Arroz e feijão orgânicos transformam a alimentação escolar no Paraná

Uma novidade saudável e sustentável chegou às mesas dos alunos das escolas da rede estadual de ensino do Paraná no primeiro semestre de 2024: arroz e feijão orgânicos. Essa iniciativa faz parte dos esforços contínuos para tornar as refeições escolares mais nutritivas e ambientalmente responsáveis. Com um consumo impressionante de 500 mil quilos de arroz e 100 mil quilos de feijão orgânicos, o programa não só promove a saúde dos estudantes, mas também apoia a agricultura familiar e a agroecologia.

O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), vinculado à Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR), lidera essa iniciativa, garantindo que a alimentação escolar na rede estadual seja baseada em práticas cada vez mais saudáveis. Além dos novos alimentos orgânicos, a substituição de margarina por manteiga e a oferta de barrinhas e sucos de frutas sem açúcar, adoçados com suco de maçã, são algumas das melhorias implementadas.

Governo amplia oferta de orgânicos na alimentação escolar no primeiro semestre de 2024

Das 23 mil toneladas de alimentos fornecidas aos estudantes e servidores no primeiro semestre de 2024, 5 mil toneladas foram adquiridas de pequenos agricultores do Estado. Esse investimento de R$ 37 milhões incentiva o desenvolvimento social e sustentável de mais de 20 mil famílias de produtores paranaenses. No total, foram investidos R$ 265 milhões em todos os tipos de alimentos ofertados.

A introdução de alimentos orgânicos nas escolas não apenas melhora a qualidade nutricional das refeições, mas também fortalece a economia local, apoiando os agricultores familiares e promovendo práticas agrícolas sustentáveis.

Neste semestre, foram enviadas às 2.104 escolas da rede estadual 16 diferentes tipos de carnes (bovina, suína, frango e peixe), totalizando aproximadamente 4,5 milhões de quilos. Esses alimentos estão presentes nos cardápios das escolas três dias por semana, garantindo uma dieta variada e balanceada para os alunos.

Desde 2022, os cerca de 1 milhão de alunos da rede estadual de ensino recebem três refeições por dia através do programa Mais Merenda. O programa oferece um lanche na entrada e outro na saída de cada turno, além da merenda regular nos intervalos das aulas. Isso assegura um consumo médio semanal de, no mínimo, 200 gramas de frutas por aluno, além de verduras e legumes ofertados diariamente.

Para garantir a execução eficaz do programa, são fornecidos alimentos como pães, sucos, café e achocolatados (50% cacau), além de complementos como queijos e iogurtes, com um investimento total de R$ 16 milhões.

Segundo o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, o programa de alimentação escolar do Paraná é o maior em termos de segurança alimentar, distribuindo comida saudável e adequada para quase 10% da população do Estado. “Nosso programa garante, no mínimo, 30% da necessidade nutricional dos nossos estudantes, contribuindo significativamente para a saúde e o aprendizado”, afirma Miranda.

As sugestões de cardápios são elaboradas por uma equipe de nutricionistas do Instituto Fundepar, garantindo a segurança alimentar de crianças e adolescentes da rede estadual de ensino. “A alimentação escolar servida na rede passa por um rigoroso controle de qualidade, desde a aquisição dos produtos até o preparo. Além de contribuir para a saúde, a comida de qualidade melhora as condições de aprendizado dos estudantes”, ressalta Eliane Teruel Carmona, diretora-presidente do Fundepar.

Os investimentos em alimentação escolar na rede estadual são provenientes do Fundo Rotativo, do Programa para Descentralização de Recursos Financeiros (PDDE), do Mais Merenda e de convênios. Essas parcerias são fundamentais para a manutenção e expansão do programa, permitindo a inclusão de mais alimentos orgânicos e sustentáveis no cardápio escolar.

A introdução de arroz e feijão orgânicos nas refeições escolares representa um avanço significativo para a saúde dos estudantes e a sustentabilidade ambiental. Os benefícios vão além da nutrição imediata, promovendo hábitos alimentares saudáveis que podem durar toda a vida. Além disso, ao apoiar a agricultura familiar e a agroecologia, o programa contribui para um desenvolvimento rural mais justo e sustentável.

