Alta do dólar e recorde do Bitcoin refletem cenário eleitoral nos EUA

Nesta quarta-feira, 6, os mercados financeiros globais observaram movimentos intensos e inesperados. O dólar teve uma alta significativa e o Bitcoin, maior criptomoeda do mundo, atingiu um recorde histórico, reflexo das expectativas em torno das eleições presidenciais dos Estados Unidos.

A possibilidade de uma vitória de Donald Trump alimenta incertezas e provoca oscilações, evidenciando a relação entre política e economia em tempos de eleição. A alta do dólar e o crescimento exponencial do Bitcoin são vistos como indicadores da preocupação dos investidores com as possíveis consequências de uma reeleição de Trump.

O dólar é a principal moeda de reserva internacional e, por isso, suas flutuações afetam diretamente as economias de países ao redor do mundo. Quando há instabilidade nos Estados Unidos, é comum que o dólar se valorize, pois muitos investidores veem a moeda como um refúgio seguro em tempos de incerteza. Nas últimas semanas, a volatilidade da moeda tem sido atribuída às especulações sobre o resultado das eleições e suas implicações para a economia americana.

A possibilidade de uma vitória de Donald Trump traz consigo incertezas econômicas, especialmente devido às suas políticas de protecionismo e revisões de acordos comerciais. Essas práticas, segundo especialistas, podem causar flutuações no comércio global e afetar a economia de parceiros internacionais, levando os investidores a buscar proteção em ativos mais seguros, como o dólar. Com isso, o valor da moeda americana tende a subir, impulsionado pela demanda.

Durante as eleições, as campanhas políticas de Trump enfatizaram medidas de estímulo à economia interna, mas também mencionaram possíveis restrições a mercados internacionais, o que gerou temores entre investidores estrangeiros. A antecipação de mudanças na política externa dos EUA, caso Trump seja eleito, levou muitos a buscarem o dólar como uma reserva contra potenciais impactos negativos.

Para economias emergentes, uma alta no dólar pode ter consequências adversas. Em países da América Latina, Ásia e África, onde há alta dependência de importações e onde o dólar é amplamente utilizado para transações comerciais, um aumento na moeda representa elevação de custos, inflação e dificuldades para quem possui dívidas em dólar. Com a possibilidade de vitória de Trump, a valorização da moeda americana se torna um fator de alerta para esses países, pois impacta diretamente suas economias e pressiona suas moedas locais.

Enquanto o dólar se valoriza com as incertezas em torno das eleições, o Bitcoin, maior e mais conhecida criptomoeda do mundo, alcançou um recorde histórico. A criptomoeda tem se consolidado como um ativo alternativo para investidores que buscam diversificar suas carteiras em períodos de instabilidade. Diferente de moedas tradicionais, o Bitcoin é descentralizado e não é controlado por governos ou bancos centrais, o que o torna atraente em cenários de incerteza política.

O Bitcoin é frequentemente comparado ao ouro devido ao seu papel como reserva de valor e ativo seguro em momentos de crise. O crescimento da criptomoeda reflete, em parte, a busca dos investidores por ativos que não estão sujeitos às políticas de bancos centrais ou ao impacto direto das decisões políticas. No caso de uma eventual vitória de Trump, que pode acirrar tensões comerciais e afetar mercados globais, muitos investidores veem o Bitcoin como uma alternativa para proteger seu patrimônio.

Outro fator que impulsionou a alta do Bitcoin é o aumento de sua aceitação por grandes instituições financeiras. Bancos e empresas de investimento ao redor do mundo vêm adotando o Bitcoin como parte de suas estratégias, e essa institucionalização fortalece a criptomoeda, levando-a a um novo patamar de confiança no mercado financeiro. O movimento recente de alta também é influenciado pela expectativa de que, com a instabilidade política nos Estados Unidos, o Bitcoin continue atraindo investidores em busca de uma alternativa de longo prazo.

As eleições americanas têm um impacto indireto no valor do Bitcoin, uma vez que eventos políticos que elevam o nível de incerteza no mercado financeiro incentivam o aumento da demanda por ativos alternativos. Muitos analistas apontam que o cenário eleitoral nos EUA, marcado por polarização e incerteza, cria um ambiente favorável para a valorização do Bitcoin. A criptomoeda, nesse contexto, é vista como uma forma de “proteção” contra riscos políticos e econômicos, especialmente no caso de decisões controversas ou inesperadas na política americana.

O que esperar do mercado financeiro se Trump for eleito?

A perspectiva de uma vitória de Donald Trump gera expectativas variadas no mercado financeiro, e os efeitos de sua reeleição podem ser tanto positivos quanto desafiadores, dependendo do ponto de vista econômico e político. Entre os possíveis cenários para o mercado, destacam-se:

Estabilidade no dólar

Se Trump vencer, é provável que o dólar continue se valorizando, especialmente se ele mantiver uma postura rígida em relação a acordos comerciais. A moeda americana pode se consolidar ainda mais como um ativo seguro, com investidores migrando para o dólar diante das incertezas. Contudo, isso pode pressionar as economias emergentes, que sofrerão com o encarecimento de importações e o aumento da dívida.

