A mais antiga estrada romana do mundo é declarada Patrimônio Mundial da UNESCO

A Via Appia Antica, também conhecida como a “Rainha das Estradas”, é a mais antiga e significativa via construída pelos antigos romanos. Recentemente, essa histórica estrada foi reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO, elevando ainda mais o status da Itália, que agora possui o maior número de patrimônios da UNESCO no mundo.

A construção da Via Appia começou em 312 a.C. sob a supervisão do estadista romano Appius Claudius Caecus. Originalmente concebida como uma estrada estratégica para facilitar as conquistas militares romanas, a Via Appia conectava Roma ao porto de Brindisi, no sul da Itália. Essa conexão era crucial para o transporte de tropas, suprimentos e comunicação rápida entre Roma e suas colônias distantes.

Antes da construção da Via Appia, as estradas fora de Roma eram predominantemente etruscas e se direcionavam principalmente para a região da Etrúria, na Itália central. A criação da Via Appia representou uma revolução na infraestrutura romana, exemplificando a habilidade técnica dos engenheiros romanos e estabelecendo novos padrões para a construção de estradas.

A Via Appia serviu como um corredor militar vital, permitindo a rápida mobilização de legiões romanas para regiões distantes do Império Romano. Além de seu propósito militar, a estrada facilitou o crescimento das cidades conectadas por ela e o surgimento de novos assentamentos. Isso, por sua vez, impulsionou a produção agrícola e o comércio, consolidando a Via Appia como uma artéria vital para a economia romana.

Segundo a UNESCO, “a Via Appia permitiu que as cidades que ela conectava crescessem e novos assentamentos surgissem, facilitando a produção agrícola e o comércio”. Esse crescimento econômico e urbano demonstrou a importância da estrada não apenas como uma rota militar, mas também como um catalisador para o desenvolvimento regional.

Reconhecimento da UNESCO

A inclusão da Via Appia na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO reconhece sua importância histórica e cultural. A UNESCO destacou a estrada por ilustrar “a habilidade técnica avançada dos engenheiros romanos na construção de estradas, projetos de engenharia civil, infraestrutura e obras abrangentes de recuperação de terras, bem como uma vasta série de estruturas monumentais”.

Essa designação foi resultado de uma proposta defendida pelo Ministério da Cultura da Itália, apoiada por uma coalizão ampla de 73 municípios, 15 parques, 12 cidades e províncias, quatro regiões (Lácio, Campânia, Basilicata e Puglia), 25 universidades italianas e estrangeiras, e a Pontifícia Comissão de Arqueologia Sagrada. Esse apoio robusto ressalta a importância da Via Appia não apenas para a Itália, mas para o patrimônio cultural global.

Turismo

Os primeiros 17 quilômetros da Via Appia, preservados dentro do parque arqueológico Appia Antica, em Roma, atraem entusiastas da história, caminhantes e ciclistas. Este trecho histórico é ladeado por restos de antigos aquedutos e vilas romanas, e abaixo dele, encontra-se uma rede de catacumbas onde os primeiros cristãos convertidos foram enterrados.

Gennaro Sangiuliano, ministro da cultura da Itália, descreveu o reconhecimento da UNESCO como “um marco de prestígio”, observando que a organização reconheceu “o valor universal excepcional de uma obra de engenharia extraordinária que ao longo dos séculos foi essencial para as trocas comerciais, sociais e culturais com o Mediterrâneo e o Oriente”.

Roberto Gualtieri, prefeito de Roma, também celebrou a designação, descrevendo a Via Appia como “o símbolo de uma civilização inteira”. A estrada continua a ser um testamento da engenhosidade romana e do alcance expansivo do império, com suas seções preservadas fornecendo insights inestimáveis sobre a engenharia, cultura e história romanas.

Parque arqueológico Appia Antica

Os visitantes do parque arqueológico Appia Antica têm a oportunidade única de caminhar pelas mesmas pedras que outrora carregaram legiões romanas, comerciantes e viajantes. O parque oferece uma experiência vívida do passado, onde ruínas antigas e esforços modernos de preservação coexistem, proporcionando uma janela para a vida na Roma antiga.

O trecho preservado da Via Appia é uma mistura de história e natureza, com antigos monumentos ladeados por paisagens pitorescas. Entre as atrações estão os restos de vilas romanas, túmulos monumentais e os impressionantes aquedutos que abasteciam Roma com água. As catacumbas sob a estrada são um testemunho silencioso das primeiras comunidades cristãs e seu modo de vida.