Santa Catarina celebra três novas adesões ao Selo de Conformidade Cidasc

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) assinou termos de adesão ao Selo de Conformidade Cidasc (SCC) de três agroindústrias e celebrou o lançamento de produtos do agro identificados com a bandeira do Estado de Santa Catarina. O evento ocorreu na quarta-feira, 19, em Balneário Camboriú, durante a ExpoSuper 2024.

A vice-governadora do Estado de Santa Catarina, Marilisa Boehm, prestigiou o evento, juntamente com a presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, o secretário da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto. A Associação Catarinense de Supermercados (Acats), promotora da ExpoSuper, foi representada no ato pelo presidente Alexandre Simioni. 

A Cooperja, a Cooperserra e a Maná Alimentos assinaram o termo de adesão ao Selo de Conformidade Cidasc (SCC), uma certificação de processo, concedida às fabricantes de produtos de origem vegetal, que implantam um Sistema de Gestão de Segurança dos Alimentos e são aprovadas em auditoria, concedida pela Cidasc. A Cooperja aderiu ao processo de fabricação de farinhas, a Cooperserra, ao processo de suco de maçã e a Maná Alimentos, ao de derivados de mandioca. 

Outro momento importante da cerimônia foi destacar a iniciativa de empresários do agro de ostentar a bandeira estadual no rótulo dos seus produtos. A empresária Maria Rosinete Souza Effting, da Queijaria Güinther, lançou os primeiros produtos lácteos catarinenses a exibirem a bandeira na embalagem. Eles se somam a azeites de oliva, temperos e produtos cárneos, que estampam o orgulho em produzir alimentos de qualidade e que carregam a tradição e cultura de Santa Catarina, produzidos pela cooperativa Saborense.

A trajetória da empreendedora Maria Rosinete Souza Effting foi lembrada pela vice-governadora do Estado de Santa Catarina, Marilisa Boehm, em seu discurso. Rose, como é chamada, foi a primeira mulher a presidir a Associação Catarinense de Criadores de Bovinos e recebeu o prêmio Mulher de Negócios Sebrae 2022, na categoria produtora rural. “Você é um orgulho como mulher, como catarinense. Você nos representa, Rose”, afirmou a vice-governadora.

Marilisa Boehm elogiou a iniciativa de identificar os produtos do agro catarinense com a bandeira estadual e a diferenciação que o Selo de Conformidade Cidasc traz para as agroindústrias do estado. Ela destacou o papel que a agropecuária tem na economia de Santa Catarina. “Quero parabenizar todas as famílias de produtores rurais  pelo trabalho que vêm desenvolvendo, pois vocês é que fazem a grandeza de nosso Estado, que o fazem crescer e enriquecer. Podem ter certeza que nós do Governo do Estado estaremos de portas abertas para fazer tudo o que for possível para ajudar o setor”, completou a vice-governadora. 

O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, aproveitou o momento para destacar a parceria com a Acats, o que permitiu trazer à feira o Espaço da Agricultura Familiar em uma versão ampliada, com 40 agroindústrias familiares apresentando seus produtos em busca de novos negócios. 

“Precisamos que haja essa integração do produtor com o supermercado para chegar ao consumidor. Temos que acertar esta parceria para que os estabelecimentos facilitem a entrada dos produtos da agricultura familiar, que não tem como competir com marcas de grandes empresas”, disse o secretário Valdir Colatto. O presidente da Acats, Alexandre Simioni, reforçou o interesse da entidade em encontrar alternativas que estimulem a escolha destes empreendimentos familiares locais como fornecedores dos supermercados. 

A aproximação com a Acats também foi celebrada pela presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, pelas perspectivas que se abrem para fortalecer as cadeias produtivas ligadas ao agro. Celles lembrou ao público que 70% das propriedades catarinenses se enquadram como pequenas (de um a quatro módulos fiscais) e que esta atividade rural é a fonte de renda de quatro em cada dez pessoas nas cidades com menos de 20 mil habitantes. 