Criptomoedas em alta

Para o Bitcoin e outras criptomoedas, uma vitória de Trump pode significar mais uma fase de crescimento. A incerteza gerada por políticas externas rigorosas ou por mudanças internas que afetem a economia americana tende a atrair mais investidores para o Bitcoin como um ativo de proteção. Essa movimentação reforça a tese de que o Bitcoin atua como uma reserva de valor em momentos de instabilidade, e analistas acreditam que seu valor pode continuar em alta nos próximos meses.

Oscilações na bolsa de valores

Embora o dólar e o Bitcoin possam se valorizar, o mercado de ações pode enfrentar oscilações com a vitória de Trump. Setores como o de tecnologia e energia renovável, que dependem de políticas de incentivo e regulação, podem sofrer volatilidade, enquanto setores de defesa e indústrias tradicionais podem se beneficiar de políticas protecionistas. Essa incerteza faz com que os investidores fiquem atentos ao desenrolar do cenário político e às primeiras declarações de Trump, caso ele seja reeleito.

Diante da possibilidade de grandes oscilações no mercado, analistas recomendam que investidores diversifiquem suas carteiras, incluindo ativos que não dependam diretamente da economia americana. A diversificação, com a inclusão de ativos como Bitcoin e ouro, pode proporcionar uma proteção adicional. Além disso, é aconselhável manter uma parte dos investimentos em moedas fortes, como o dólar, para evitar perdas associadas a quedas de outras moedas.

Para aqueles que desejam aproveitar a valorização do Bitcoin, é importante estar atento aos riscos inerentes ao mercado de criptomoedas. Embora o ativo tenha demonstrado um crescimento consistente, ele é altamente volátil e pode apresentar quedas significativas. O ideal é que a criptomoeda componha uma pequena parcela de uma carteira bem diversificada, oferecendo um potencial de retorno sem comprometer a segurança financeira.

Dólar tem pequena alta após atentado contra Trump e fecha a R$ 5,44

No primeiro dia útil após o atentado contra o candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump, o dólar teve uma pequena alta, após se aproximar de R$ 5,48 durante a manhã. Na contramão do mercado internacional, a bolsa de valores emendou a 11ª alta consecutiva e atingiu o maior nível em mais de dois meses.

O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (15) vendido a R$ 5,445, com alta de R$ 0,014 (+0,26%). A cotação iniciou em forte alta, chegando a R$ 5,476 na máxima do dia, pouco antes das 10h. No entanto, desacelerou a partir do fim da manhã, até fechar com leve alta.

Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana acumula queda de 2,56% em julho. Em 2024, a divisa sobe 12,2%.

Apesar da turbulência externa, o mercado de ações teve um dia otimista. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 129.321 pontos, com alta de 0,33%, impulsionado por ações de petroleiras e de mineradoras. Na 11ª alta seguida, o indicador está no maior patamar desde 8 de maio.

O dólar subiu em todo o planeta com o atentado ao ex-presidente e candidato à presidência norte-americana Donald Trump. A alta ocorreu porque o programa de corte de impostos do Partido Republicano aumenta o déficit público dos Estados Unidos e eleva os juros de longo prazo dos títulos do Tesouro norte-americano, considerados os investimentos mais seguros do planeta.

A desaceleração econômica chinesa também fez o dólar subir em relação às moedas de países emergentes, mas ajudou a bolsa brasileira. Isso porque um crescimento menor do país asiático favorece a introdução de pacotes de estímulos, o que impulsionaria as exportações de commodities (bens primários com cotação internacional) para a China.

Fonte: Agência Brasil

Valorização de títulos americanos eleva dólar no Brasil, diz professor

A manutenção dos juros altos e a valorização dos títulos públicos nos Estados Unidos estão entre as principais razões para a alta do dólar no Brasil. A avaliação é do professor de finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), Renan Pieri.

“A alta do dólar tem relação com a valorização dos títulos públicos americanos, muito no cenário de manutenção de juros altos nos Estados Unidos, com a expectativa de um momento mais difícil na eleição [presidencial], também por conta do mercado aquecido lá. Os juros mais altos, essa rentabilidade maior dos títulos americanos, atrai capital para lá e tira dinheiro do Brasil”, disse.

A cotação do dólar comercial fechou nesta terça-feira (2) a R$ 5,665, com pequena alta de 0,22%. A moeda norte-americana continua no maior nível desde 10 de janeiro de 2022, quando fechou a R$ 5,67. O dólar acumula alta de 16,8% em 2024.

Questões internas

Parte da alta do dólar deve-se a questões internas, como a expectativa do mercado financeiro sobre o anúncio de medidas de corte de gastos para o orçamento de 2025 e do contingenciamento de verbas públicas para o orçamento deste ano.

“A questão fiscal do Brasil faz com que o mercado comece a acreditar que o governo vai ter muita dificuldade de cumprir o novo arcabouço fiscal, o método de superávit primário, e portanto passa a cobrar um prêmio maior para manter os investimentos aqui”, ressalta Pieri.

