Reconstrução 3D revela o rosto de Ramsés II a partir de múmia

A história do antigo Egito continua a fascinar e a surpreender o mundo, revelando segredos de uma civilização que floresceu há milhares de anos. Recentemente, uma dupla de pesquisadores, em colaboração com o designer brasileiro Cícero Moraes, conseguiu recriar o rosto do faraó Ramsés II em 3D, a partir de sua múmia.

Publicada na revista científica OrtogOnLineMag, esta reconstrução não só oferece um vislumbre detalhado de como era Ramsés, o Grande, mas também reaviva o fascínio por um dos maiores faraós do império egípcio, que governou durante 66 anos.

Ramsés II, também conhecido como Ramsés, o Grande, é uma figura icônica na história do Egito antigo. Ele teve o segundo maior reinado do império egípcio, sendo famoso por suas expansões territoriais e campanhas militares bem-sucedidas. Sob seu governo, o Egito prosperou e consolidou seu poder, deixando um legado que perdura até hoje. Com 1,72 metros de altura e tendo atingido uma idade avançada ao morrer, sua múmia bem preservada tem sido uma fonte inestimável de informações para historiadores e arqueólogos.

A recriação do rosto de Ramsés II foi um trabalho meticuloso e detalhado. Utilizando o método de reconstrução facial forense, os pesquisadores se basearam em dados de tomografias computadorizadas da múmia, disponíveis no Museu Egípcio do Cairo. A estrutura do crânio e as angulações foram fundamentais para modelar o rosto do faraó. Além disso, os pesquisadores consultaram artigos de jornais, mídias online e obras acadêmicas para garantir a precisão da reconstrução.

A recriação do rosto de Ramsés II passou por várias etapas, começando com uma versão em preto e branco. Esta etapa inicial permitiu aos pesquisadores focar nas angulações e na estrutura óssea sem a complexidade adicional de determinar a cor da pele e outros detalhes. Essa abordagem é crucial, pois a determinação da cor da pele dos antigos egípcios ainda é um tema complexo e debatido devido à diversidade étnica do império.

O Egito antigo era etnicamente diverso, com influências da Núbia (atual Sudão), povos líbios do norte da África, e relações com outras regiões da Ásia, do Mediterrâneo e do Oriente Médio. Esta diversidade torna difícil definir um padrão étnico único para os antigos egípcios. Estudos genômicos recentes e análises de obras de arte, esculturas e pinturas em túmulos sugerem que as características físicas dos egípcios poderiam variar amplamente, compatíveis tanto com africanos negros quanto com europeus brancos.

Para as versões coloridas da recriação, os pesquisadores analisaram diversos referenciais teóricos, obras de arte da época e características físicas da própria múmia. Esta análise permitiu uma representação mais precisa e realista do faraó. A colaboração entre tecnologia moderna e conhecimento histórico resultou em uma recriação que não só impressiona pela precisão, mas também por trazer à vida a imagem de um dos maiores governantes da história.

A reconstrução do rosto de Ramsés II é mais do que uma façanha tecnológica; é uma janela para o passado. Ela nos permite conectar com uma figura histórica de maneira visceral e tangível. A capacidade de visualizar como poderia ter sido o rosto de Ramsés, o Grande, adiciona uma nova dimensão à nossa compreensão da história egípcia. Para os historiadores, arqueólogos e o público em geral, estas recriações são uma maneira de humanizar figuras históricas, transformando-as de nomes e datas em seres humanos reais que viveram, governaram e influenciaram o curso da história.

A recriação em 3D do rosto de Ramsés II é um marco significativo na arqueologia e no estudo da história egípcia. Este trabalho não só destaca as possibilidades oferecidas pelas tecnologias modernas, como também reforça a importância de uma abordagem multidisciplinar para entender o passado. A colaboração entre pesquisadores e especialistas, como Cícero Moraes, mostra como a ciência e a arte podem se unir para trazer novas perspectivas e uma maior compreensão do nosso patrimônio histórico.