A Via Appia é um exemplo notável da maestria romana na engenharia e construção de infraestrutura duradoura. As estradas romanas foram construídas com várias camadas de materiais, incluindo grandes pedras de fundação, camadas de cascalho e paralelepípedos de superfície. Essa técnica não apenas garantiu a durabilidade das estradas, mas também facilitou a drenagem eficiente da água, mantendo as vias transitáveis mesmo em condições climáticas adversas.

Além das estradas, os romanos eram mestres em diversas áreas de engenharia, incluindo a construção de pontes, aquedutos e edifícios monumentais. A Via Appia, com seus arcos triunfais, pontes e outras estruturas monumentais, exemplifica essa habilidade técnica e a visão estratégica dos romanos em conectar e consolidar seu império.

O reconhecimento da Via Appia como Patrimônio Mundial da UNESCO celebra sua importância histórica e cultural, garantindo que essa infraestrutura milenar seja preservada para as gerações futuras. A estrada não é apenas uma relíquia do passado, mas um símbolo do legado duradouro dos romanos na construção de infraestrutura e na promoção do desenvolvimento urbano e econômico.

A Via Appia continua a inspirar engenheiros, arquitetos e historiadores, servindo como um modelo de planejamento urbano e construção duradoura. Sua inclusão na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO reforça a importância de preservar esses marcos históricos que nos conectam às nossas raízes culturais e nos lembram das conquistas do passado.

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Descoberta de piso de mármore revela luxo de cidade submersa

Recentemente, arqueólogos fizeram uma descoberta notável no fundo do mar onde repousa a cidade submersa de Baiae: um piso de mármore multicolorido que destaca o luxo e a opulência deste antigo assentamento romano. Conhecida como a “Las Vegas” da Roma antiga, Baiae era um destino de férias para a elite romana, famoso por suas vilas luxuosas e fontes termais.

Baiae estava situada no Golfo de Nápoles, perto dos famosos restos de Pompéia. A cidade era um resort de elite, atraindo figuras proeminentes como Júlio César, Nero, Cícero e Adriano. Ao longo dos anos, arqueólogos subaquáticos recuperaram várias relíquias antigas, mas a recente descoberta de um piso de mármore multicolorido adiciona uma nova dimensão ao entendimento do luxo que definia Baiae.

De acordo com a página do Facebook do Parque Arqueológico dos Campos Flégreos, o piso é composto por milhares de placas de mármore em centenas de formatos diferentes, formando padrões geométricos intricados. Esta obra de arte faz parte do “opus sectile”, um tipo de mosaico composto por vários materiais coloridos como mármore, concha, madrepérola e vidro. Diferente dos mosaicos tesselados comuns, que usam pequenos cubos de pedra ou vidro, o opus sectile utiliza peças cortadas em formas específicas para criar designs mais elaborados e sofisticados.

O piso de mármore descoberto era, provavelmente, o piso de uma sala de recepção de uma villa pertencente a um indivíduo de alto status durante o terceiro século d.C. O design complexo e caro indica o nível de riqueza e sofisticação do proprietário. O padrão do mosaico inclui vários quadrados cercados por círculos inscritos, e muitas das pedras usadas parecem ter sido reaproveitadas de outras construções, destacando a habilidade e o engenho dos artesãos romanos.

A criação de um mosaico como esse era extremamente cara, o que explica o uso de pedras recuperadas de outras estruturas. A reutilização de materiais não apenas demonstra uma abordagem pragmática, mas também sugere um desejo de manter e exibir a riqueza e a sofisticação mesmo em tempos de recursos limitados. A descoberta deste piso oferece insights valiosos sobre as práticas e prioridades da elite romana em Baiae.

Baiae era conhecida por suas vilas luxuosas e seu lindo litoral, atraindo a elite romana com suas fontes termais rejuvenescedoras, que borbulhavam de aberturas vulcânicas abaixo. Essas fontes eram famosas por suas supostas propriedades curativas, fazendo de Baiae um destino desejado para aqueles que buscavam saúde e prazer.

