Novo icone roxo no instagram, descubra a polêmica IA da meta

A área de directs do Instagram recentemente surpreendeu alguns usuários com um novo ícone roxo, despertando curiosidade e especulações. Quando tocado, este ícone revela uma nova ferramenta batizada de IA da Meta, prometendo acesso à inteligência artificial generativa desenvolvida pelo conglomerado de Mark Zuckerberg. No entanto, apesar da expectativa, a ferramenta não está funcional e não há um prazo definido para seu funcionamento.

A IA da Meta foi oficialmente apresentada em setembro de 2023, com base no modelo de linguagem de grande porte Llama 3. Esta tecnologia de inteligência artificial generativa foi desenvolvida para responder a perguntas dos usuários em um formato de chatbot, similar ao ChatGPT, Copilot, Gemini e outros aplicativos de IA conhecidos. Lançada inicialmente em inglês nos Estados Unidos e em outros países, a IA da Meta começou a ser disponibilizada em abril de 2024.

No evento Meta Conversations, realizado em São Paulo no início de junho de 2024, a Meta anunciou o lançamento da ferramenta em português do Brasil. A expectativa era alta, considerando a popularidade crescente das ferramentas de IA e o potencial de facilitar a interação dos usuários com a plataforma.

Apesar do lançamento, muitos usuários brasileiros relataram que a IA da Meta não está funcionando corretamente. Ao tocar no ícone roxo, a tela simplesmente carrega indefinidamente sem fornecer informações adicionais ou funcionalidades. A ausência de uma data oficial para a resolução desses problemas e a falta de resposta do Instagram às perguntas enviadas até o fechamento desta matéria aumentaram a frustração dos usuários.

A introdução da IA da Meta no Brasil não foi tranquila. A ferramenta enfrentou críticas significativas devido às mudanças na política de privacidade da Meta. Os novos termos estabelecem que as postagens dos usuários nas redes sociais poderão ser utilizadas para treinar modelos de IA. Essa decisão gerou preocupações entre os defensores da privacidade e resultou em ações regulatórias.

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibiu o avanço da ferramenta no Brasil, estabelecendo uma multa a partir de uma ação do órgão de defesa do consumidor Idec. A ANPD expressou preocupações sobre o uso das postagens dos usuários para treinamento de IA, considerando uma violação potencial dos direitos de privacidade dos cidadãos brasileiros.

Além da ANPD, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também foram envolvidos no assunto. As duas agências têm o papel de assegurar que as práticas empresariais e as políticas de telecomunicações respeitem as regulamentações brasileiras e protejam os consumidores.

Em resposta às ações regulatórias, a Meta declarou estar “desapontada” com a decisão da ANPD. A empresa argumentou que outras empresas do setor realizam práticas semelhantes ou até mais intrusivas e reafirmou seu compromisso em cumprir as leis de privacidade e regulações do Brasil. No entanto, essa defesa não conseguiu atenuar as preocupações regulatórias e públicas.

As controvérsias em torno da IA da Meta destacam os desafios que grandes empresas de tecnologia enfrentam ao tentar implementar novas tecnologias em diferentes jurisdições. A resistência regulatória no Brasil exemplifica a tensão entre inovação tecnológica e a proteção de direitos dos usuários. Essas tensões são especialmente agudas quando se trata de privacidade de dados, um tema de crescente importância global.

Apesar dos desafios, o potencial da IA da Meta para transformar a interação dos usuários com o Instagram e outras plataformas da Meta permanece significativo. A empresa precisará trabalhar em estreita colaboração com as autoridades regulatórias brasileiras para resolver as questões de privacidade e obter a aprovação necessária para a implementação completa de sua ferramenta de IA.

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