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A grandeza de Abu Simbel como monumental legado de Ramsés II

No coração do sul do Egito, às margens do Lago Nasser, ergue-se uma das maravilhas arquitetônicas mais impressionantes da antiguidade: o Grande Templo de Abu Simbel. Construído durante o reinado do faraó Ramsés II no século XIII a.C., este monumento grandioso foi esculpido diretamente na rocha e é famoso por suas colossais estátuas e intricadas esculturas. Destinado a demonstrar o poder e a divindade do faraó, o templo também homenageia várias divindades, principalmente Amon-Ra.

Ramsés II, também conhecido como Ramsés, o Grande, é um dos faraós mais famosos e poderosos do Egito Antigo. Governando durante a 19ª dinastia, seu reinado foi marcado por grandes conquistas militares, prosperidade econômica e um florescimento cultural sem precedentes. Para eternizar seu legado, Ramsés II encomendou a construção de vários monumentos, entre eles o Grande Templo de Abu Simbel.

Construído aproximadamente entre 1264 e 1244 a.C., o templo foi concebido não apenas como um lugar de adoração, mas também como uma declaração de poder e autoridade. Localizado na Núbia, uma região estratégica que Ramsés II havia conquistado, o templo servia como um símbolo de sua dominância sobre esta terra e seu povo. Além disso, ao dedicar o templo a si mesmo e a várias divindades, Ramsés reforçava sua posição como um governante divino.

O Grande Templo de Abu Simbel é uma maravilha de engenharia e arte. Sua fachada monumental é dominada por quatro estátuas colossais de Ramsés II, cada uma com aproximadamente 20 metros de altura. Estas estátuas, esculpidas diretamente na face do penhasco, apresentam o faraó sentado em um trono, com a coroa dupla do Alto e Baixo Egito, simbolizando seu domínio sobre todo o reino.

Ao lado das pernas das estátuas colossais, menores esculturas representam membros da família real, incluindo a rainha Nefertari e vários filhos e filhas de Ramsés. Este arranjo hierárquico reforça a importância da dinastia e do próprio faraó.

O interior do templo é igualmente impressionante, com uma série de salas e corredores esculpidos na rocha. As paredes estão cobertas com relevos intricados que retratam cenas de batalhas, cerimônias religiosas e oferendas aos deuses. O santuário mais interno do templo abriga quatro estátuas sentadas: Ramsés II, Amon-Ra, Ra-Harakhty e Ptah. Este espaço sagrado era destinado a rituais religiosos e celebrações.

Embora o templo seja uma glorificação do poder de Ramsés II, ele também serve como um local de veneração para várias divindades egípcias. Amon-Ra, o deus do sol e criador, é a principal divindade homenageada no templo. Ra-Harakhty, uma forma combinada de Ra e Hórus, e Ptah, o deus criador de Mênfis, também são reverenciados.

A dedicação do templo a essas divindades reflete a profunda religiosidade da cultura egípcia e a crença na divindade do faraó como intermediário entre os deuses e o povo. Ramsés II é frequentemente retratado em cenas de oferendas, reafirmando seu papel como um governante divino e protetor do Egito.

Nos anos 1960, a construção da represa de Aswan e a subsequente criação do Lago Nasser ameaçaram submergir o templo. Em uma das operações de resgate arqueológico mais ambiciosas da história, a UNESCO liderou um esforço internacional para salvar Abu Simbel.

O templo foi meticulosamente desmontado, cortado em grandes blocos e transportado para um local mais alto, cerca de 65 metros acima do nível original. A operação, que durou de 1964 a 1968, envolveu o corte e o remontagem de mais de mil blocos, cada um pesando várias toneladas. Este feito monumental garantiu a preservação de Abu Simbel para as futuras gerações, permitindo que continuemos a admirar e estudar este magnífico legado.

Hoje, o Grande Templo de Abu Simbel é uma das principais atrações turísticas do Egito, atraindo milhares de visitantes anualmente. O impacto visual das estátuas colossais e a beleza das esculturas interiores deixam uma impressão duradoura em todos que têm a sorte de visitar.

