Eliminação na Copa América é uma pequena ponta da crise que vive a Seleção Brasileira

A eliminação do Brasil da Copa América 2024 é somente o pano de fundo da profunda crise técnica que vive a Seleção Brasileira de Futebol Masculino. A equipe atual está longe de conseguir sustentar o status de país do futebol, apesar de ter elenco qualificado e recheado de talentos individuais. Um planejamento bem elaborado pode ser o alicerce para manter a equipe caminhando para a remodelação e estabelecimento de um DNA organizado.

A questão principal é estrutural e atrapalha o desenvolvimento dos processos que deveriam culminar em uma equipe organizada. O grupo não conseguiu formatar um padrão de jogo que seja, no mínimo, semelhante ao potencial técnico individual dos jogadores.

Foi perdido tempo precioso para estabelecer uma linha de trabalho transparente, no aguardo da concretização de um acordo cuja existência nunca foi confirmada pelo técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti. Desde que Tite deixou claro que não continuaria no comando técnico da Seleção, ao final da Copa do Mundo do Catar de 2022, sabia-se que eram necessárias providências administrativas que iriam impactar diretamente na performance da equipe.

Mas, contrariando as perspectivas, as trocas sucessivas de comandotécnico, com treinadores que possuem estilo de trabalho totalmente distintos, acabaram por trazer mais dúvidas do que certezas. Além da sequência de erros administrativos da diretoria da CBF, outras falhas foram cometidas no processo de comunicação entre as diferentes camadas de comando da Seleção Brasileira. Se Dorival Júnior tivesse sido contratado quando Tite deixou o cargo, poderíamos estar em um patamar tático mais evoluído.

Atualmente a Seleção não tem um sistema de jogo definido que consiga produzir vitórias e bons resultados, ficando dependente de atuações individuais para ser produtiva ofensivamente. Por esse motivo, na condição que a Seleção estava, fazia-se necessária a utilização de todos os recursos que estavam à disposição, inclusive do atacante Endrick, que foi convocado para a disputa da Copa América, independentemente de ser muito jovem.

Acredito que foi excesso de zelo não utiliza-lo devido à sua idade, pois o técnico espanhol Luis de la Fuente, escalou jovens ainda com menor idade na disputa da Eurocopa. Lamine Yamal e Nico Williams fizeram a diferença, trazendo novas possibilidades ao estilo de jogo da Seleção da Espanha. Yamal marcou o segundo gol espanhol contra a Seleção da França, contribuindo diretamente na classificação da Seleção da Espanha para a final da Eurocopa 2024.

Quando o time brasileiro perdeu Vini Jr. por suspensão, no jogo contra a Seleção do Uruguai, o atacante Endrick, como não havia sido escalado com frequência, não tinha total entrosamento com a equipe titular e nem condições de ser decisivo na partida em que o Brasil foi eliminado. Mas, na realidade, esse foi mais um sintoma da desorganização tática que a equipe brasileira vive.

Da mesma forma, a dificuldade que o time brasileiro teve diante da Colômbia é fator tático complicador. Teoricamente, os colombianos tem potencial inferior no meio-campo, se comparados aos jogadores brasileiros, que atuam na Premier League, que apresenta o que há de mais moderno no futebol mundial.

Isso mostra que não adianta ter os melhores jogadores se não houver organização coletiva produtiva. Pelo nível de enfrentamento que Lucas Paquetá, Bruno Guimarães e João Gomes estão acostumados a ter nos clubes que atuam na Europa, o desempenho da Seleção Brasileira deveria ter sido mais linear.

Somente com um trabalho prolongado, a Seleção será capaz de apresentar soluções plausíveis para escapar de qualquer sistema do oponente, independentemente se a filosofia for reativa ou controladora.

Contemplando todo cenário do desempenho da Seleção Brasileira na Copa América, confesso que esperava uma vitória uruguaia com relativa facilidade, principalmente pelos resultados que a Seleção do Uruguai tem apresentado na competição. Mas, o fato de nossa Seleção ter conseguido segurar o empate sem gols durante o tempo normal de jogo mostrou que o trabalho de Dorival não é terra arrasada, pois pelo menos a organização defensiva funcionou.

Acredito que Dorival tem possibilidades de conseguir montar uma seleção mais equilibrada, que jogue ofensivamente e mantenha a organização defensiva bem estruturada. Mas, sem planejamento bem estruturado a classificação para disputar a Copa do Mundo em 2026, corre sérios riscos.

CBF mantém Lucas Paquetá entre convocados da seleção brasileira

O meia-campista da seleção brasileira Lucas Paquetá está mantido na lista de 26 convocados para dois amistosos e para a Copa América, com início em 20 de junho. A CBF confirmou nesta quinta-feira (30) a permanência de Paquetá, apesar de o jogador – atualmente no clube West Ham – ter sido acusado pela Associação de Futebol da Inglaterra (FA na sigla em inglês) de tentar manipular resultados de apostas. 

