O valor das 5 principais moedas do mundo

As moedas desempenham um papel crucial na economia global, servindo como um meio de troca e uma medida de valor. Em um mundo interconectado, algumas moedas se destacam devido à sua estabilidade, aceitação internacional e influência econômica. Neste artigo, exploraremos as principais moedas do mundo, analisando suas características, importância e impacto no cenário econômico global.

Conhecendo as principais moedas do mundo

O dólar americano

O dólar americano (USD) é indiscutivelmente a moeda mais influente do mundo. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o dólar se estabeleceu como a principal moeda de reserva internacional. Sua predominância é atribuída à robustez da economia dos Estados Unidos, ao tamanho do mercado financeiro americano e à confiança global na estabilidade do dólar.

Historicamente, o dólar americano ganhou força após a Segunda Guerra Mundial, com o Acordo de Bretton Woods em 1944, que o estabeleceu como a moeda principal do sistema financeiro internacional, com outras moedas atreladas a ele. Na década de 1970, com o fim do padrão ouro, o dólar passou a flutuar livremente no mercado, consolidando-se ainda mais como a principal moeda de reserva.

A economia dos EUA é a maior do mundo, com um PIB robusto e um mercado financeiro bem desenvolvido, o que aumenta a confiança global no dólar. Cerca de 60% das reservas internacionais dos bancos centrais são mantidas em dólares americanos. Além disso, o dólar é a moeda preferida para transações comerciais globais, incluindo o comércio de petróleo, que é quase exclusivamente cotado em dólares. O mercado de títulos do Tesouro dos EUA é um dos mais líquidos e seguros do mundo, atraindo investidores globais. Em mercados emergentes, muitos países utilizam o dólar como moeda de reserva para proteger suas economias de volatilidades.

Característica e importância

  • Reservas internacionais: Cerca de 60% das reservas internacionais dos bancos centrais são mantidas em dólares americanos.
  • Comércio internacional: O dólar é a moeda preferida para transações comerciais globais, incluindo o comércio de petróleo, que é quase exclusivamente cotado em dólares.
  • Mercado financeiro: O mercado de títulos do Tesouro dos EUA é um dos mais líquidos e seguros do mundo, atraindo investidores globais.

O euro

Introduzido em 1999, o euro (EUR) é a moeda oficial da Zona do Euro, que inclui 19 dos 27 Estados-membros da União Europeia. O euro foi criado para promover a integração econômica e política europeia, facilitando o comércio e a cooperação entre os países membros.

O euro foi introduzido em 1º de janeiro de 1999 como uma moeda eletrônica, e as notas e moedas físicas entraram em circulação em 1º de janeiro de 2002. Durante a década de 2010, a crise da dívida europeia testou a resiliência do euro, levando a reformas econômicas e fiscais dentro da União Europeia.

O Banco Central Europeu (BCE) gerencia a política monetária para a Zona do Euro, mantendo a estabilidade dos preços e controlando a inflação. O euro representa uma união monetária única, onde múltiplos países compartilham uma única política monetária administrada pelo BCE. O euro é a segunda maior moeda de reserva do mundo, compondo cerca de 20% das reservas globais. Facilita o comércio intra-europeu, eliminando a necessidade de câmbio entre os países membros, o que reduz custos e incertezas.

Característica e importância

  • União monetária: O euro representa uma união monetária única, onde múltiplos países compartilham uma única política monetária administrada pelo Banco Central Europeu (BCE).
  • Reservas internacionais: O euro é a segunda maior moeda de reserva do mundo, compondo cerca de 20% das reservas globais.
  • Comércio e investimento: O euro facilita o comércio intra-europeu, eliminando a necessidade de câmbio entre os países membros, o que reduz custos e incertezas.

O Iene Japonês

O iene japonês (JPY) é a terceira moeda mais negociada no mundo, refletindo a importância econômica do Japão, a terceira maior economia global. O iene é amplamente utilizado nas transações financeiras e comerciais na Ásia e é considerado uma moeda de refúgio segura em tempos de incerteza econômica.

Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão adotou políticas de crescimento econômico que fortaleceram o iene. A política monetária do Banco do Japão tem focado em manter a estabilidade econômica e controlar a deflação. O Japão é conhecido por sua estabilidade econômica e baixa inflação, fatores que aumentam a confiança no iene.

A terceira maior economia do mundo, com uma forte base industrial e tecnológica, faz do iene uma moeda vital para as transações comerciais dentro da Ásia, especialmente com parceiros como China e Coreia do Sul. Em tempos de crise econômica global, o iene é frequentemente visto como um porto seguro devido à estabilidade econômica do Japão. Investidores globais frequentemente compram ienes durante crises econômicas, buscando segurança.

