Soja mantém liderança absoluta nos portos do Paraná; movimentação da commodity cresce 60% em outubro e reforça expansão do complexo soja no estado.
A soja em grão foi a commodity com maior volume movimentado nos portos paranaenses entre janeiro e outubro deste ano, segundo o relatório operacional divulgado pela Portos do Paraná. No período, foram embarcadas 13.015.446 toneladas, totalizando US$ 5,2 bilhões em valor FOB e representando 21,2% de toda a carga que passou pelos terminais do estado em 2025, que alcançaram 61.213.363 toneladas no acumulado. O Brasil segue como o maior exportador mundial do produto, e o Paraná mantém protagonismo dentro desse fluxo. Cerca de 91% da soja despachada pelo Porto de Paranaguá tem como destino o mercado chinês.
O relatório mostra que o mês de outubro registrou um crescimento de 60% na movimentação da soja em comparação ao mesmo mês do ano anterior, passando de 508.876 toneladas em 2024 para 815.327 toneladas em 2025. Atualmente, 15 terminais estão habilitados para movimentar soja em grão no sistema portuário paranaense. Entre os fatores que explicam o aumento nas exportações estão a safra recorde da produção brasileira e a maior demanda chinesa, intensificada após a redução das importações da commodity oriunda dos Estados Unidos em função de embates tarifários.
O complexo soja também apresentou avanço no segmento de farelo. Paranaguá possui a segunda maior movimentação do produto no país, com 28% da exportação nacional. Entre janeiro e outubro deste ano, foram embarcadas 5.517.043 toneladas, equivalentes a US$ 1,8 bilhão em valor FOB. O volume representa crescimento de 3% em relação ao mesmo período de 2024. Países Baixos, França, Espanha e Coreia do Sul figuram entre os principais compradores. O Porto de Paranaguá também se mantém como líder nacional na exportação de óleo de soja, responsável pelo envio de 63% da produção brasileira até outubro, totalizando mais de 860 mil toneladas destinadas a diversas indústrias.
O estado também se prepara para ampliar a capacidade operacional do complexo soja. A construção do Moegão, considerada a maior obra portuária pública do país em andamento, terá início previsto para janeiro de 2026. A estrutura centralizará o descarregamento ferroviário de granéis sólidos e conectará 11 terminais por meio de correias transportadoras. Atualmente, os terminais conseguem descarregar cerca de 550 vagões diariamente. Com o Moegão, a capacidade poderá chegar a 900 vagões por dia.
A perspectiva é que, após a conclusão da obra, a nova estrutura receba até 24 milhões de toneladas de grãos e farelos por ano, atendendo aos terminais do Corredor de Exportação Leste e aumentando a produtividade das operações. Outro projeto em desenvolvimento é o Píer em “T”, que terá quatro novos berços e um sistema de carregamento capaz de operar até oito mil toneladas de grãos por hora, mais que o dobro da capacidade atual, de três mil toneladas por hora.
A ampliação do calado também está prevista para os próximos anos. O aprofundamento do Canal de Acesso ao Porto de Paranaguá, concedido por meio de leilão público, permitirá que embarcações de maior porte atraquem no terminal. O calado deverá passar dos atuais 13,3 metros para 15,5 metros em até cinco anos. O aumento de dois metros e vinte centímetros permitirá que cada navio transporte até 14 mil toneladas adicionais de granéis sólidos vegetais sem custo extra de operação.
O conjunto de investimentos reforça a competitividade do Porto de Paranaguá no cenário mundial. As melhorias deverão reduzir o tempo de operação, aumentar a segurança das manobras, diminuir custos logísticos e ampliar a capacidade de atendimento às demandas nacionais e internacionais. A expectativa é que o complexo soja continue sendo uma das principais forças da economia paranaense e um dos pilares das exportações brasileiras.

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