O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, se prepara para uma missão internacional de estreitar os laços com Portugal. O objetivo é fortalecer as relações entre o estado e o país europeu, explorando oportunidades de cooperação nas áreas de tecnologia, turismo e comércio.
“Depois do anúncio de voos diretos entre Santa Catarina e Portugal, vamos até lá para buscar novas parcerias. Queremos promover nosso estado como destino turístico para os portugueses e demais europeus que vêm para o Brasil. Mostrar como Santa Catarina é também um lugar a ser visitado, além de ser um grande parceiro em outros setores”, destacou o governador Jorginho Mello.
A comitiva catarinense será formada por secretários das pastas de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Turismo e Comunicação. Entre os principais pontos da agenda estão encontros com líderes governamentais e empresariais portugueses, onde serão discutidas estratégias para promover o intercâmbio de conhecimento e inovação.
A comitiva catarinense vai conhecer o Sistema Integrado de Emergência Médica, o SIEM, que existe desde 1981 em Portugal, composto por um grupo de entidades que atua em conjunto para prestar assistência médica às vítimas de acidente ou doença súbita. Será realizada também uma visita à companhia TAP para traçar estratégias de promoção turística. A empresa passará a ter três voos semanais diretos entre os aeroportos internacionais de Lisboa e Florianópolis.
Após a retomada da negociação entre o Governo de Santa Catarina e TAP Air Portugal, a empresa aérea e o Estado entraram em acordo para a realização de voos entre Lisboa e Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina. A partir de setembro deste ano, a companhia aérea irá oferecer três voos semanais, com pousos e decolagens a partir do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, o Floripa Airport.
A TAP vai operar de Florianópolis, em Santa Catarina, às terças, quintas e sábados, utilizando a aeronave Airbus A330-200 que transporta 269 passageiros, 244 em classe Econômica e 25 em Executiva. Os voos começam a partir do dia 3 de setembro.
“Esta nova fase que estamos vivendo em Santa Catarina reflete em boas notícias como a de hoje. Isso é uma conquista para Santa Catarina e para os catarinenses, que possuem relações importantes com a Europa. Receber um voo da TAP é sinal de prestígio e confiança neste novo momento que vive o estado. Além disso, iremos potencializar ainda mais a experiência turística, recebendo portugueses e todo povo europeu em nossa terra. Também vamos ampliar as oportunidades de negócios em nossa relação comercial que pode crescer ainda mais”, comemora o governador do Estado.
Ainda de acordo com Jorginho Mello, haverá um importante intercâmbio de ideias e conhecimentos para levar e atrair negócios, através de feiras, congressos e parcerias. “Não tenho dúvida de que é um grande acerto da TAP, mas também é um divisor de águas na história de Santa Catarina”, acrescenta o governador.
A escolha de Florianópolis como o 12º destino da TAP no Brasil, vai permitir continuar a desenvolver a estratégia de diversificação no mercado mais importante da TAP, reforçando junto dos brasileiros a conveniência geográfica de Portugal como porta de entrada para mais de 50 destinos na Europa.
Para Luis Rodrigues, CEO da TAP, “o lançamento do voo para o Estado de Santa Catarina já estava sendo avaliado e estudado há algum tempo. Para a TAP é muito importante termos conseguido antecipar o lançamento desta nova rota para um período em que, devido ao estado de calamidade no Rio Grande do Sul e encerramento do aeroporto de Porto Alegre, o Sul do Brasil tanto precisa. Um aumento de oferta para o nosso maior mercado, que é o Brasil, é algo normal e desejado por nós”, assinala Luis Rodrigues.
A nova rota para Florianópolis permite à TAP manter o nível de oferta de voos recorde durante o verão europeu, apesar da suspensão dos voos para Porto Alegre. Nesse período, a TAP oferece 95 voos semanais, uma média de mais de 13 voos por dia, com saídas de 11 capitais de estados brasileiros.
“Temos conversas constantes com a TAP e estamos honrados em sermos o aeroporto escolhido pela cia aérea para conectar o Sul do Brasil. O Floripa Airport está pronto para atender com qualidade essa nova operação, que já vinha sendo planejada dada a força da demanda de passageiros para este voo. Uma parceria que tem tudo para ser forte e duradoura” observa Ricardo Gesse, CEO da Zurich Airport Brasil.
“É com imensa felicidade que anunciamos a nova rota aérea Florianópolis-Lisboa. Esta conquista é fruto de um forte trabalho do governo do Estado de Santa Catarina, capitaneado pelo governador Jorginho Mello e os parceiros Floripa Airport e TAP Portugal. Esse voo foi muito ansiado pela população, pois ele proporciona uma conexão direta que facilita o fluxo de turistas entre os dois destinos. Para Santa Catarina, essa ligação direta com a capital portuguesa traz o desafio de promovermos nossas belezas naturais, cultura rica e hospitalidade ao mercado europeu. Chegou a vez da Europa viver um estado de alegria. TAP Portugal, bem-vindos a Santa Catarina”, afirma Catiane Seif, secretária de Estado adjunta do Turismo.