Característica e importância

  • Estabilidade econômica: O Japão é conhecido por sua estabilidade econômica e baixa inflação, fatores que aumentam a confiança no iene.
  • Investimento internacional: Investidores globais frequentemente compram ienes durante crises econômicas, buscando segurança.
  • Comércio regional: O iene é fundamental nas transações comerciais dentro da Ásia, especialmente com países como China e Coreia do Sul.

A libra esterlina

A libra esterlina (GBP) é uma das moedas mais antigas e ainda em circulação. Representando o Reino Unido, a libra esterlina tem uma história rica e continua sendo uma moeda influente no cenário financeiro global.

A libra esterlina tem raízes que remontam ao século VIII, tornando-se uma moeda influente no comércio internacional durante o Império Britânico. A modernização da economia britânica e a liberalização financeira consolidaram Londres como um centro financeiro global.

Londres é um dos maiores centros financeiros do mundo, influenciando mercados globais. A libra é uma moeda de reserva significativa, embora em menor escala comparada ao dólar e ao euro. O Banco da Inglaterra controla a política monetária, visando a estabilidade econômica. O Reino Unido é um importante destino de investimentos estrangeiros, e a libra esterlina facilita essas transações.

Característica e importância

  • Mercado financeiro: Londres é um dos maiores centros financeiros do mundo, e a libra esterlina desempenha um papel crucial no mercado financeiro global.
  • Reservas internacionais: A libra é uma moeda de reserva significativa, embora em menor escala comparada ao dólar e ao euro.
  • Comércio e investimento: O Reino Unido é um importante destino de investimentos estrangeiros, e a libra esterlina facilita essas transações.

O yuan chinês

O yuan chinês (CNY), também conhecido como renminbi, reflete o crescente poder econômico da China. Embora ainda não seja uma moeda de reserva dominante, o yuan tem ganhado importância à medida que a China se torna uma superpotência econômica.

O rápido crescimento econômico da China e sua posição como a maior exportadora mundial aumentaram a importância do yuan. O yuan foi incluído na cesta de moedas de reserva do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2016, um reconhecimento de sua crescente influência. O governo chinês tem promovido ativamente a internacionalização do yuan, facilitando seu uso no comércio internacional e investimentos.

A China é conhecida por suas iniciativas de crescimento econômico e políticas de estabilização, que aumentam a confiança no yuan. O rápido crescimento econômico da China e sua posição como a maior exportadora mundial aumentaram a importância do yuan. O yuan é amplamente utilizado nas transações comerciais da região Ásia-Pacífico, facilitando o comércio com parceiros como Japão e Coreia do Sul. A inclusão do yuan na cesta de moedas de reserva do FMI em 2016 foi um marco importante, refletindo sua crescente importância.

Características e importância

  • Crescimento econômico: O rápido crescimento econômico da China e sua posição como a maior exportadora mundial aumentaram a importância do yuan.
  • Reservas internacionais: O yuan foi incluído na cesta de moedas de reserva do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2016, um reconhecimento de sua crescente influência.
  • Iniciativas governamentais: O governo chinês tem promovido ativamente a internacionalização do yuan, facilitando seu uso no comércio internacional e investimentos.

Outras moedas importantes

Embora as cinco moedas mencionadas sejam as mais influentes, outras também desempenham papéis significativos na economia global. Vamos destacar algumas delas:

  • O dólar australiano (AUD): O dólar australiano é amplamente utilizado nas transações comerciais da região Ásia-Pacífico. A Austrália é rica em recursos naturais, e seu comércio de commodities como minério de ferro e carvão é frequentemente realizado em dólares australianos.
  • O dólar canadense (CAD): O dólar canadense é conhecido por sua estabilidade e é amplamente utilizado nas transações comerciais da América do Norte. O Canadá é um grande exportador de petróleo, e o CAD é influenciado pelos preços das commodities.
  • O franco suíço (CHF): O franco suíço é considerado uma moeda de refúgio segura, muito procurada durante períodos de incerteza econômica. A Suíça é conhecida por sua estabilidade política e econômica, e seu sistema bancário sólido.

As moedas desempenham um papel vital na economia global, facilitando o comércio, os investimentos e a estabilidade financeira. O dólar americano, o euro, o iene japonês, a libra esterlina e o yuan chinês são as principais moedas que moldam o cenário econômico mundial. Além delas, outras moedas como o dólar australiano, o dólar canadense e o franco suíço também possuem importância significativa.

Entender a dinâmica dessas moedas é crucial para qualquer análise econômica global, pois elas influenciam decisões de investimento, políticas econômicas e estratégias comerciais. À medida que o cenário econômico evolui, a importância dessas moedas pode mudar, mas sua relevância fundamental no comércio e nas finanças globais provavelmente permanecerá.