De acordo com ele, se esse “prêmio” não se traduzir em juros mais altos, haverá saída de capital do país. “Saída de capital do país significa que os investidores acreditam menos no futuro do Brasil no longo prazo”.

Jogo político

Segundo a professora de economia política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maria Malta, a elevação do preço do dólar se relaciona, entre outras coisas, com a queda de braço que os grandes bancos e instituições financeiras estão fazendo para influenciar a decisão sobre o próximo presidente do Banco Central.

“O que está havendo é um jogo político pré-eleitoral em um contexto de avanço da extrema-direita no mundo. Neste jogo, o setor financeiro pretende obter uma parte ainda maior das rendas do país e ampliar seu poder e riqueza”, destacou.

Ela acrescenta que, para a estrutura econômica brasileira, a desvalorização do real melhora a situação do país “em termos de exportações, juros mais baixos diminuem os custos internos da dívida pública e estimulam a tomada do crédito produtivo”.

Fonte: Agência Brasil

Dólar sobe para R$ 5,44 à espera de reunião do Copom

Num dia de feriado nos Estados Unidos, o dólar fechou em leve alta na expectativa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A bolsa valorizou-se pelo segundo dia consecutivo e recuperou os 120 mil pontos.

O dólar comercial fechou esta quarta-feira (19) vendido a R$ 5,442, com alta de apenas 0,15%. A cotação teve um dia volátil, chegando a R$ 5,48 por volta das 14h30, mas desacelerou nas horas finais de negociação, até se aproximar da estabilidade.

A moeda norte-americana está no maior valor desde 4 de janeiro do ano passado, quando tinha fechado em R$ 5,45. A divisa acumula alta de 3,68% em junho e de 12,14% em 2024.

O mercado de ações teve um dia mais de recuperação. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 120.340 pontos, com alta de 0,59%. As ações de petroleiras, de mineradoras e de bancos puxaram a alta. Pela primeira vez em oito dias, o indicador fechou acima dos 120 mil pontos.

Pela manhã, o mercado financeiro continuou a repercutir as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista à rádio CBN, Lula criticou o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e disse que o órgão sofre ingerências políticas, enquanto deveria ser autônomo.

Nesta quarta-feira (19), o Copom decide se mantém a Taxa Selic (juros básicos da economia) em 10,5% ao ano ou se faz um último corte de 0,25 ponto percentual. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal do BC com instituições financeiras, os analistas de mercado apostam que a taxa continuará inalterada até o fim do ano.

A possibilidade de um placar dividido, com os diretores indicados pelo governo anterior votando pela manutenção da Selic e os indicados pelo governo atual votando por um corte de 0,25 ponto percentual, voltou a pressionar o dólar. No entanto, perto do fim das negociações, prevaleceram as apostas de uma votação por unanimidade pela manutenção da taxa.

Fonte: Agência Brasil

Dólar ultrapassa R$ 5,40 com juros nos EUA e após devolução de MP

Num dia de nervosismo no mercado doméstico e internacional, o dólar ultrapassou R$ 5,40 pela primeira vez desde janeiro de 2023. A bolsa teve forte queda e chegou ao menor nível em sete meses.

O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (12) vendido a R$ 5,407, com alta de R$ 0,046 (+0,86%). A cotação chegou a iniciar o dia em queda, caindo para R$ 5,34 nos primeiros minutos de negociação, mas passou a disparar após discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre gastos públicos.

Durante a tarde, a cotação chegou a desacelerar para R$ 5,36, mas voltou a subir após o resultado da reunião do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). No maior valor desde 4 de janeiro de 2023, o dólar acumula alta de 3,01% apenas em junho e de 11,42% em 2024.

No mercado de ações, o dia também foi tenso. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 119.936 pontos, com recuo de 1,4%. O indicador está no menor patamar desde 9 de novembro do ano passado.

Tanto fatores internos como externos contribuíram para o nervosismo. No Brasil, a devolução da medida provisória que pretendia limitar a compensação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) provocou dúvidas sobre como o Poder Executivo e o Congresso conseguirão levantar cerca de R$ 26,3 bilhões para fechar as contas em 2024.

Nesta manhã, o presidente Lula fez um discurso em que prometeu equilíbrio fiscal. “Estamos arrumando a casa e colocando as contas públicas em ordem para assegurar equilíbrio fiscal. O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do deficit sem comprometer a capacidade de investimento público”, disse o presidente. A fala foi mal recebida pelo mercado financeiro.

No exterior, o dólar começou o dia em baixa, após a inflação ao consumidor nos Estados Unidos ficar em 0,16% em maio, metade da expectativa de 0,3%. Durante a tarde, o cenário mudou. Após a reunião em que manteve os juros da maior economia do planeta no maior nível em 40 anos, o Fed indicou que só deve fazer um corte de 0,25 ponto percentual antes do fim do ano, mesmo com a inflação em queda.

Parte do mercado financeiro tinha esperança de que o Fed cortasse os juros básicos duas vezes, uma em setembro e outra em novembro. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.

Fonte: Agência Brasil

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