Ocultos corredores nas pirâmides egípcias revelam segredos inimagináveis

Nas profundezas do Egito, a história mantinha segredos que, por séculos, permaneceram intocados, aguardando pacientemente para serem revelados. Em um marco surpreendente para a arqueologia, câmaras secretas dentro da pirâmide de Sahura são descobertas, reescrevendo capítulos inteiros sobre a antiga civilização.

A pirâmide de Sahura, com seus 4,4 mil anos de existência, permaneceu envolta em mistério desde sua primeira escavação há quase dois séculos. No entanto, uma revelação feita em 27 de setembro pela Universidade de Würzburg transforma essas conjecturas em realidade confirmada.

Em um projeto que teve início em 2019, com foco na conservação e restauração da pirâmide, uma equipe egípcio-alemã sob o comando do egiptólogo Mohamed Ismail Khaled fez descobertas inéditas.

Essas novas áreas descobertas eram depósitos possivelmente destinados a guardar artefatos funerários reais. Uma missão apoiada pelo AEF (Antiquities Endowment Fund) e pelo ARCE (Centro Americano de Pesquisa no Egito), essa expedição fez mais do que apenas descobertas: trouxe também estabilidade ao antigo monumento, prevenindo futuros colapsos.

Tecnologia avançada mergulha no antigo

Ao combinar a antiga arte da arqueologia com a tecnologia moderna, a equipe teve uma visão sem precedentes das entranhas da pirâmide. Em colaboração com a 3D Geoscan, utilizaram a digitalização a laser tridimensional do scanner LiDAR ZEB Horizon para mapear até mesmo os mais estreitos corredores do monumento. A meticulosa documentação ofereceu uma compreensão sem paralelo da disposição interior da pirâmide.

Apesar das inovações, os mistérios da pirâmide de Sahura não são novos. John Perring, em 1836, já havia sugerido a existência de um corredor que levava a depósitos secretos. Contudo, as passagens obstruídas e décadas de ceticismo mantiveram essa teoria em suspense. Até agora.

Ludwig Borchardt, em 1907, também se aproximou do mistério, mas a verdadeira confirmação só veio com a equipe atual. Provas irrefutáveis da existência de uma passagem e, consequentemente, a validação das observações de Perring foram encontradas.

Os depósitos de uma época distante

Oito depósitos foram revelados até o momento. A despeito das deteriorações, esses locais ainda conservam partes das estruturas originais, servindo como um portal para a época em que Sahura, o segundo rei da 5ª Dinastia, governava e foi enterrado em Abusir.

As descobertas na pirâmide de Sahura não apenas lançam luz sobre a arquitetura e práticas funerárias da antiga civilização egípcia, mas também desafiam paradigmas existentes. Uma coisa é certa: com cada camada de areia removida, estamos um passo mais próximos de desvendar os segredos que o Egito antigo ainda guarda – e quem sabe, ainda encontraremos tesouro arqueológicos inimagináveis. A história está viva e, como esta recente descoberta prova, ainda tem muito a nos ensinar.

Descoberta revela vestígios de civilização antiga na zona da mata em Rondônia

A densa área florestal nativa na Zona da Mata em Rondônia, próxima à Terra Indígena Massaco e à Reserva Biológica do Guaporé, revela mais um capítulo intrigante de sua história milenar.

Pesquisadores autônomos revisitaram um cenário de descobertas arqueológicas, desvendando os segredos guardados por pilões-bacias esculpidos em pedra. Recentes expedições exploram o potencial significado desses artefatos e as teorias que envolvem a região.

A terra que guarda segredos

A região de Alta Floresta d’Oeste, situada a 528 quilômetros de Porto Velho, é um verdadeiro tesouro arqueológico. Marcada por vestígios de ocupação ao longo dos séculos, a área despertou o interesse de pesquisadores, entre eles o juiz da Comarca Ji-Paraná, Maximiliano Deitos. Embora não seja um especialista, sua dedicação às causas ambientais e arqueológicas o conduziu a anos de pesquisa na região.

