Descoberto o calendário mais antigo da humanidade

Göbekli Tepe, situado na Turquia, é considerado um dos sítios arqueológicos mais fascinantes do mundo. Este complexo de templos, construído há mais de 10.000 anos, desafia nossas concepções sobre as primeiras civilizações e suas capacidades.

À medida que as pesquisas sobre este local avançam, novas teorias surgem, sugerindo que os habitantes de Göbekli Tepe eram não apenas construtores de monumentos religiosos, mas também observadores astutos do cosmos.

Recentemente, estudos sobre uma escultura específica em Göbekli Tepe, conhecida como Pedra do Abutre, indicam que este local pode abrigar o calendário mais antigo já encontrado. Esta descoberta oferece uma janela para o passado, revelando como essas antigas sociedades poderiam ter compreendido e registrado a passagem do tempo.

Göbekli Tepe é um enigma. Descoberto em meados da década de 1990, o local rapidamente chamou a atenção por sua complexidade e pela antiguidade de suas estruturas. Acredita-se que tenha sido um epicentro cultural e religioso, reunindo comunidades de caçadores-coletores de toda a região. No entanto, o propósito exato de Göbekli Tepe ainda permanece envolto em mistério.

Nos últimos anos, pesquisadores têm explorado a ideia de que Göbekli Tepe pode ter sido usado como um observatório para monitorar o céu noturno. Essa teoria ganhou força à medida que novas evidências foram reveladas, principalmente através do trabalho de Martin Sweatman, um engenheiro químico que dedicou parte de sua carreira a estudar as esculturas e símbolos presentes no local.

Entre as várias esculturas encontradas em Göbekli Tepe, a Pedra do Abutre se destaca por seu simbolismo e complexidade. Esta escultura, que retrata um pássaro cercado por padrões estilizados, foi inicialmente interpretada como uma representação artística comum. No entanto, Sweatman propôs que os símbolos na Pedra do Abutre podem ter um significado astronômico profundo.

Sweatman sugeriu que os padrões na Pedra do Abutre poderiam representar constelações, e que o pássaro poderia simbolizar a constelação associada ao solstício de verão. Mais intrigante ainda, ele teorizou que as marcas em forma de V esculpidas na pedra poderiam representar dias, possivelmente formando um calendário que os habitantes de Göbekli Tepe usavam para acompanhar o ano solar.

Ao analisar as marcas em forma de V na Pedra do Abutre e em outros pilares de Göbekli Tepe, Sweatman fez uma descoberta surpreendente. Ele observou que, se cada marca representar um dia, uma das esculturas poderia simbolizar um ano completo, com 365 dias, divididos em 12 meses lunares e 11 dias adicionais para alinhar com o ano solar.

Além disso, o símbolo em V no pescoço da ave de rapina na Pedra do Abutre poderia indicar o solstício de verão, um evento astronômico crucial que essas antigas culturas poderiam ter monitorado de perto. Outros pilares em Göbekli Tepe também apresentam símbolos semelhantes, sugerindo que essas esculturas poderiam estar registrando outros eventos cósmicos importantes.

A hipótese de Sweatman vai além de um simples calendário. Ele acredita que as esculturas em Göbekli Tepe também podem estar documentando eventos astronômicos significativos, como a precessão da Terra – a lenta mudança na orientação do eixo de rotação da Terra.

De acordo com suas análises, dois dos pilares parecem representar a chuva de meteoros Taurídeos, que, segundo algumas teorias, foi responsável pelo impacto do cometa Younger Dryas há cerca de 13.000 anos.

Essas interpretações sugerem que os habitantes de Göbekli Tepe não apenas observaram o céu, mas também registraram eventos que consideravam importantes. Sweatman propõe que esse conhecimento poderia ter desempenhado um papel crucial no desenvolvimento das primeiras religiões e na organização das primeiras sociedades complexas.

Apesar das descobertas inovadoras de Sweatman, suas teorias não estão isentas de controvérsia. Muitos arqueólogos que trabalham em Göbekli Tepe contestam suas interpretações, argumentando que as esculturas podem não ter um significado astronômico tão claro quanto ele sugere.