“Estão aqui estes nossos expositores na ExpoSuper, representando as 170 mil propriedades da nossa agricultura familiar, esta gente humilde e trabalhadora que é apenas 15% da população catarinense, mas produz 70% dos alimentos que consumimos. Essa é a agricultura que produz os alimentos pelas mãos de mães e com os saberes de avós, nonnas e omas. E além desta contribuição, ainda estão colocando a bandeira de Santa Catarina em seus rótulos, algo que ninguém exigiu: é o amor à nossa terra que brota, assim como as plantas que cultivam”, destacou a presidente da Cidasc. 

O presidente da Cooperja, Vanir Zanatta, falou em nome de todos os empresários, que aderiram ao Selo de Conformidade Cidasc (SCC). A Cooperserra e Maná Alimentos também assinaram o contrato de adesão: a Cooperja, que já havia obtido o selo para o beneficiamento do arroz, celebrou um novo termo para certificar a produção de produtos à base da farinha do grão. 

“Santa Catarina vende qualidade e o SCC vem para confirmar isso: para dar um diferencial para os nossos produtos. Por isso agradecemos a parceria e o empenho dos profissionais da Cidasc que fazem a diferença em nossas indústrias, explicando, capacitando e orientando nossos colaboradores a fazerem o melhor produto”, disse Zanatta. 

A busca pela qualidade e pela diferenciação também aproximou a queijaria Güinther e a Cidasc. A produtora rural e empresária Maria Rosinete Souza Effting agradeceu a orientação recebida da médica veterinária da Cidasc Margarida Seico Akama Yokemura no processo para adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi), que permite a comercialização dos queijos para todo o Brasil. 

“Não tenho dúvida da qualidade que temos em Santa Catarina. Eu a vejo no meu rebanho de vacas jersey e nos meus produtos (o leite e o queijo), mas também em outros segmentos, como os produtos suínos, da avicultura… é um orgulho para nós dizermos que somos de Santa Catarina e usar a bandeira”, conta a empresária, que investiu em aprimoramento genético do rebanho e sanidade animal como base de sua produção.

A valorização do agro catarinense e a promoção da identidade regional foi lembrada pelo empresário Wolmir de Souza, da cooperativa Saborense. Ele recordou o percurso trilhado pela marca junto às autoridades, buscando respaldo para o uso da bandeira de forma respeitosa, para expressar o orgulho de todos os envolvidos ao longo da cadeia produtiva e para incentivar o consumo local.  

Participaram também do evento, o secretário de Estado da Aquicultura e Pesca, Tiago Bolan Frigo; o presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Dirceu Leite; o presidente interino das Centrais de Abastecimento de Santa Catarina (Ceasa/SC), Emerson Martins; o presidente da Cooperja, Vanir Zanatta; o presidente da Cooperserra, Mariozan Corrêa; o gerente comercial da Maná Alimentos, Josias Pereira; a produtora rural e empresária Maria Rosinete Souza Effting, da queijaria Güinther; Wolmir de Souza, o presidente da cooperativa Saborense; diretores da companhia, imprensa e convidados.

Espaço da Agricultura Familiar na ExpoSuper 2024

O espaço da Agricultura Familiar da ExpoSuper organizado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR), juntamente com a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e as Centrais de Abastecimento do Estado de Santa Catarina (Ceasa/SC), visa promover os produtos oriundos da agricultura familiar de Santa Catarina.

A Cidasc apresenta números significativos sobre a produção agropecuária de Santa Catarina durante a ExpoSuper 2024. Atualmente, o Estado conta com 473 estabelecimentos ativos no Serviço de Inspeção Estadual (SIE), que possibilita a comercialização de produtos por todo o território catarinense. Destes, 129 estabelecimentos aderiram ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/Poa). A Cidasc também concedeu, até o momento, 166 Selos ARTE a produtos artesanais catarinenses, evidenciando a qualidade e a autenticidade dos produtos do Estado.

Selo de Conformidade Cidasc

Concedida pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), por meio da implantação do Sistema de Gestão da Segurança dos Alimentos (SGSA), pela equipe técnica da Divisão de Classificação Vegetal (Dicla), vinculada ao Departamento Estadual de Defesa Vegetal (Dedev), com prestação de serviços de livre adesão de empresas, que trabalham com matéria-prima de origem vegetal, esta certificação é de extrema importância para diversas esferas da sociedade, incluindo cadeias produtivas, setor varejista, mercado consumidor, entidades de interesse social e governamentais. Os principais objetivos desta certificação são a otimização de processos para a redução de desperdício, incluindo recursos naturais, visando a sustentabilidade; a elevação do padrão de qualidade e segurança dos produtos alimentares; e a promoção da saúde única.

