Os três clássicos da literatura mundial que fascinavam Albert Einstein

Albert Einstein, um dos maiores gênios da humanidade, não era apenas um físico brilhante, mas também um ávido leitor com profundo interesse pela literatura. Suas preferências literárias refletiam sua admiração pela criatividade, crítica social e imaginação. Esses livros não apenas entretinham Einstein, mas também alimentavam seu pensamento crítico e sua visão de mundo.

Dom Quixote, escrito por Miguel de Cervantes em 1605, é uma obra-prima da literatura espanhola e um dos livros mais influentes da literatura ocidental. A história segue as aventuras de Dom Quixote, um fidalgo que, após ler inúmeros romances de cavalaria, decide tornar-se cavaleiro andante. Acompanhado por seu fiel escudeiro Sancho Pança, Quixote embarca em uma série de desventuras que misturam idealismo e realidade, loucura e sanidade.

Einstein admirava profundamente a criatividade e o humor presentes em Dom Quixote. Cervantes utiliza a sátira para criticar a sociedade de sua época, zombando das convenções literárias e sociais. A obra explora a natureza da realidade e da percepção, temas que ressoavam com a própria curiosidade intelectual de Einstein. A capacidade de Cervantes de tecer uma narrativa complexa e divertida ao mesmo tempo era algo que Einstein considerava genial.

Além do humor, Dom Quixote é uma crítica mordaz à sociedade e às suas ilusões. A jornada de Quixote é uma metáfora para a busca humana por propósito e significado em um mundo repleto de contradições. Einstein, conhecido por seu pensamento crítico e sua vontade de questionar o status quo, encontrou na obra de Cervantes uma reflexão sobre a importância de manter uma visão crítica e inovadora.

Os Contos das Mil e Uma Noites é uma coletânea de contos de origem árabe, persa e indiana, transmitidos oralmente entre os séculos X e XIII. A obra é conhecida por suas histórias fantásticas, personagens cativantes e enredos entrelaçados. A narrativa central envolve a astuta Sherazade, que conta histórias ao rei Xariar para adiar sua execução.

Einstein era fascinado pela riqueza cultural e pela imaginação exuberante presente nos Contos das Mil e Uma Noites. A diversidade de histórias, que vão de aventuras e romances a contos de fadas e lendas, oferecia uma janela para diferentes culturas e tradições. Para Einstein, a capacidade de imaginar e criar mundos fantásticos era uma qualidade essencial, tanto na literatura quanto na ciência.

As histórias contadas por Sherazade são uma demonstração do poder da narrativa para inspirar, educar e entreter. Einstein reconhecia que a habilidade de contar histórias é uma ferramenta poderosa para transmitir conhecimento e valores. A coletânea não apenas encantava, mas também ilustrava como a imaginação pode ser uma força vital para a inovação e o progresso humano.

As Aventuras de Huckleberry Finn, escrito por Mark Twain em 1885, é um romance que narra as aventuras de Huckleberry Finn e Jim, um escravo fugitivo, enquanto eles viajam pelo Rio Mississippi. A obra é conhecida por seu estilo satírico, linguagem coloquial e crítica social.

Einstein apreciava a maneira como Twain utilizava o humor e a sátira para abordar questões sérias como racismo, moralidade e liberdade. A viagem de Huck e Jim é uma exploração da sociedade americana do século XIX, destacando suas hipocrisias e injustiças. A habilidade de Twain de tratar temas profundos com leveza e humor era algo que Einstein admirava profundamente.

A linguagem coloquial e autêntica de As Aventuras de Huckleberry Finn é outro aspecto que fascinava Einstein. Twain capturou a fala e os maneirismos das pessoas comuns, trazendo uma sensação de realismo e imediatismo à narrativa. Einstein valorizava a autenticidade e a capacidade de Twain de dar voz aos marginalizados e oprimidos da sociedade.

Embora os três clássicos mencionados fossem particularmente queridos por Einstein, ele também tinha uma ampla gama de interesses literários que incluíam poesia, filosofia e ciência. Entre as outras obras que ele apreciava estão Édipo Rei de Sófocles, Hamlet de William Shakespeare, Fausto de Johann Wolfgang von Goethe, Guerra e Paz de Lev Tolstói e Moby Dick de Herman Melville. Essas obras refletiam sua busca por compreensão, significado e beleza nas palavras.

Para Einstein, a leitura era mais do que um passatempo; era uma fonte de inspiração e um meio de explorar ideias complexas e profundas. Ele acreditava que a literatura podia expandir os horizontes, estimular a criatividade e proporcionar uma compreensão mais rica da condição humana. Sua seleção de obras literárias mostra seu apreço pela narrativa, crítica social e imaginação.

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