Com o tempo, Baiae tornou-se conhecida por seu apelo hedonista. Sêneca, o famoso filósofo estoico, descreveu a cidade como um “lugar a ser evitado” devido ao vício e ao pecado. Ele lamentou a decadência da cidade, onde festas desenfreadas e estados de embriaguez perturbavam a paz. Apesar de sua reputação decadente, Baiae permaneceu um símbolo do luxo e do excesso romano.

Baiae encontrou seu fim devido a processos históricos e geológicos. Com o colapso do Império Romano, a cidade foi atacada por vários invasores e, mais tarde, invadida por exércitos muçulmanos no século VIII d.C. No século XVI, a cidade afundou abaixo do nível do mar devido à atividade vulcânica dentro dos Campos Flegreios, um supervulcão onde Baiae estava situada.

Hoje, arqueólogos subaquáticos trabalham diligentemente para recuperar e restaurar muitos aspectos da cidade submersa de Baiae. A descoberta e a restauração do piso de mármore são apenas um exemplo do que esses esforços têm revelado sobre a vida luxuosa e opulenta que uma vez floresceu nesta cidade.

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Palácio submerso da Roma Antiga é descoberto pelos arqueólogos

Uma descoberta arqueológica significativa na costa de Campo di Mare, Itália, está emocionando a comunidade científica e os entusiastas da história romana. Sob a coordenação da Soprintendenza Archaeologia Belle Arti Paesaggio Etruria Meridionale, pesquisadores revelaram uma estrutura submersa da era romana que outrora fazia parte de um vasto complexo de vilas.

Esta descoberta, fruto de uma iniciativa de três anos para escavar e preservar a arquitetura romana antiga perdida no mar, oferece um vislumbre fascinante da sofisticação e do luxo da Roma Antiga.

A jornada de descoberta começou em 2021, quando uma coluna de mármore cipollino com seu capitel jônico foi encontrada. Esta coluna fazia parte de uma estrutura circular, com aproximadamente 50 metros de diâmetro, localizada a poucos metros da costa. Identificada como um pavilhão marítimo, acredita-se que a construção era uma parte significativa de uma villa romana maior. A arquitetura do pavilhão destaca-se pela sua sofisticação, refletindo o conhecimento avançado dos romanos em engenharia e design.

Sob a direção do Serviço de Arqueologia Subaquática da Superintendência e com o apoio do CSR Restauro Beni Culturali, a equipe de escavação descobriu dois cinturões concêntricos de paredes de tijolos. Estas paredes, construídas com camadas duplas de tijolos triangulares e argamassa, foram espaçadas cerca de três metros entre si e fundadas sobre uma base de argila. Este método construtivo ajudou a preservar a cofragem de madeira e numerosos pilares de fundação, revelando a durabilidade e a inovação das técnicas romanas.

Dentro do pavilhão, a equipe encontrou piso de opus spicatum, um padrão de tijolos em espinha comum na arquitetura romana. Além disso, foram descobertos vestígios de opus signinum, um tipo de concreto romano impermeável, essencial para estruturas que necessitavam de impermeabilização, como banhos e aquedutos. Fragmentos de pavimento opus sectile, conhecidos por seus intrincados desenhos embutidos, destacaram ainda mais o luxo do pavilhão, indicando que ele era reservado aos ambientes mais elegantes e opulentos da época.

A escavação enfrentou numerosos desafios, incluindo as dificuldades normais das investigações marinhas e a erosão costeira. As partes de madeira da estrutura exigiram limpeza, restauração e consolidação meticulosas, realizadas pelos restauradores subaquáticos do CSR Restauro Beni Culturali. Apesar desses obstáculos, a equipe avançou na documentação e restauração do local, garantindo que os vestígios deste patrimônio romano fossem preservados para futuras gerações.

A análise do pavilhão sugere que ele fazia parte de uma luxuosa villa romana estrategicamente localizada perto da antiga Via Aurélia, uma rota crucial durante a era romana que ligava Roma a várias regiões costeiras e interiores. Os elementos arquitetônicos do pavilhão indicam que ele pode ter pertencido a um membro de alto escalão da aristocracia romana, oferecendo informações valiosas sobre o estilo de vida luxuoso da época.

A investigação futura, incluindo levantamentos geofísicos do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), visa fornecer uma compreensão mais detalhada do local e garantir a sua preservação contra a erosão costeira em curso. Estes estudos complementares serão essenciais para mapear a extensão do complexo de vilas e para compreender melhor o contexto histórico e social em que o pavilhão foi construído.