“Feliz em poder participar e contribuir com este projeto que será um marco para o desenvolvimento turístico e econômico de Santa Catarina. O ano de 2024 entrará para história como o período em que nos conectamos diretamente com América do Norte e Europa. Serão outros tempos e devemos todos nos preparar para fazer deste momento algo perene e exitoso”, diz o secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina, Beto Martins.
A TAP foi eleita, por 10 anos consecutivos, a Companhia Aérea Líder da Europa para a América do Sul pelos World Travel Awards em reconhecimento ao seu serviço de excelência. Além disso, recebeu o MICE Award como Melhor Companhia Europeia. A Companhia voa diretamente de São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Natal, Maceió, Recife, Salvador e Florianópolis, para Lisboa, além de ligar o Porto a São Paulo e ao Rio de Janeiro. No total, são 11 cidades do Brasil (13 rotas, de Lisboa e Porto) que a TAP liga diretamente a Portugal.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o aumento de casos de sarampo no mundo e reforçou a importância da vacinação para prevenir a disseminação da doença.
“Os casos de sarampo estão aumentando. É uma das doenças mais transmissíveis. Se uma pessoa se contamina, quase todos ao seu redor vão pegar o vírus, se não estiverem vacinados. Para proteger sua criança, garanta que as vacinas estejam em dia.”
Nas últimas semanas, países como México, Estados Unidos, Reino Unido e Portugal emitiram alertas após a confirmação de casos, com o óbito de uma criança de 19 meses na província de Salta, na Argentina.
No Brasil, o Centro de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul emitiu um alerta após confirmar um caso importado de sarampo no estado. O paciente é um menino de 3 anos que chegou ao município de Rio Grande no dia 27 de dezembro, procedente do Paquistão, país com circulação endêmica da doença.
Diante da confirmação, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul reforçou, em nota, a recomendação de aplicação da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças a partir de 1 ano e até os 59 anos, conforme calendário nacional de vacinação.
“Com a suspeita, foi realizado bloqueio vacinal seletivo nos familiares, vizinhos e profissionais da saúde. A criança está bem e seus familiares não apresentaram sintomas. O município segue monitorando atendimentos por febre, exantema e tosse ou coriza ou conjuntivite, sem nenhuma identificação de caso suspeito.”
O esquema vacinal completo do sarampo consiste em duas doses até os 29 anos, ou uma dose para adultos de 30 a 59 anos. Em crianças, a vacinação deve ocorrer aos 12 e aos 15 meses. Profissionais de saúde devem receber duas doses, independentemente da idade. Em situações de bloqueio vacinal, a imunização seletiva é recomendada para todos com idade acima de 6 meses.
A doença
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, especialmente grave em menores de 5 anos, imunodeprimidos e desnutridos e extremamente contagiosa, que infecta nove a cada 10 pessoas suscetíveis após exposição ao vírus.
A doença é transmitida de forma direta, por meio de secreções, ao tossir, espirrar ou falar. Casos suspeitos devem ficar em isolamento respiratório e fazer uso de máscara cirúrgica desde o momento da triagem nos serviços de saúde.
Eliminação
À Agência Brasil, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, lembrou que o sarampo era uma doença controlada no Brasil até 2016, quando o país recebeu a certificação de eliminação do vírus em território nacional. Após um grande surto da doença em 2017 e em 2018, com mais de 40 mil casos registrados, o Brasil perdeu a certificação e voltou a ser um país endêmico, onde o sarampo circula livremente.
“Estamos sem registro de casos desde junho de 2022, em busca da recertificação dessa eliminação. Ainda falta melhorar nossas coberturas vacinais, alguns indicadores de vigilância. Já recebemos um status não de país endêmico, mas de país com pendência de recertifcação pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em novembro de 2023.”
Segundo Kfouri, o que causa preocupação é o aumento recente no número de casos da doença em diversos países. Ao comentar o caso da criança proveniente do Paquistão, o especialista avaliou que o alerta do governo gaúcho é válido.
“É um caso importado, obviamente, não adquirido aqui no nosso território, mas que nos traz esse alerta. Primeiro, da importância da vigilância, de estarmos atentos a qualquer caso suspeito, importado, para que a entrada de um caso aqui não se multiplique e não se torne outros casos secundários, uma cadeia de transmissão e um novo surto.”
