A hilária história do homem que comprou Stonehenge em um leilão

Em 1915, um advogado inglês chamado Cecil Chubb protagonizou um dos momentos mais inusitados da história: ele comprou Stonehenge, o monumento megalítico mais famoso do mundo, em um leilão. Sabe aquela história de sair para comprar uma coisa e voltar com outra completamente diferente?

Pois é, Chubb foi ao leilão para comprar cortinas e voltou para casa com nada menos que um conjunto de pedras gigantes. E, como você pode imaginar, sua esposa não ficou nada impressionada.

Das cortinas ao leilão de Stonehenge

A ida de Cecil Chubb ao leilão começou de forma trivial. Mary, sua esposa, havia pedido para ele comprar um conjunto de cortinas. Mas, em vez de atender ao pedido, ele decidiu dar um lance em um lote chamado Stonehenge. Por 6.600 libras esterlinas, Chubb tornou-se o novo dono do icônico monumento. “Por que não?”, ele deve ter pensado. Afinal, quem não gostaria de surpreender a esposa com um presente tão… único?

Bem, Mary não gostou. Dizem que sua reação foi menos de admiração e mais de indignação, especialmente considerando o valor pago — uma pequena fortuna para a época. Algumas teorias sugerem que Chubb comprou Stonehenge para impedir que ele fosse parar nas mãos de americanos. Seja qual for o motivo, o advogado passou a ser conhecido como o homem que comprou pedras gigantes por impulso.

O leilão ocorreu em Salisbury, no condado de Wiltshire. Stonehenge, então propriedade da família Antrobus, foi colocado à venda após a morte de Edmund Antrobus durante a Primeira Guerra Mundial. Cosmo Gordon Antrobus, seu irmão, decidiu vender as terras, incluindo o monumento, para fazer caixa. O lote 15 abrangia 12 hectares de terra e um dos mais famosos conjuntos de pedras do mundo. Convenhamos, não era exatamente um item que você esperaria encontrar em um leilão imobiliário.

Três anos após a compra, talvez sentindo o peso do monumento — literal e figurativamente — Chubb decidiu doar Stonehenge ao domínio público. Foi um gesto patriótico, mas também prático: afinal, não é todo dia que se tem uma propriedade que precisa de uma equipe de arqueólogos para fazer a manutenção.

A doação veio com algumas condições. Chubb estipulou que o ingresso para visitação não deveria exceder um xelim e que os moradores locais teriam entrada gratuita. Atualmente, o monumento é administrado pelo English Heritage, que cobra uma taxa de entrada para visitantes, mas ainda permite que os residentes da região entrem sem custo.

O mistério de Stonehenge

Stonehenge, datado de cerca de 3.000 a.C., continua a intrigar o mundo. Suas pedras gigantescas, algumas pesando até 25 toneladas, foram organizadas em um círculo que desafia a lógica da engenharia antiga. Um estudo recente sugere que o monumento foi um símbolo de união, reunindo comunidades distantes em torno de um objetivo comum. A teoria é liderada por Mike Parker Pearson, um professor que não apenas estuda a história de Stonehenge, mas também parece tão fascinado por ela quanto Chubb.

Um detalhe intrigante é a origem da Pedra do Altar, que teria sido transportada por 700 quilômetros do nordeste da Escócia até o sul da Inglaterra. Imaginar como essas pedras colossais foram movidas sem guindastes é um quebra-cabeça que deixa qualquer engenheiro moderno coçando a cabeça.

Graças à decisão inusitada de Chubb, Stonehenge se tornou um patrimônio protegido e acessível ao público. Seu gesto transformou o monumento em um símbolo da herança cultural britânica e um destino para turistas e estudiosos do mundo inteiro. Hoje, visitantes podem explorar o local e imaginar o que se passava na cabeça dos construtores antigos — e, claro, na de Chubb quando ele levantou a mão para dar aquele lance decisivo no leilão.

Seja pela preservação de um patrimônio ou pela hilária história de como ele entrou para o mundo moderno, Cecil Chubb deixou sua marca. E, de quebra, nos deu uma lição valiosa: nunca subestime o impacto de uma decisão por impulso — nem o poder de uma esposa decepcionada com a falta de cortinas.


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