A descoberta do pavilhão marítimo submerso na costa de Campo di Mare é um testemunho do rico e sofisticado patrimônio arquitetônico da Roma Antiga. Esta escavação não apenas revela a engenharia avançada e o luxo da era romana, mas também oferece um vislumbre tangível do estilo de vida da aristocracia romana.

A preservação e a análise contínua deste site prometem fornecer insights ainda mais profundos sobre a história e a cultura romana, emocionando e impactando todos que se interessam pelo passado glorioso da humanidade.

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A Arqueologia é uma área fascinante que nos oferece informações extraordinárias todos os dias. Parece meio exagerada a frase acima, mas não é. De fato, todos os dias dia surgem novidades que nos deixam perplexidade.

Os mistérios das civilizações antigas mais avançadas, suas técnicas de construções, seus mistérios para sobreviver em um mundo perigoso e seus feitiços, eram segredos que hoje nos são revelados. Os povos antigos muitas vezes guiados por uma cultura supersticiosa e mística, criavam invenções de valor cientifico, que atualmente nos impressionam.

Ao redor do mundo, a todo momento os arqueólogos descobrem novos artefatos e itens que nos levam a um mundo impressionante de revelações. Eventualmente, na descoberta de alguma cidade antigas, que estava perdida, se deparamos com feitos inimagináveis. Acredita, com isso, que o mundo, há uns 3 ou 4 mil anos, tinha muito mais povoados que se imaginava. E em cada uma dessas cidades, nos surpreende a quantidade inovações para as épocas em que pertenceram.

Já falamos aqui dezenas de vezes sobre Pompeia, uma antiga cidade romana localizada na Itália que foi destruída pela erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C., mas foi preservada pelas cinzas vulcânicas, o que permitiu aos arqueólogos estudarem a cidade em detalhes. Uma das descobertas mais impressionantes de Pompeia é a rua que se ilumina à noite.

A rua, localizada no centro da cidade, é pavimentada com pedras de basalto preto. Essas pedras são cobertas por uma fina camada de calcário, que reflete a luz das estrelas e da lua. À noite, a rua parece estar cheia de estrelas, o que cria um efeito mágico e surreal.

O desenvolvimento de Pompeia foi marcado por uma série de avanços tecnológicos, incluindo a construção de uma extensa rede de aquedutos. Esses aquedutos transportavam água das montanhas para a cidade, permitindo que os pompeianos tivessem água potável e para irrigação.

A tecnologia hídrica de Pompeia era muito avançada para sua época. Os aquedutos eram construídos com canais de pedra e argamassa, e eram equipados com sistemas de válvulas e filtros para manter a água limpa. A cidade também tinha um sistema de esgoto que coletava e escoava as águas residuais.

Outros avanços tecnológicos de Pompeia incluem a construção de estradas pavimentadas, edifícios públicos luxuosos e um anfiteatro. A cidade também era um importante centro comercial e cultural, e abrigava uma população diversificada de pessoas de todo o Império Romano.

A erupção do Vesúvio em 79 d.C. destruiu Pompeia e seus cerca de 20.000 habitantes. No entanto, as cinzas vulcânicas preservaram a cidade em um estado quase perfeito, o que nos permite aprender sobre a vida cotidiana dos romanos na época.

O efeito mágico da rua que se ilumina à noite é uma das muitas maravilhas de Pompeia. Essa descoberta nos lembra da riqueza e complexidade da civilização romana, e da importância da preservação do patrimônio histórico. Iluminar as ruas com pedras que refletiam a luz do luar era comum nas cidades romanas antigas.

Na Roma antiga, as estradas eram pontilhadas com pedras brancas, chamadas de “olhos de gato”, que refletiam o luar. Essas pedras eram feitas de calcário, um material que é naturalmente branco e brilhante. Elas eram colocadas a intervalos regulares, geralmente a cada dois metros, para ajudar as pessoas a andar na rua depois de escurecer.

Os romanos também usavam lanternas a óleo para iluminar as ruas, mas as pedras brancas eram uma forma mais eficaz de garantir a segurança dos pedestres. Elas ajudavam a criar um caminho claro e iluminado, mesmo em noites sem lua.

Os “olhos de gato” ainda são usados em muitas estradas modernas. Eles são uma forma simples, mas eficaz, de melhorar a segurança viária.