Para esses críticos, as marcas em forma de V e outros símbolos podem ter sido puramente decorativos ou ter servido a propósitos rituais que ainda não compreendemos totalmente.

No entanto, mesmo com essas críticas, a pesquisa de Sweatman levantou questões importantes sobre o papel de Göbekli Tepe na história da humanidade. Se suas teorias estiverem corretas, este sítio arqueológico não seria apenas o mais antigo do mundo, mas também um dos primeiros a demonstrar uma compreensão sofisticada do tempo e do cosmos.

Se Göbekli Tepe realmente abrigava um calendário antigo, isso teria implicações profundas para nossa compreensão da evolução das sociedades humanas. A capacidade de medir o tempo com precisão é uma das bases da civilização, permitindo o planejamento agrícola, a organização social e a elaboração de rituais religiosos.

A ideia de que uma sociedade de caçadores-coletores poderia ter desenvolvido tal conhecimento há mais de 10.000 anos desafia as narrativas tradicionais sobre o surgimento das primeiras civilizações. Isso sugeriria que, em vez de serem sociedades simples e rudimentares, essas comunidades possuíam uma compreensão avançada do mundo ao seu redor, o que poderia ter facilitado a transição para uma vida mais sedentária e organizada.

Göbekli Tepe continua a ser um dos sítios arqueológicos mais estudados e debatidos do mundo. À medida que novas escavações e pesquisas são realizadas, é possível que mais evidências venham à tona, esclarecendo o verdadeiro propósito deste misterioso complexo de templos.

As teorias de Sweatman, embora controversas, abriram novas vias de investigação. Se for possível confirmar que Göbekli Tepe abrigava um calendário antigo, isso não apenas mudaria nossa compreensão desse sítio específico, mas também lançaria luz sobre o desenvolvimento das primeiras culturas humanas.

Göbekli Tepe, com suas imponentes esculturas e intrigantes símbolos, permanece um mistério arqueológico que fascina tanto estudiosos quanto o público em geral.

As teorias sobre um possível calendário esculpido em seus pilares sugerem que os habitantes deste local eram observadores atentos do céu, possivelmente registrando eventos astronômicos que moldaram suas vidas e crenças.

Embora as teorias de Martin Sweatman não sejam aceitas por todos, elas certamente contribuíram para aprofundar nosso interesse e curiosidade sobre Göbekli Tepe.

Conforme as pesquisas continuam, podemos esperar que novos dados venham à tona, ajudando-nos a decifrar o enigma deste monumento milenar e a entender melhor as raízes de nossa própria civilização.

O estudo de Göbekli Tepe é um lembrete poderoso de que a história da humanidade é rica e complexa, e que ainda há muito a descobrir sobre como nossos antepassados interagiam com o mundo ao seu redor.

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Descubra os 5 locais mais antigos do mundo que são verdadeiros tesouros a céu aberto

Autor: Luiz Veroneze – MTB 9830/PR

A arqueologia nos oferece um universo a parte do mundo real, transportando-nos para tempos remotos, conectando nosso corpo de hoje com o passado distante.

Viajar no tempo e explorar as origens da nossa civilização é um sonho para muitos que buscam entender como os povos antigos conseguiram empreender feitos inimagináveis para a época.

Felizmente, existem lugares espalhados pelo mundo que nos permitem fazer exatamente isso. Esses locais são verdadeiros tesouros a céu aberto, oferecendo um vislumbre fascinante da vida e das culturas que moldaram o nosso mundo.

Sentar-se em uma pedra, lapida há mais de 1000 anos, enquanto pensa (e quem sabe até enxerga) nas pessoas ao longo dos séculos tocaram aquele mesmo local, deixando ali algo de si, suas lágrimas, seu sangue, seu trabalho, seu legado.

Vamos conhecer, na lista abaixo, cinco dos locais mais antigos da Terra que continuam a impressionar e inspirar estudiosos e turistas de todo o mundo.

Göbekli Tepe, Turquia

O berço da religião monumental

Recentemente, surgiram histórias que Göbekli Tepe, localizado no sudeste da Turquia, teria em torno de 27.000 anos. Oficialmente, este que é um dos sítios arqueológicos mais antigos do mundo, datando de cerca de 12.000 anos atrás.