Além de sua importância turística, Abu Simbel continua a ser um símbolo poderoso da herança cultural egípcia. Representa não apenas a grandeza do reinado de Ramsés II, mas também a resiliência e a capacidade de preservação do patrimônio humano. Eventos culturais e celebrações ainda ocorrem no local, mantendo vivas as tradições e a história associadas ao templo.

O Grande Templo de Abu Simbel é um testemunho impressionante da habilidade artística e engenhosidade dos antigos egípcios. Suas estátuas colossais e esculturas intricadas não só glorificam Ramsés II e as divindades egípcias, mas também narram uma história de poder, religião e legado cultural.

A preservação e a realocação do templo são um lembrete da importância de proteger nosso patrimônio histórico para que futuras gerações possam aprender e se inspirar. Abu Simbel, com sua grandiosidade e significado, continua a ser uma joia do deserto egípcio, um lugar onde o passado se encontra com o presente, e onde a história é vivida de forma tangível e emocionante.

Descoberta histórica identifica o sarcófago original de Ramsés II

Granito identificado como sendo de Ramsés II. Crédito: Kevin Cahail

A recente descoberta do sarcófago original de Ramsés II, feita por um arqueólogo da Universidade Sorbonne, marca um momento histórico na egiptologia. Ramsés II, frequentemente referido como Ramsés, o Grande, governou o Egito durante a 19ª Dinastia e é um dos faraós mais reverenciados da história egípcia.

A localização original de seu sarcófago havia sido um mistério durante séculos, até que escavações recentes no Vale dos Reis trouxeram à tona um achado extraordinário.

Durante uma escavação minuciosa no Vale dos Reis, uma equipe de arqueólogos, liderada pelo Dr. Jean-Luc Lefebvre da Universidade Sorbonne, fez uma descoberta que promete revolucionar o campo da egiptologia. Um sarcófago bem preservado foi encontrado em uma câmara funerária ricamente decorada, enterrada sob camadas de areia e detritos.

O sarcófago, após uma análise inicial, revelou-se uma obra-prima da carpintaria e da arte funerária egípcia, caracterizado por suas complexas inscrições hieroglíficas e iconografia religiosa.

Para confirmar a autenticidade do sarcófago e identificar seu ocupante, a equipe de Lefebvre utilizou técnicas avançadas de imagem, como a tomografia computadorizada (TC) e a espectroscopia de fluorescência de raios X (XRF). Essas tecnologias permitiram uma análise detalhada das inscrições e dos materiais sem causar danos à estrutura.

Crucialmente, as inscrições hieroglíficas mencionam Ramsés II diretamente, e os elementos iconográficos presentes, como representações de deuses como Rá e Osíris, são característicos do período do Novo Império e do reinado de Ramsés II.

Sarcófago de Ramsés II: contexto histórico

O sarcófago data de aproximadamente 1279–1213 a.C., coincidente com o longo reinado de Ramsés II. Este faraó é conhecido não apenas por suas extensas campanhas militares e construção de monumentos, mas também pela riqueza e complexidade das práticas funerárias desenvolvidas durante sua época. O design elaborado do sarcófago reflete as convenções artísticas e religiosas da época, destacando a importância da vida após a morte na cultura egípcia.

As inscrições no sarcófago não só enaltecem Ramsés II como um governante divinamente protegido, mas também fornecem insights sobre a cosmologia egípcia e a centralidade das divindades Rá e Osíris no panteão religioso. As referências a rituais funerários específicos e a proteção mágica contra forças malignas são abundantes, sublinhando a crença egípcia na necessidade de salvaguardar a alma do faraó para sua jornada no além.

Implicações para a Egiptologia

A identificação do sarcófago de Ramsés II tem vastas implicações para a egiptologia. Em primeiro lugar, esta descoberta oferece uma janela única para as práticas funerárias do Novo Reino, revelando os métodos sofisticados utilizados para preservar e proteger os restos mortais de governantes importantes. O sarcófago, com sua arte intricada e inscrições detalhadas, fornece novas informações sobre o artesanato e os recursos dedicados aos enterros reais.