Em nota oficial, a CBF justificou a decisão após troca de informações com a FA. Segundo a entidade britânica, “embora o jogador esteja agora sujeito a uma série de acusações, a FA não recebeu qualquer ordem de suspensão provisória contra Lucas Paquetá e, portanto, não há impedimento para que ele continue jogando neste momento”. A FA esclareceu ainda que Paquetá tem até a próxima segunda-feira (3) para responder às acusações.

    Lucas Paquetá e outros 17 convocados da seleção que atuam fora do Brasil se apresentaram hoje (30) ao técnico Dorival Júnior, na Flórida (Estados Unidos), para a preparação que visa os dois últimos amistosos antes da Copa América. O primeiro será contra o México, em 8 de junho (sábado), no Texas, e quatro dias depois a seleção encara os Estados Unidos, em Orlando.

    Foto: Lucas Figueiredo/CBF

    “Diante do todo exposto, e ante os fatos relatados pela Federação Inglesa, a CBF, com respaldo de parecer elaborado conjuntamente pelas Diretorias Jurídica e de Governança e Conformidade e pela Unidade de Integridade, decide pela manutenção da convocação do jogador“, diz o comunicado da entidade, assinado pelo presidente Ednaldo Rodrigues. “É certo afirmar que o atleta está liberado a exercer o seu ofício profissional até o presente momento, fonte de seu sustento e de sua família, de maneira plena e irrestrita, seja pelo seu clube, seja pela seleção do seu país de origem”, acrescentou a CBF.

    As suspeitas de envolvimento de Paquetá com manipulação de apostas veio à tona no ano passado, e serviram de motivo para o jogador não ter sido convocado em setembro pelo então técnico interino Fernando Diniz para os jogos da seleção brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo, contra a Colômbia e a Argentina. O meio-campista retornou ao elenco verde e amarelo seis meses depois, na primeira convocação de Dorival Júnior como técnico da amarelinha. 

    Por Agência Brasil 

    Tudo sobre os 2 Amistosos da Seleção Brasileira

    Jogadores da seleção brasileira correm em campo em treino em Londres — Foto: Cahê Mota

    O treinador Dorival Júnior, encarregado da seleção brasileira, não perde tempo ao iniciar sua jornada à frente da equipe nacional. Com um olhar meticuloso sobre a formação do time e a busca por uma estrutura sólida, ele já mergulhou nas atividades de campo em preparação para o aguardado confronto contra a Inglaterra.

    No coração do futebol inglês, mais precisamente no CT do Arsenal, Dorival comandou na segunda-feira uma sessão de treinamento intensiva, contando com a presença quase total de seus jogadores. Entre os ausentes, destacam-se o goleiro Léo Jardim e o zagueiro Bremer, este último convocado para substituir Gabriel Magalhães.

    A concentração da seleção brasileira, situada em Saint Albans, nos arredores de Londres, viu a chegada gradual dos convocados ao longo da manhã de segunda-feira. Notavelmente, os jogadores que atuam na Premier League, como Andreas Pereira, Douglas Luiz e Lucas Paquetá, adiantaram sua chegada, enquanto Rafael e Pablo Maia, representando o São Paulo, foram os últimos a se juntarem ao grupo, chegando no meio da tarde.

    Seleção brasileira

    Dentro de campo, a equipe técnica dividiu os treinamentos de acordo com o nível de desgaste físico dos atletas, adaptando-se ao ritmo intenso do calendário esportivo. Enquanto alguns jogadores participaram de atividades ofensivas sob a supervisão do auxiliar Lucas Silvestre, outros se dedicaram a trabalhos defensivos liderados por Pedro Sotero, com apoio do gerente Juan.

    Dorival Júnior destacou a importância de utilizar o tempo disponível para moldar a equipe da melhor forma possível, especialmente diante das ausências de titulares devido a lesões, como Ederson, Gabriel Magalhães, Marquinhos e Casemiro.

    “Jogadores com participação em Copa chegam um pouco mais respaldados, outros jovens que buscam espaços após temporadas desenvolvendo um grande trabalho em suas equipes,” afirmou Dorival Júnior, evidenciando a diversidade de experiências e trajetórias dos convocados.

    Em uma entrevista recente durante a apresentação da nova comissão técnica da Seleção, Dorival revelou os desafios enfrentados devido a uma série de baixas por lesões, além dos cinco cortes após a convocação inicial. Essas circunstâncias exigem uma adaptação constante e uma avaliação contínua dos jogadores disponíveis.

    Com o confronto marcado contra a Inglaterra no lendário estádio de Wembley, em Londres, no sábado, seguido por um embate com a Espanha no Santiago Bernabéu, Dorival Júnior e sua equipe estão determinados a enfrentar esses desafios com determinação e foco, buscando a excelência em cada aspecto do jogo.

    Dorival Júnior

    À medida que a seleção brasileira se prepara para os desafios contra a Inglaterra e a Espanha, Dorival Júnior e sua equipe técnica enfrentam uma série de obstáculos que vão além das quatro linhas. Lesões, adaptações táticas e a busca por uma equipe coesa são apenas alguns dos desafios que precisam ser superados em busca do sucesso nos campos internacionais.