Considerado um dos primeiros monumentos religiosos monumentais, este local desafia as noções tradicionais sobre o surgimento da civilização.

O destaque de Göbekli Tepe são os enormes pilares de pedra esculpidos com representações de animais selvagens e outros símbolos. Essas estruturas, organizadas em círculos, sugerem uma função ritualística ou religiosa, embora muito ainda permaneça um mistério. Arqueólogos continuam a escavar e estudar o local, na esperança de desvendar mais sobre suas origens e propósito.

A descoberta de Göbekli Tepe tem implicações profundas para a nossa compreensão da pré-história. Ela sugere que a construção de monumentos religiosos pode ter precedido o desenvolvimento de assentamentos agrícolas permanentes, invertendo a teoria comum de que a agricultura levou ao surgimento de sociedades complexas.

Stonehenge, Inglaterra

Um enigma megalítico

Os monumentos de Stonehenge, situado na planície de Salisbury, na Inglaterra, é talvez o monumento megalítico mais famoso do mundo. Composto por um círculo de pedras erguidas há cerca de 5.000 anos, Stonehenge continua a ser um enigma para arqueólogos e historiadores.

Há muitas teorias sobre a função de Stonehenge, incluindo a de que ele servia como um templo religioso ou um observatório astronômico. A precisão com que as pedras estão alinhadas com os solstícios de verão e inverno sugere um profundo conhecimento astronômico dos seus construtores.

Além de ser um ícone cultural britânico, Stonehenge atrai milhões de visitantes todos os anos. O local também é um ponto focal para investigações científicas contínuas, que utilizam tecnologia avançada para explorar o subsolo e descobrir mais sobre as fases de construção e os usos do monumento ao longo dos milênios.

Cidade de Jericó, Cisjordânia

A cidade mais antiga do mundo

A antiga cidade Jericó, localizada na Cisjordânia, é amplamente considerada a cidade habitada continuamente mais antiga do mundo, com assentamentos datados de cerca de 11.000 anos atrás. Esta cidade histórica oferece um testemunho vivo das muitas civilizações que floresceram e declinaram na região.

As ruínas de Jericó incluem muralhas, torres e templos que datam de várias épocas da história humana. Cada camada arqueológica revela novos insights sobre as culturas que ali viveram, desde a Idade da Pedra até as épocas bíblicas.

Jericó é um tesouro arqueológico inestimável. As escavações contínuas têm revelado uma riqueza de artefatos e estruturas que ajudam a construir uma imagem detalhada da vida antiga. A cidade também é um local de grande significado religioso, mencionada em textos bíblicos e outras escrituras antigas.

Vale do Indo, Paquistão:

A civilização perdida

Por Saqib Qayyum – Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=31519718

O Vale do Indo, localizado no que é hoje o Paquistão, foi o berço de uma das civilizações mais antigas e avançadas do mundo, que floresceu entre 3300 e 1300 a.C. As cidades desta civilização são notáveis por sua organização urbana avançada e sistemas tecnológicos.

As cidades do Vale do Indo, como Mohenjo-Daro e Harappa, eram meticulosamente planejadas, com sistemas de ruas, drenagem e armazenamento de água que rivalizavam com muitas cidades modernas. Essa organização urbana é um testemunho do avanço técnico e administrativo de seus habitantes.

Além da arquitetura avançada, a civilização do Vale do Indo era conhecida por sua tecnologia, incluindo metalurgia e fabricação de ferramentas. Eles também tinham uma economia de comércio vibrante, com evidências de intercâmbio com outras civilizações antigas, como a Mesopotâmia.

Caral, Peru

A mãe das civilizações andinas

Um dos mais antigos centros urbanos das Américas, Caral, localizada no Peru, datando de cerca de 3.000 a.C, é um sítio arqueológico impressionante, um dos principais exemplos da complexidade e sofisticação das sociedades pré-colombianas.

O local de Caral é conhecido por suas pirâmides de terra, praças públicas e complexos residenciais. Estas estruturas indicam uma sociedade bem organizada e hierárquica, com um sistema de governo centralizado.