Kfouri destacou que são importantes a vigilância de casos suspeitos e a investigação oportuna. “E, claro, vacinação dos contactantes desses indivíduos suspeitos e nossas coberturas vacinais elevadas para que, mesmo com essa frequente e possível entrada de pessoas com sarampo no país, isso não se traduza em novos surtos aqui entre nós.”
A vastidão da Amazônia é um dos ícones naturais do Brasil e do mundo. Suas selvas exuberantes, rios caudalosos e uma biodiversidade inigualável atraem a atenção de todos. No entanto, o que muitos não sabem é que essa região teve suas terras habitadas por povos ancestrais muito antes da chegada dos portugueses em 1500. Mergulharemos nas profundezas da história amazônica para entender as lições valiosas que os povos ancestrais deixaram para nós.
A Amazônia que conhecemos hoje é o resultado da existência de comunidades ancestrais que ocuparam a região por pelo menos 12 mil anos. Surpreendentemente, estudos indicam que entre 8 e 10 milhões de pessoas habitaram essas terras muito antes da chegada dos europeus. No entanto, o que nos deixa perplexos é que atualmente, apenas 1% da população original ainda vive na Amazônia.
Isso nos leva a uma importante reflexão: a visão predominante da Amazônia como uma vastidão intocada e inóspita não poderia estar mais equivocada. Essas comunidades ancestrais, que têm suas origens anteriores às construções das pirâmides no Egito e às civilizações Maia e Asteca, desempenharam um papel fundamental na moldagem da paisagem amazônica.
Agricultura, Comércio e Sociedades Complexas
A ideia de que a floresta amazônica é uma terra inexplorada não condiz com a realidade revelada pela arqueologia. Descobertas nas últimas décadas têm apontado para a presença de sociedades altamente organizadas, com práticas avançadas de agricultura e sistemas de comércio desenvolvidos. Essas sociedades ocupavam regiões densamente povoadas, desmistificando a noção de que a Amazônia era uma região desabitada.
O pesquisador Antonio Scorza, renomado no campo da arqueologia, ressalta: “Nós aprendemos na escola, até hoje é repetido para nós, que o Brasil foi descoberto no dia 22 de abril de 1500. O Brasil é um país que tem data e certidão de nascimento. A certidão é a carta do Pero Vaz de Caminha. Mas, na verdade, a arqueologia mostra para nós que essa história é muito mais antiga, que ela tem milhares de anos. Certamente mais de 12 mil anos, talvez mais de 20 mil anos. Esse espaço que o Brasil ocupa hoje foi profundamente modificado pelos povos indígenas.”
Uma das lições mais impactantes deixadas pelos povos ancestrais da Amazônia é o seu manejo da floresta. Diferentemente da visão comum de destruição ambiental, essas comunidades desenvolveram práticas de uso sustentável da terra, influenciando positivamente a vegetação da região.
Através da agricultura de corte e queima, eles criavam clareiras na floresta para o cultivo de alimentos, sem destruir a floresta como um todo. Além disso, suas técnicas de manejo de árvores frutíferas e plantas medicinais contribuíram para a diversidade da flora amazônica.
O Legado dos Povos Ancestrais
O legado dos povos ancestrais da Amazônia vai muito além do passado distante. Suas práticas de conservação da floresta e o conhecimento sobre plantas e recursos naturais continuam sendo fontes valiosas de sabedoria para a atualidade. À medida que enfrentamos desafios globais relacionados ao meio ambiente e à preservação da biodiversidade, podemos aprender muito com essas sociedades antigas.
É essencial reconhecer que a Amazônia não é apenas um tesouro natural, mas também um tesouro cultural, com uma rica história de ocupação humana e sabedoria ecológica. Para garantir a preservação deste ecossistema crítico, devemos valorizar e respeitar não apenas a beleza da floresta, mas também as lições dos povos ancestrais que a moldaram.
A Amazônia não é apenas uma maravilha natural, mas também um repositório de conhecimento humano ancestral. Os povos que habitaram essa região por milênios nos deixaram lições valiosas sobre como viver em harmonia com a natureza, cultivar a terra de forma sustentável e preservar a biodiversidade.
À medida que enfrentamos os desafios globais relacionados ao meio ambiente, devemos olhar para o passado para encontrar soluções para o presente e o futuro. A história da Amazônia nos lembra da importância de respeitar e aprender com as culturas indígenas e suas práticas de manejo da floresta.
A verdadeira história da Amazônia vai muito além da data da “descoberta” pelos europeus. Ela é uma história de comunidades antigas que moldaram essa região de maneira notável, deixando um legado que ecoa até os dias de hoje. Portanto, ao apreciar a beleza da Amazônia, também devemos honrar as lições de seus antigos habitantes.