Real desvaloriza mais que o peso argentino em economia à deriva no Brasil

Na tarde desta segunda-feira (17), por volta das 16h, o real brasileiro ultrapassou o peso argentino, consolidando-se como a moeda de pior performance entre os países emergentes em 2024. Com uma desvalorização acumulada de 10,54% frente ao dólar americano, o real fechou o dia praticamente empatado com o peso argentino, que caiu 10,48% no ano.

Este marco destaca uma tendência preocupante para a economia brasileira, que sofre com o impacto de políticas monetárias internacionais e instabilidades locais.

O dólar, utilizado como referência global, acumulava uma valorização significativa frente às moedas de países emergentes. Enquanto o DXY, índice que mede a força do dólar frente a moedas de países desenvolvidos, recuou quase 0,2% em um dia de menor aversão ao risco no exterior, o real enfrentou um cenário adverso, refletindo problemas internos e externos.

Abaixo, a comparação das principais moedas emergentes em 2024:

MoedaPaís de OrigemDesvalorização Acumulada (YTD)
USDBRLBrasil-10.54%
USDARSArgentina-10.485%
USDTRYTurquia-10.12%
USDMXNMéxico-8.502%
USDTHBTailândia-6.956%
USDKRWCoreia do Sul-6.521%
USDIDRIndonésia-5.676%
USDCOPColômbia-4.876%
USDCLPChile-5.738%
USDHUFHungria-5.776%
Fonte: Bloomberg. YTD (year to date): acumulado em 2024 às 16h desta segunda

A influência da política monetária dos EUA

A principal causa apontada para o enfraquecimento do real é a perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos. Desde o início do ano, dados macroeconômicos têm indicado uma economia norte-americana aquecida, forçando o Federal Reserve a manter ou até aumentar as taxas de juros para controlar a inflação. Essa política atrai investimentos para os Estados Unidos, fortalecendo o dólar e, consequentemente, desvalorizando moedas emergentes como o real.

Felipe Pontes, diretor de gestão de patrimônio da Avantgarde Asset Management, explica: “A política monetária dos EUA tem exercido papel significativo no câmbio. As taxas de juros altas por lá atraem recursos para o país, ajudando a valorizar o dólar. E os recursos saindo do Brasil para alocar em dólar nos EUA, fazem com que a nossa moeda desvalorize também.”

Impactos na economia brasileira

A desvalorização do real tem efeitos profundos na economia brasileira. Primeiramente, ela encarece as importações, pressionando os custos de produção e, eventualmente, os preços ao consumidor final. Setores que dependem de insumos importados, como a indústria tecnológica e farmacêutica, são particularmente afetados.

Além disso, a inflação tende a aumentar, já que produtos importados ficam mais caros e essa alta de custos é repassada aos consumidores. Em um cenário de inflação alta, o poder de compra da população diminui, afetando o consumo e, por consequência, a economia como um todo.

Reflexos no mercado financeiro

O mercado financeiro brasileiro também sente os efeitos dessa desvalorização. Investidores estrangeiros podem se sentir menos atraídos pelo mercado local devido à instabilidade cambial, preferindo alocar seus recursos em mercados mais estáveis. Essa saída de capitais gera uma pressão adicional sobre o câmbio, perpetuando o ciclo de desvalorização.

No entanto, para exportadores, um real mais fraco pode representar uma oportunidade, já que seus produtos se tornam mais competitivos no mercado internacional. Isso pode favorecer setores como o agronegócio e a mineração, que têm uma parcela significativa de suas receitas provenientes de exportações.

Comparação com outras moedas emergentes

A situação do real não é única. Outras moedas emergentes também enfrentam desafios semelhantes, embora em menor intensidade. O peso argentino, por exemplo, tem sofrido com uma inflação galopante e crises econômicas recorrentes. A lira turca, o peso mexicano e o baht tailandês também têm apresentado desvalorizações significativas, refletindo a volatilidade global.

Comparar o desempenho do real com outras moedas emergentes pode oferecer insights sobre a resiliência da economia brasileira e suas particularidades. Enquanto algumas economias conseguem se recuperar rapidamente de choques cambiais, o Brasil enfrenta desafios estruturais que agravam a situação.

A ultrapassagem do peso argentino pelo real como a moeda de pior performance entre os países emergentes em 2024 é um sinal de alerta para a economia brasileira. A combinação de políticas monetárias internacionais desfavoráveis, instabilidades locais e desafios estruturais exige uma resposta coordenada do governo e do setor privado.

Entender os fatores que influenciam a desvalorização do real e suas consequências é crucial para planejar estratégias de mitigação e recuperação. Em um mundo cada vez mais interconectado, a resiliência econômica depende da capacidade de adaptação e inovação, tanto em políticas públicas quanto no ambiente de negócios.

O impacto dessa desvalorização vai além dos números e gráficos, afetando diretamente a vida dos brasileiros. É essencial que medidas sejam tomadas para estabilizar a moeda e restaurar a confiança dos investidores, garantindo um futuro econômico mais promissor e sustentável.

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