Os avanços dos povos antigos são impressionantes e nos mostram a capacidade da humanidade de resolver problemas e melhorar a qualidade de vida. A rua de Pompeia que se ilumina à noite é um exemplo disso. Os romanos desenvolveram uma tecnologia simples, mas eficaz, para iluminar as ruas à noite, garantindo a segurança dos pedestres.

Outros avanços notáveis dos povos antigos incluem a construção de aquedutos, sistemas de esgoto, estradas pavimentadas, edifícios públicos luxuosos, e até mesmo máquinas simples, como o parafuso de Arquimedes. Esses avanços foram fundamentais para o desenvolvimento da civilização e nos permitem viver da maneira como vivemos hoje.

É importante lembrar que os povos antigos não tinham os mesmos recursos e tecnologias que temos hoje. Eles usavam o conhecimento e os materiais que tinham disponíveis para resolver problemas e melhorar suas vidas. Isso é uma prova da criatividade e da inteligência humanas.

Os avanços dos povos antigos nos inspiram e nos motivam a continuar a inovar e melhorar o mundo. Eles nos mostram que tudo é possível, desde que haja determinação e criatividade.

Ruínas de um Fórum de 2 mil anos mostra o poder fascinante do Império Romano

As ruínas do Fórum Romano em Roma, na Itália, são um testemunho silencioso da grandiosidade e poder do antigo Império Romano. Originalmente, essa área de planície entre o Monte Capitolino e o Monte Palatino era um pântano. No entanto, com o avanço da engenharia e a drenagem do terreno, esse local improvável se tornou o centro governamental da Roma Antiga e o símbolo arquitetônico de seu vasto império.

O Fórum Romano, ao longo dos séculos, evoluiu de um simples mercado aberto para se tornar o ponto de encontro natural entre os dois assentamentos originais nas colinas circundantes. À medida que Roma crescia e se expandia, líderes romanos influentes encomendaram a construção de templos, salões e outros edifícios notáveis, transformando o Fórum em uma área repleta de arquitetura monumental.

Um dos marcos mais famosos do Fórum Romano foi a Nova Rostra, uma plataforma de oratória onde os senadores se dirigiam a outros políticos e ao público em geral. Esse local se tornou palco de importantes discursos políticos, debates acalorados e eventos históricos significativos. A Nova Rostra simbolizava não apenas o poder político de Roma, mas também a importância da oratória e do discurso público na cultura romana.

Embora muitas das estruturas do Fórum tenham desmoronado ao longo dos séculos, esse fato aumentou ainda mais a mística e o fascínio do local para os visitantes. As ruínas desbotadas contam histórias de batalhas épicas, decisões políticas cruciais e a vida cotidiana de uma civilização que deixou uma marca indelével na história da humanidade.

Caminhar pelas ruínas do Fórum Romano é como viajar no tempo. Os visitantes podem imaginar as multidões reunidas em torno das colunas majestosas dos templos, os senadores discutindo questões de Estado na Nova Rostra e os cidadãos romanos negociando negócios e trocando fofocas nos mercados movimentados. A atmosfera palpável de grandeza e poder permanece no ar, mesmo que as estruturas tenham se deteriorado.

A preservação das ruínas do Fórum Romano é fundamental para entender e apreciar a herança cultural deixada pela Roma Antiga. Graças aos esforços contínuos de conservação, os visitantes têm a oportunidade única de explorar esse complexo arqueológico impressionante e de conectar-se com um período histórico que moldou o mundo ocidental.

Além disso, a localização central do Fórum Romano torna a visita ainda mais especial. Situado entre outros importantes pontos turísticos, como o Coliseu e o Palatino, o Fórum Romano é parte de um conjunto arquitetônico histórico que representa o esplendor de Roma. Essa proximidade permite aos visitantes mergulharem em uma experiência completa, compreendendo a magnitude do poder e da influência que a antiga cidade exercia sobre o mundo.

Enquanto se caminha pelas ruínas do Fórum Romano, é possível vislumbrar a grandiosidade de estruturas como o Templo de Saturno, dedicado ao deus do tempo, e o Templo de Vênus e Roma, construído em honra às deusas do amor e da cidade. Mesmo que apenas vestígios dessas construções permaneçam, sua imponência é evidente e transporta os visitantes para uma era em que Roma era o epicentro do mundo conhecido.