Hoje há 16 agroindústrias certificadas com o Selo e 12 em processo de certificação. Podem aderir ao programa empresas de produção, beneficiamento, processamento e comercialização de produtos de origem vegetal destinados ao consumo humano. Grãos, farinhas, frutas, geleias e conservas são alguns exemplos de produtos elegíveis para o Selo de Conformidade Cidasc (SCC). 

Os produtos certificados com o Selo de Conformidade Cidasc (SCC), se tornam um diferencial competitivo, que atesta para o consumidor que aquele fabricante segue padrões que resultam em um produto de qualidade, seguro para o consumo, e estão presentes no comércio em todo o país. Em 25 países espalhados pelo mundo. As empresas certificadas passam por auditorias periódicas, para mostrar que as boas práticas continuam sendo seguidas após a conquista do Selo. 

Agricultura familiar reivindica políticas públicas em Brasília durante o 24º Grito da Terra Brasil

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

Agricultura familiar é uma atividade que sustenta milhares de famílias no Brasil, mas enfrenta inúmeros desafios. No dia 21 de maio, cerca de 10 mil agricultores familiares se reuniram em Brasília para participar do 24º Grito da Terra Brasil, um evento organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Com mãos calejadas e rostos marcados pelo sol, esses trabalhadores fizeram ouvir suas demandas por melhores políticas públicas que possam assegurar a sustentabilidade e a viabilidade da agricultura familiar no país.

Demandas dos agricultores familiares

Do alto de um caminhão de som, líderes da Contag e da CTB apresentaram uma lista de reivindicações aos diversos ministérios responsáveis por políticas voltadas ao meio rural. As demandas incluíam estímulos governamentais para a produção sustentável e resiliente às mudanças climáticas, além da inclusão produtiva de 1,7 milhão de famílias que atualmente produzem apenas para consumo próprio.

Vânia Marques, secretária de Políticas Agrícolas da Contag e coordenadora do evento, destacou a importância de políticas sociais e alimentares que promovam a sustentabilidade. “Nossa pauta é centrada em várias questões relacionadas à produção e à reprodução da vida. Com relação à produção, apresentamos em abril ao governo propostas voltadas a políticas sociais e alimentares, sempre tendo como referência a sustentabilidade e uma produção alimentar que seja saudável para a população”, afirmou.

Agricultura familiar vs. agronegócio

Agricultores familiares do 24º Grito da Terra Brasil fazem passeata na Esplanada dos Ministérios – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O presidente da CTB, Adílson Araújo, destacou a discrepância entre o apoio governamental destinado ao agronegócio e à agricultura familiar. “Enquanto o governo destina R$ 364 bilhões para o agronegócio, destina apenas R$ 77,7 bilhões para a agricultura familiar, que é responsável por 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros”, argumentou. Araújo ressaltou ainda que o pequeno agricultor trabalha diretamente na terra, contribuindo para a sustentabilidade e a solidariedade comunitária, enquanto o agronegócio foca apenas em maximizar lucros, muitas vezes às custas do meio ambiente e da geração de empregos.

A regularização de terras foi uma das principais bandeiras levantadas pelos agricultores durante o evento. Valdinei Grigório de Lima, de 62 anos, relatou as dificuldades enfrentadas pelos pequenos agricultores em Vila Bela, Mato Grosso. “Nós queremos regularizar nossas posses. Trabalhamos todos juntos, comercializando produtos em um clima de muita solidariedade. Mas temos muitos problemas com alguns fazendeiros do agronegócio na região. Como são muito ricos, eles compram muitas terras, de forma a cercar as áreas dos pequenos proprietários”, disse Lima, destacando a necessidade de apoio jurídico e governamental para proteger os direitos dos agricultores familiares.

