O câncer de pele é uma das formas mais comuns de câncer no Brasil e no mundo. No entanto, quando diagnosticado precocemente, possui altas taxas de cura. Em 2025, o Sul do Brasil continua a ser uma das regiões com as taxas mais altas de incidência dessa doença, com destaque para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em média, são registrados 150 casos de câncer de pele a cada 100 mil habitantes, um número alarmante que exige atenção e cuidados preventivos.
Câncer de pele no Sul do Brasil
A exposição solar intensa e prolongada é o principal fator de risco para o câncer de pele. Na região Sul, isso se torna uma preocupação ainda mais relevante, pois os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm índices alarmantes de incidência da doença. Embora todos os tipos de pele possam ser afetados, as pessoas com pele mais clara e histórico de exposição solar excessiva estão mais propensas a desenvolver câncer de pele.
O câncer de pele ocorre quando as células da pele começam a se multiplicar de forma desordenada, formando tumores malignos. Existem vários tipos de câncer de pele, sendo o melanoma o mais perigoso. Porém, mesmo o melanoma tem grandes chances de cura quando diagnosticado de forma precoce. Esse diagnóstico precoce, aliás, é a chave para um tratamento bem-sucedido e para a prevenção de complicações mais graves.
Como prevenir o câncer de pele
De acordo com a dermatologista Jessica Carine Noronha Araújo, da Hapvida NotreDame Intermédica, a prevenção do câncer de pele está fortemente relacionada à proteção contra a exposição excessiva ao sol. Nos estados do Sul, onde a radiação solar é intensa em determinados períodos do ano, é fundamental adotar algumas medidas para reduzir o risco da doença.
Uma das principais recomendações é evitar a exposição solar nos horários mais críticos, entre 10h e 16h, quando os raios UV estão mais fortes. Para quem trabalha ao ar livre ou passa muitas horas exposto ao sol, como no campo ou nas praias, a utilização de barreiras físicas é essencial. Isso inclui o uso de chapéus de abas largas, roupas de mangas compridas feitas com tecidos que bloqueiam os raios solares e óculos de sol com proteção UV.
Além disso, é importante se abrigar à sombra sempre que possível. Para quem está na praia, o uso de barracas ou guarda-sóis com tecidos que filtram os raios UV também é uma alternativa eficaz. O protetor solar, com FPS 30 ou superior, deve ser aplicado generosamente a cada duas horas e após atividades como nadar ou suar. Mesmo em dias nublados, é crucial lembrar que os raios UV podem atravessar as nuvens, e por isso a aplicação do protetor não deve ser negligenciada.
A dermatologista Jessica também destaca os erros mais comuns cometidos na aplicação do protetor solar, que podem comprometer sua eficácia. A primeira falha é a aplicação insuficiente do produto. A quantidade ideal de protetor solar para o corpo todo é de aproximadamente uma colher de chá por área do corpo (braços, pernas, rosto, etc.), mas muitas pessoas aplicam uma quantidade menor do que a necessária, reduzindo a proteção.
Outro erro comum é não aplicar o protetor solar nas áreas mais negligenciadas, como orelhas, pescoço, dorso das mãos e pés. Essas regiões também estão expostas à radiação UV e precisam de proteção. Além disso, muitas pessoas se esquecem de reaplicar o produto a cada duas horas ou após entrar na água ou suar. Também existe o equívoco de achar que um protetor solar com FPS alto elimina a necessidade de reaplicações – isso não é verdade. A reaplicação é fundamental para garantir uma proteção contínua e eficaz.
O diagnóstico precoce é crucial no tratamento do câncer de pele, especialmente do melanoma, que, quando identificado no início, tem altíssimas taxas de cura. O melanoma é um tipo agressivo de câncer de pele que pode se espalhar rapidamente para outras partes do corpo, tornando o tratamento mais complexo e com menos chances de sucesso.
Os sinais precoces de melanoma incluem alterações nas pintas existentes ou o surgimento de novas lesões cutâneas. O crescimento, mudança de cor, assimetria, bordas irregulares e sangramentos nas pintas são sinais de alerta. Além disso, coceira, dor ou feridas que não cicatrizam também podem indicar a presença de melanoma ou outro tipo de câncer de pele. Identificar essas alterações precocemente pode ser a chave para um tratamento eficaz e a cura da doença.
O método ABCDE é uma ferramenta simples, porém poderosa, para identificar sinais de alerta em lesões de pele. Este método se baseia nas características de uma pinta ou mancha suspeita, e ajuda na identificação precoce de melanoma. Veja como ele funciona:
- A – Assimetria: Se a pinta tem uma metade diferente da outra, isso pode ser um sinal de alerta.
- B – Bordas irregulares: Pintas com bordas mal definidas, irregulares ou serrilhadas são preocupantes.
- C – Cor: A presença de diferentes cores na mesma lesão, como tons de marrom, preto, vermelho, azul ou branco, pode indicar câncer de pele.
- D – Diâmetro: Lesões maiores que 6 mm devem ser observadas, embora lesões menores também possam ser preocupantes.
- E – Evolução: Mudanças na pinta ao longo do tempo, como crescimento, alteração de cor, coceira ou sangramento, devem ser avaliadas por um dermatologista.
A dermatologista Jessica enfatiza a importância de se autoexaminar e de realizar consultas regulares ao dermatologista para garantir que qualquer alteração seja diagnosticada rapidamente, aumentando as chances de cura.
O tratamento do câncer de pele depende do tipo e da gravidade da doença. No caso do melanoma, a cirurgia é frequentemente a opção inicial, onde a área afetada da pele é removida. Em casos mais avançados, tratamentos como imunoterapia, quimioterapia ou radioterapia podem ser necessários.
Nos casos de câncer de pele não melanoma, a cirurgia também é o tratamento mais comum, sendo muito eficaz em estágios iniciais. Para prevenir recidivas, o acompanhamento regular com o dermatologista é essencial.