Caral é muitas vezes referida como a “mãe das civilizações andinas” devido à sua influência sobre culturas posteriores na região. As descobertas em Caral incluem instrumentos musicais, sugerindo que a música desempenhava um papel importante na vida social e religiosa da comunidade.

Cada um desses cinco locais antigos oferece uma janela única para o passado da humanidade. Eles não são apenas testemunhos da engenhosidade e criatividade das civilizações antigas, mas também nos ajudam a entender melhor as nossas próprias origens e a evolução das sociedades humanas.

Se você tiver a oportunidade, visitar esses locais pode proporcionar uma experiência enriquecedora e inesquecível. Explorá-los é mais do que uma viagem no tempo; é uma jornada de descoberta sobre quem somos e de onde viemos.

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Monumentos de Seahenge na contribuição dos rituais em tempos antigos

Enquanto o icônico Stonehenge rouba a atenção com sua relação astronômica e misteriosa com o Sol e a Lua, há um outro monumento pré-histórico na costa leste da Inglaterra que merece um olhar mais atento: Seahenge. Revelado pelas areias movediças da praia de Holme-next-the-Sea em 1998, este círculo de madeira da Idade do Bronze guarda segredos que estão apenas começando a ser desvendados.

Um novo estudo realizado pelo Dr. David Nance, da Universidade de Aberdeen, lançou luz sobre o possível propósito ritualístico de Seahenge, sugerindo que ele foi construído para prolongar o verão em períodos de frio extremo há mais de 4.000 anos.

Seahenge, também conhecido como Holme I, é composto por um toco de árvore virado para cima cercado por 55 postes de carvalho bem ajustados. Construído originalmente em um pântano salgado, longe do mar, estima-se que o monumento tenha sido erguido com madeira datada da primavera de 2049 a.C. Protegida por dunas e lodaçais, a área criou uma camada de turfa que preservou as madeiras da decomposição, permitindo que este fascinante círculo de madeira permanecesse quase intacto por milênios.

O pesquisador da Universidade de Aberdeen, Dr. David Nance, publicou suas novas descobertas sobre Seahenge no GeoJournal. Ao examinar Holme I e o adjacente Holme II, Nance considerou não apenas a arqueologia dos locais, mas também dados climáticos, evidências astronômicas, biológicas, folclore regional e toponímia.

Nance propõe que Seahenge e o segundo anel de madeira foram construídos durante um período de clima extremamente frio. Ele sugere que esses monumentos tinham como objetivo realizar rituais para prolongar o verão e trazer de volta um clima mais quente. O alinhamento de Seahenge com o nascer do sol no solstício de verão implica um propósito ritualístico, semelhante ao descrito no folclore local.

A datação das madeiras de Seahenge mostrou que elas foram derrubadas na primavera, e é mais provável que estas madeiras estivessem alinhadas com o nascer do sol no solstício de verão. Este período, há 4.000 anos, foi marcado por temperaturas em declínio e invernos rigorosos, colocando as sociedades costeiras sob pressão. Nance argumenta que os monumentos foram construídos com a intenção de acabar com essa ameaça existencial.

Teorias anteriores sugeriam que Seahenge poderia ter sido um local de sepultamento ou um marcador de morte. No entanto, a nova teoria de Nance é que o círculo de madeira e seu anel adjacente foram usados em rituais para prolongar o verão. Segundo o folclore, o cuco, símbolo de fertilidade, parava de cantar no solstício de verão, levando consigo o verão. O monumento, com sua forma e alinhamento, poderia ter sido uma tentativa de manter o canto do cuco e, assim, prolongar o verão.

Holme II, o segundo anel de madeira adjacente, centra-se em dois troncos de carvalho planos e datados do mesmo ano que Seahenge. Nance faz referência a lendas de ‘reis sagrados’ na Idade do Ferro na Irlanda e no norte da Grã-Bretanha, que foram sacrificados se o infortúnio se abatesse sobre a comunidade. Esses reis eram sacrificados ritualmente a cada oito anos no Samhain (agora Halloween), alinhando-se com o ciclo de oito anos de Vênus.