Deitos e sua equipe acreditam que a concentração de sítios ruínas nos municípios de Alta Floresta D’Oeste, Alto Alegre dos Parecis e Rolim de Moura merece a atenção da ciência. A última expedição, realizada em 13 de outubro, reuniu quatro destemidos exploradores que seguiram os passos do biólogo Joaquim Cunha (in memoriam) e do indigenista Evandro Santiago.

As pedras esculpidas na forma de pilões com circunferências médias de 32,6 cm e profundidade média de 16 cm revelam um fascinante padrão. As dimensões variam, sendo os principais pilões-bacias medindo 2,60 de largura por 4,70 x 5,30 x 3,10 de altura. Em sua superfície, exibem 27 desses artefatos, cada um contendo uma história antiga.

Ao observar esses pilões-bacias, a mente do pesquisador Joaquim Cunha viajava até a lendária cidade perdida do Paititi, no leste dos Andes. Ele acreditava que objetos de pedra, cobre e ferro encontrados na região eram evidências dessa cidade escondida nas florestas tropicais do sudeste do Peru, norte da Bolívia e noroeste do Brasil.

Uma jornada pelo desconhecido

A mais recente expedição, liderada por Maximiliano Deitos, desbravou a mata fechada e de difícil acesso, percorrendo 2,3 km até alcançar os vestígios do sítio arqueológico. O grupo se deparou com um misterioso bloco de pedra gigante com cortes perfeitos, reminiscentes das construções em Cuzco-Machu Picchu. Uma cachoeira majestosa, com aproximadamente 75 metros de altura, serviu como pano de fundo para o altar, revelando a grandiosidade do local.

A emoção de revisitar esse cenário arqueológico foi palpável. Para Maximiliano, que já esteve no local quatro vezes desde 2010, a experiência de reviver o “sonho do Eldorado Paititi” é quase inenarrável. O grupo pernoitou no local, testemunhando o reflexo da lua e das estrelas nos 27 pilões-bacias, todos meticulosamente medidos e fotografados para estudos posteriores.

As teorias sobre a função dos pilões-bacias se multiplicam à medida que novas observações são feitas. O pesquisador independente Júnior Stoker sugere que esses artefatos podem ter sido usados para a extração de minérios por antigos nômades. A construção desses pilões, segundo ele, poderia ter sido destinada ao armazenamento de uma mistura de água com moídos de pedras para a extração de ouro em pó.

Outra hipótese intrigante envolve a possibilidade de as pedras modificadas com ranhuras, encontradas na entrada entre a cachoeira e o principal conjunto de pilões, terem sido utilizadas para afiar ou apontar estacas usadas em pequenas escavações. A escassez do minério teria contribuído para a evasão desse grupo da região.

Desafios e ameaças

Apesar das descobertas fascinantes, a região enfrenta desafios significativos. Invasores já foram detectados próximo ao sítio arqueológico, e a pecuária avança, destruindo geoglifos e ameaçando a preservação desses vestígios. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), informado há 14 anos sobre a descoberta, enviou profissionais à região, mas os estudos não avançaram.

Maximiliano Deitos expressa sua preocupação com o possível impacto da atividade pecuária e a necessidade de uma ação mais efetiva por parte das autoridades. A região, rica em mistérios arqueológicos, aguarda por estudos mais aprofundados e pela preservação de seu patrimônio cultural.

A Zona da Mata de Rondônia continua a ser um convite à exploração e preservação. Enquanto pesquisadores autônomos desvendam os mistérios dos pilões-bacias e outros vestígios arqueológicos, é imperativo que as autoridades intensifiquem os esforços para proteger esse patrimônio único. A região guarda segredos de uma civilização antiga, e é responsabilidade de todos garantir que essas histórias não se percam no tempo.

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