Merenda escolar

Glória Carneiro, agricultora familiar de 69 anos, ilustrou a importância da agricultura familiar para a alimentação escolar em Várzea da Roça, Bahia. “Cheguei a produzir e vender, em apenas 6 meses, 1 tonelada de cocada para distribuir entre escolas, eventos e cooperativas de alimentos. Minha casa foi construída com o dinheiro obtido a partir dessa cocada de licuri, um coco pequeno e oleoso, excelente para fazer doce. E o melhor de tudo é que ele vira um alimento bom e de qualidade para os meninos das escolas da região”, contou Glória, destacando o papel da agricultura familiar na segurança alimentar e nutricional das comunidades locais.

Integrantes do 24º Grito da Terra Brasil fazem passeata na Esplanada dos Ministérios – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Aposentadoria e Pronaf

A agricultora familiar Gilda Lima, de 58 anos, viajou por três dias de Bom Jardim, Pernambuco, até Brasília, com o objetivo de facilitar o processo de aposentadoria dos agricultores familiares e melhorar o acesso ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Queremos também políticas públicas mais voltadas às mulheres, em especial para as mães. Há muita burocracia para conseguirmos o salário maternidade. No caso do INSS, eles pedem muitas provas materiais disso e daquilo. São muitas dificuldades para o agricultor idoso, que acaba tendo de se deslocar demais para conseguir aquilo que lhes é de direito”, relatou Gilda, que produz milho, feijão, fava, mandioca, batata, galinha e ovo em sua propriedade.

Conclusão

Agricultora familiar Gilda Lima, de Bom Jardim, (PE), participa da passeata do 24º Grito da Terra Brasil – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O 24º Grito da Terra Brasil destacou a importância da agricultura familiar para a sustentabilidade e a segurança alimentar do país. As demandas apresentadas pelos agricultores familiares em Brasília refletem a necessidade urgente de políticas públicas que apoiem essa forma de agricultura, que é responsável por grande parte dos alimentos consumidos no Brasil. O evento foi um lembrete poderoso de que, apesar dos desafios, a agricultura familiar continua a ser um pilar essencial da sociedade brasileira, necessitando de reconhecimento e apoio adequado para prosperar.

A luta desses agricultores é um exemplo de resistência e dedicação à terra, e suas demandas ecoam a importância de uma produção agrícola sustentável e solidária, que beneficia não apenas as famílias que trabalham no campo, mas toda a população.

Fonte: Agência Brasil

Jucéli Wartha é a Nova Diretora da Casa Familiar Rural de São José do Cedro

A Casa Familiar Rural (CFR) de São José do Cedro, desde a última quinta-feira, dia 1º de fevereiro, tem uma nova diretora a frente da coordenação das ações, trata-se de Jucéli Wartha. Ela é ex-aluna do educandário, onde se formou como técnica em agropecuária.

Jucéli possui forte ligação com a agricultura familiar, uma vez que junto de sua família trabalham com a produção rural. Ela agradeceu a confiança nela depositada para desempenhar tais funções a frente da escola e destacou o forte vínculo que tem com a instituição de ensino.

A Casa Familiar Rural de São José do Cedro é referência regional na formação técnica em agropecuária, atendendo diversos municípios como Princesa, Guarujá do Sul e Dionísio Cerqueira.

O Prefeito João Luiz de Andrade, ressaltou a importância da Casa Familiar Rural no cenário educacional local, destacando o papel crucial que desempenha alinhando a formação educacional do aluno, ao mesmo tempo que oferta um curso técnico na área da agricultura, cenário onde os educandos estão inseridos diariamente.

Sicredi anuncia R$ 8 bilhões para Show Rural Coopavel

O Sicredi, primeira instituição financeira cooperativa do Brasil e detentora do título de maior rede de atendimento do Paraná, segundo dados do Banco Central (BC) – com 466 agências e presença em mais de 90% do território do estado -, é novamente patrocinador de um dos mais importantes eventos do agronegócio nacional, o Show Rural Coopavel, que começa no dia 5 de fevereiro, em Cascavel (PR).

Para esta edição da feira, que se estende até 9 de fevereiro, o Sicredi disponibiliza R$ 8 bilhões para o financiamento de utilitários, maquinários e tecnologias agrícolas, além de oferecer todo o suporte necessário aos produtores rurais associados. A instituição financeira cooperativa estará com uma equipe formada por mais de 100 colaboradores de diversas regiões do estado.