Além dos templos, o Fórum abrigava também diversos outros edifícios públicos, como a Basílica Emília, um espaço de grande importância administrativa e judicial, onde ocorriam negociações comerciais e julgamentos. Os vestígios dessa estrutura proporcionam uma visão única das atividades cotidianas que ocorriam no local, bem como das relações comerciais e legais que moldaram a sociedade romana.

Outro destaque é a Coluna de Trajano, um monumento impressionante construído para comemorar as conquistas militares do imperador Trajano. Decorada com relevos que contam a história das guerras dacianas, essa coluna é uma verdadeira obra de arte narrativa que transporta os visitantes para as batalhas e vitórias do passado.

A riqueza histórica do Fórum Romano não se limita apenas às suas estruturas principais. Ao explorar o local, os visitantes também podem encontrar vestígios de antigas estradas pavimentadas, fontes, altares e estátuas, tudo isso contribuindo para a riqueza arqueológica do local. Cada descoberta proporciona um vislumbre da vida cotidiana dos romanos e enriquece nossa compreensão da sociedade e da cultura da época.

É importante ressaltar que a visita ao Fórum Romano é enriquecida por meio de informações e orientações de guias turísticos especializados, que podem compartilhar histórias fascinantes e detalhes técnicos sobre as estruturas. Esses profissionais capacitados são fundamentais para auxiliar os visitantes a decifrarem o passado e a compreenderem a importância desse local emblemático.

As ruínas do Fórum Romano em Roma são um tesouro histórico que nos conecta a uma das civilizações mais influentes da história. Esse complexo arqueológico transcende o tempo e permite que os visitantes mergulhem na grandiosidade e no poder da Roma Antiga. É uma jornada fascinante que nos transporta para um período de esplendor, e nos lembra da importância de preservar e aprender com o passado para construir um futuro consciente e inspirador.

CRONOLOGIA

Aqui está uma cronologia com datas-chave desde a fundação até a ruína do Fórum Romano em Roma:

753 a.C.:

Segundo a lenda, Roma é fundada por Rômulo no Monte Palatino, nas proximidades do que se tornaria o Fórum Romano.

Século VII a.C.:

A área onde o Fórum Romano seria construído era um pântano entre o Monte Capitolino e o Monte Palatino.

600 a.C.:

A terra é drenada e o local começa a ser usado como um mercado aberto.

509 a.C.:

Fundação da República Romana, com a expulsão do último rei, Tarquínio, o Soberbo.

509-44 a.C.:

Durante a República Romana, várias estruturas, como templos e edifícios públicos, são construídas no Fórum Romano.

44 a.C.:

Assassinato de Júlio César, que gera turbulência política em Roma.

27 a.C.:

Otaviano (posteriormente conhecido como Augusto) torna-se o primeiro imperador romano, inaugurando o período do Império Romano.

2 a.C.:

Augusto constrói a Nova Rostra, uma plataforma de oratória no Fórum Romano.

Século I d.C.:

O Fórum Romano passa por expansões e melhorias significativas sob os imperadores Júlio César, Augusto, Vespasiano e Domiciano.

312 d.C.:

O imperador Constantino I conquista Roma e, posteriormente, adota o cristianismo como religião oficial do Império Romano.

Século IV d.C.:

O cristianismo ganha influência e as estruturas do Fórum Romano começam a ser abandonadas ou convertidas em igrejas.

410 d.C.:

Saque de Roma pelos visigodos, liderados por Alarico, resultando em danos significativos ao Fórum Romano.

Século V-VI d.C.:

O declínio do Império Romano do Ocidente leva ao abandono gradual do Fórum Romano, que se torna uma área de ruínas.

9º-19º século:

As ruínas são gradualmente enterradas e cobertas por detritos ao longo dos séculos, e o Fórum Romano é esquecido e negligenciado.

18 de julho de 1870:

Unificação da Itália e início de um processo de recuperação e escavação sistemática do Fórum Romano.

Século XX:

O Fórum Romano se torna um importante local turístico e uma atração arqueológica significativa em Roma.

Embora a data exata de ruína completa do Fórum Romano não seja claramente definida, pode-se dizer que ocorreu ao longo dos séculos IV a VI d.C., à medida que o Império Romano entrou em declínio e as estruturas foram abandonadas e danificadas por eventos históricos e desastres naturais, como saques e terremotos. Desde então, as ruínas do Fórum Romano permaneceram como testemunhas silenciosas do esplendor e da grandeza da antiga Roma.

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