    A abordagem meticulosa de Dorival reflete não apenas sua vasta experiência como treinador, mas também sua compreensão da complexidade do cenário esportivo atual. Ao dividir os treinamentos de acordo com o desgaste físico dos jogadores e buscar uma formação que maximize as habilidades individuais dentro de um plano de jogo coletivo, ele demonstra um compromisso inabalável com a excelência.

    Dorival Júnior, técnico da seleção brasileira, em treino em Londres — Foto: Reprodução

    A presença de jogadores experientes, como aqueles que participaram de Copas do Mundo, traz estabilidade e confiança à equipe, enquanto os jovens talentos em ascensão representam uma fonte de energia e potencial para inovação tática. É essa combinação única de experiência e juventude que pode proporcionar à seleção brasileira uma vantagem competitiva em meio à intensa competição internacional.

    No entanto, as incertezas persistem, especialmente diante das lesões que continuam a assombrar a equipe. A capacidade de adaptar-se rapidamente a essas mudanças imprevistas e de encontrar soluções criativas é essencial para o sucesso a longo prazo.

    À medida que o Brasil se prepara para enfrentar adversários de alto nível, como Inglaterra e Espanha, a determinação e o compromisso demonstrados pela equipe técnica e pelos jogadores são testemunhos de uma mentalidade vencedora. Cada treino, cada conversa tática e cada momento passado juntos no campo representam um passo em direção ao objetivo final: a vitória.

    Portanto, enquanto os olhos do mundo se voltam para os duelos emocionantes que estão por vir, a seleção brasileira pode confiar na liderança de Dorival Júnior e na habilidade de seus jogadores para superar desafios e escrever mais um capítulo memorável na história do futebol brasileiro. Com trabalho árduo, dedicação e uma mentalidade vencedora, o caminho para o sucesso está sendo pavimentado, e o futuro da seleção brasileira parece promissor.

    Dorival Júnior realiza sua primeira convocação na seleção brasileira

    Fonte da imagem: Divulgação

    O técnico Dorival Júnior assumiu as rédeas da Seleção Brasileira com determinação e visão estratégica. Em sua primeira convocação, anunciada nesta sexta-feira na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, Dorival demonstrou coragem ao trazer novidades e apostar em um time que mescla experiência e juventude para os amistosos contra Inglaterra e Espanha, marcados para março.

    O Brasil enfrentará a Inglaterra em solo britânico, no dia 23 de março, em Londres, seguido de um confronto com a Seleção Espanhola no dia 26, em Madri. Esses embates prometem ser testes cruciais para a nova formação, oferecendo uma oportunidade valiosa para avaliar o desempenho dos jogadores em um ambiente internacional de alto nível.

    Entre as surpresas da lista, destacam-se Rafael e Pablo Maia, representando o São Paulo, clube onde Dorival anteriormente desempenhava seu papel como treinador. Além disso, o zagueiro Beraldo, do PSG, Murilo, do Palmeiras, e Andreas Pereira, do Fulham, foram convocados, juntamente com Savinho, atacante do Girona, demonstrando a abertura do treinador para explorar talentos emergentes.

    Acompanhando Dorival Júnior durante o anúncio da convocação estava Rodrigo Caetano, o novo diretor de seleções da CBF. Essa parceria promete trazer uma nova perspectiva e abordagem para a gestão da equipe nacional. Além disso, a presença da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, como chefe de delegação nos amistosos contra Inglaterra e Espanha, adiciona uma dimensão interessante de liderança e representação diversificada.

    O elenco convocado

    A lista divulgada conta com uma variedade de talentos, abrangendo diferentes clubes e ligas ao redor do mundo. Destaque para jogadores como Ederson do Manchester City, Marquinhos e Beraldo do PSG, e Vinicius Júnior do Real Madrid, entre outros nomes consagrados e emergentes.

    • Goleiros: Bento (Athletico-PR), Ederson (Manchester City) e Rafael (São Paulo)
    • Laterais: Danilo (Juventus), Yan Couto (Girona), Ayrton Lucas (Flamengo) e Wendell (Porto)
    • Zagueiros: Beraldo (PSG), Gabriel Magalhães (Arsenal), Marquinhos (PSG) e Murilo (Palmeiras)
    • Meio-campistas: André (Fluminense), Andreas Pereira (Fulham), Bruno Guimarães (Newcastle), Casemiro (Manchester United), Douglas Luiz (Aston Villa), Pablo Maia (São Paulo) e João Gomes (Wolverhampton), Lucas Paquetá (West Ham)
    • Atacantes: Endrick (Palmeiras), Gabriel Martinelli (Arsenal), Raphinha (Barcelona), Richarlison (Tottenham), Rodrygo (Real Madrid), Savinho (Girona) e Vinicius Júnior (Real Madrid)

    Com uma mistura de talentos consolidados e novos aspirantes, a Seleção Brasileira está se preparando para enfrentar desafios de peso contra Inglaterra e Espanha. Sob a orientação de Dorival Júnior e o apoio de uma equipe técnica e diretiva renovada, o Brasil está pronto para mostrar ao mundo sua força e habilidade em campo, buscando pavimentar o caminho para futuros sucessos.

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