter a competitividade no mercado global.