Nance conclui que as luminárias em Holme II, que se pensava conterem um caixão, estão orientadas para o nascer do sol no Samhain em 2049 a.C., quando Vênus ainda era visível. Este alinhamento sugere que Holme II também teve uma função ritualística, com uma intenção comum de acabar com o frio extremo.

O alinhamento de Seahenge com o nascer do sol no solstício de verão e a forma de sua estrutura imitando as moradas de inverno do cuco no folclore indicam um profundo conhecimento e integração dos ciclos naturais nas práticas rituais. O toco de carvalho invertido no centro de Seahenge pode simbolizar uma árvore oca, uma morada do cuco, usada para prolongar o verão.

A construção e o uso de Seahenge e Holme II refletem uma necessidade desesperada de controlar o ambiente e garantir a sobrevivência da comunidade em tempos de mudanças climáticas extremas. A ideia de que esses monumentos foram criados para realizar rituais que visavam prolongar o verão é uma fascinante janela para as crenças e práticas das sociedades da Idade do Bronze.

Seahenge, com seu círculo de madeira e alinhamento astronômico, oferece uma nova perspectiva sobre a relação entre as antigas sociedades e os ciclos naturais. As descobertas do Dr. David Nance trazem à tona a possibilidade de que este monumento tenha servido a um propósito ritualístico crucial para prolongar o verão e assegurar a sobrevivência em períodos de frio extremo.

Embora Seahenge possa não ter a fama de Stonehenge, seu estudo detalhado revela a complexidade e a sofisticação das práticas rituais de nossos ancestrais. À medida que continuamos a desvendar os mistérios de monumentos como Seahenge, ganhamos uma compreensão mais profunda da resiliência e da criatividade das sociedades antigas em face das adversidades climáticas.

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Monumentos pré-históricos revelam rotas secretas para a vida após a morte

Recentemente, uma emocionante descoberta arqueológica na Irlanda abalou as concepções sobre a vida pré-histórica. Vestígios de centenas de monumentos até então desconhecidos foram identificados em um levantamento arqueológico, revelando estruturas antigas que podem ter servido como rotas secretas para a vida após a morte.

Essas construções pré-históricas, consideradas “incrivelmente raras”, foram descobertas durante um estudo liderado pelo Dr. James O’Driscoll, da Universidade de Aberdeen, e apoiado pelo Community Monuments Fund e pelo Wicklow County Council.

O estudo empregou tecnologia LiDAR para mapear o terreno com detalhes tridimensionais precisos, revelando monumentos há muito perdidos devido à destruição ao longo dos milênios. Essa tecnologia, semelhante à usada em veículos autônomos, foi fundamental para detectar os vestígios dessas estruturas antigas, muitas das quais foram destruídas pela ação do tempo e da atividade humana.

O foco da pesquisa foi a paisagem de Baltinglass, no condado de Wicklow, na Irlanda, uma área rica em vestígios pré-históricos. Os resultados desse estudo foram publicados na revista Antiquity, revelando uma riqueza de informações sobre a ocupação humana na região durante períodos como o Neolítico Inferior e a Idade do Bronze Média a Final.

Cinco dos monumentos identificados foram classificados como “monumentos cursus”, estruturas monumentais que desempenharam papéis importantes na vida espiritual e cultural das comunidades pré-históricas. Esses monumentos, estrategicamente alinhados com eventos solares como os solstícios, são interpretados como marcadores de rotas que conectavam os vivos aos seus antepassados e à vida após a morte.

Além de sua importância arquitetônica, os monumentos cursus têm profundo significado cultural e espiritual. Eles representam a jornada dos mortos em direção ao céu, conectando o mundo dos vivos com o dos ancestrais. Esse alinhamento com eventos celestes e cemitérios ressalta a compreensão complexa que as comunidades neolíticas tinham sobre a vida, a morte e o renascimento.

A descoberta desses monumentos pré-históricos em Baltinglass representa um marco significativo no estudo da pré-história irlandesa. Essas estruturas incrivelmente raras oferecem insights sem precedentes sobre as crenças e práticas das comunidades antigas, desafiando concepções anteriores sobre o período.

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