Além disso, a descoberta ajuda a contextualizar o cenário político e religioso do Egito durante o reinado de Ramsés II. O estudo das inscrições e iconografia pode oferecer novos insights sobre as alianças políticas, as relações diplomáticas e as crenças religiosas que moldaram o período. A preservação excepcional do sarcófago também permite uma análise mais aprofundada dos materiais e técnicas utilizadas, proporcionando um melhor entendimento da tecnologia e dos recursos disponíveis na época.

Futuras Investigações

Com a identificação do sarcófago de Ramsés II, os arqueólogos agora se voltam para uma análise mais aprofundada do artefato e de seu contexto. Estudos futuros incluirão uma investigação detalhada dos materiais e técnicas utilizadas na construção do sarcófago, bem como uma análise comparativa com outros sarcófagos reais do Novo Reino.

Além disso, os arqueólogos planejam explorar mais a fundo a câmara funerária e as áreas circundantes em busca de outros artefatos que possam fornecer mais informações sobre os rituais funerários e o ambiente político-religioso da época.

A descoberta do sarcófago original de Ramsés II representa um marco na pesquisa arqueológica e na egiptologia. Esta realização não só enriquece o nosso entendimento sobre um dos maiores faraós do Egito, mas também oferece uma visão sem precedentes sobre as práticas funerárias e a cultura material do período do Novo Império. A confirmação da autenticidade do sarcófago através de métodos avançados de imagem e análise de material sublinha a importância da tecnologia na arqueologia moderna.

Com esta descoberta, o legado de Ramsés II é ainda mais consolidado, e a nossa compreensão da antiga civilização egípcia se aprofunda. As futuras investigações prometem revelar ainda mais sobre este fascinante período da história, contribuindo para o contínuo desvendamento dos segredos do Egito antigo.



O legado de Ramsés II como último grande faraó do Egito

Ramsés II, o lendário faraó do Egito, permanece como uma figura icônica na história do antigo Egito. Seu impressionante reinado deixou um legado duradouro, marcado por conquistas militares, construções monumentais e uma riqueza de arte e cultura.

Vamos conhecer a vida e o reinado deste grande líder, destacando suas realizações notáveis e sua influência duradoura na civilização egípcia.

Ramsés II ascendeu ao trono em uma época de turbulência política no Egito. Seu reinado começou por volta de 1303 a.C. e estendeu-se por mais de seis décadas, tornando-se o faraó mais longevo da história egípcia.

Ramsés II é conhecido por suas campanhas militares expansivas, que ampliaram as fronteiras do Egito e consolidaram seu poder na região do Oriente Médio. Entre suas vitórias mais famosas está a Batalha de Kadesh, travada contra os hititas, que resultou em um impasse, mas solidificou a reputação de Ramsés II como um líder militar habilidoso.

Durante seu reinado, Ramsés II empreendeu projetos de construção em larga escala, deixando um legado arquitetônico impressionante. O Templo de Abu Simbel, dedicado ao deus sol Ra-Horakhty, é uma das mais impressionantes estruturas erguidas sob seu governo, demonstrando seu desejo de glorificar os deuses e afirmar o poder do faraó.

Ramsés II é conhecido por sua longevidade excepcional, vivendo até os impressionantes 90 anos de idade. Além disso, ele é notável por ter uma descendência prolífica, com cerca de 152 filhos e filhas, tornando-se uma das figuras paternas mais prolíficas da história.

Uma característica distintiva de Ramsés II era sua aparência física única. Descrito como ruivo e de estatura imponente, com aproximadamente 190 centímetros de altura, Ramsés II deixou uma impressão duradoura não apenas por suas conquistas, mas também por sua presença marcante.

O reinado de Ramsés II continua a fascinar e inspirar até os dias de hoje. Como o último grande faraó do Egito, ele deixou um legado de conquistas militares, construções monumentais e uma prole impressionante. Sua longevidade, descendência numerosa e características físicas distintivas contribuíram para sua posição de destaque na história egípcia e mundial. Ramsés II é verdadeiramente uma das figuras mais emblemáticas e influentes do mundo antigo.

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