“O Sicredi tem raízes no campo e, ao longo dos anos, tem oferecido todo o apoio aos produtores rurais associados em diferentes atividades, seja nas pequenas, médias ou grandes propriedades. Sabemos que o agronegócio brasileiro é dinâmico e está sempre se reinventando, inovando. Por isso, o Sicredi segue apoiando o setor voltado para o futuro do campo, proporcionando prosperidade para o produtor rural associado e as comunidades”, destaca o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Central Sicredi PR/SP/RJ, Gilson Farias.

Na edição 2023 da feira, o Sicredi recebeu 544 propostas de financiamento, totalizando R$ 326 milhões em volume de negócios. Sicredi: principal agente repassador das linhas do BNDES

O Sicredi foi o principal agente financeiro na concessão de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2023. A instituição financeira cooperativa liberou aproximadamente R$ 8,2 bilhões com as linhas do BNDES, sendo R$ 5,7 bi destinados para o setor do agronegócio, o que representa um aumento de 37% no volume liberado.

Ainda de acordo com o balanço do BNDES, o Sicredi é o principal repassador dos programas Inovagro, Pronaf Investimento e Pronamp Investimento, além de destaque nos programas Moderagro e PCA.

Foco nas pessoas e parceria com agricultura familiar

O Sicredi é reconhecido como o agente financeiro com o maior volume de operações de investimento contratadas no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que oferece atendimento especializado aos pequenos produtores rurais. “Nossa atuação é com foco nas pessoas, no associado e no impacto positivo que geramos nas regiões onde estamos presentes. Por isso, o Sicredi é uma instituição que o associado sabe que pode contar em qualquer momento, seja no Show Rural ou em uma de nossas agências”, finaliza Farias.

Faesc apoia medidas para fortalecer cadeia do leite

A crise na cadeia do leite afeta diretamente a agricultura familiar, levando milhares de produtores a abandonar a atividade

Os transtornos que a cadeia produtiva do leite tem enfrentado – estiagens, enchentes e excesso de importação – recomendam a formulação de uma nova política pública para o desenvolvimento do setor na avaliação do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo.

O dirigente aponta que a excessiva importação de leite iniciada no primeiro semestre do ano passado achatou a remuneração do produtor nacional, impactando negativamente a competividade do pequeno e médio produtor de leite. As importações brasileiras de lácteos da Argentina e do Uruguai, em 2023, praticamente dobraram.

O presidente observa que grande parte dos produtores rurais atua na área de lácteos e que a crise no setor derruba a renda das famílias rurais. A forte presença de leite importado no mercado brasileiro provocou queda geral de preços, anulando a rentabilidade dos criadores de gado leiteiro.

Pedrozo defende um debate do setor produtivo com o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar para a definição de medidas de fortalecimento da pecuária leiteira no País com foco no aumento da produção, no fortalecimento do pequeno e do médio produtor de leite.

Dessa forma será possível estimular, simultaneamente, a produção e o consumo, abrangendo a redução da tributação, combate às fraudes, criação de mercado futuro para as principais commodities lácteas, manutenção de medidas antidumping e consolidação da tarifa externa comum em 35% para leite em pó e queijo, além da utilização de leite e derivados de origem nacional em programas sociais.

O sindicalista reconhece que o governo vem adotando, desde o ano passado, medidas para mitigar os efeitos do aumento das importações de lácteos de países do Mercosul, como Uruguai e Argentina.

Neste mês, inclusive, entrará em vigor a norma tributária que impede incentivos no âmbito do Programa Mais Leite Saudável, do Ministério da Agricultura, para indústrias que compram produtos estrangeiros. “Embora bem-intencionadas, as medidas são insuficientes”, avalia.

Pedrozo alerta que a crise na cadeia do leite afeta diretamente a agricultura familiar, levando milhares de produtores a abandonar a atividade, que já registra forte concentração da produção em Santa Catarina. “Talvez uma das soluções seja regular a importação, criando gatilhos e barreiras para que seu exagero não destrua as cadeias produtivas organizadas existentes”, sugere.

José Zeferino Pedrozo assegurou que os Sindicatos Rurais catarinenses estão dispostos a colaborar com ações e programas voltados para apoio, desenvolvimento e fortalecimento do setor de lácteos.

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