Um dos acidentes rodoviários mais chocantes já registrado, ocorrido na madrugada do último sábado, 21 de dezembro, resultou na morte de 38 pessoas na hora. Mas hoje, dia 22, o número de mortos subiu para 41. Outras 11 pessoas estão com ferimentos graves.
O acidente ocorreu na madrugada deste sábado (21), a BR-116, na altura do KM 285, em Lajinha, distrito de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, foi palco de uma tragédia de proporções devastadoras. Um grave acidente envolvendo três veículos — um ônibus, uma carreta e um carro. O ocorrido, que gerou comoção nacional, expõe as fragilidades das rodovias brasileiras e a urgência de medidas preventivas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a colisão aconteceu por volta das 3h30. O ônibus, pertencente à empresa EMTRAM, saiu de São Paulo na sexta-feira (20), com destino a Vitória da Conquista, na Bahia, percorrendo um trajeto de aproximadamente 1.500 km. Informações preliminares indicam que um bloco de granito transportado pela carreta teria se desprendido e atingido o ônibus, provocando um incêndio de grandes proporções.
O impacto foi fatal para a maioria dos passageiros do ônibus, que não conseguiram escapar das chamas. Além disso, o carro que vinha logo atrás também colidiu com os veículos, resultando em ferimentos graves para as três pessoas a bordo.
Vídeos registrados por motoristas que passavam pelo local logo após o acidente mostram os veículos em chamas, em um cenário de destruição. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) agiram rapidamente para socorrer as vítimas e controlar o trânsito, que permaneceu interditado por cerca de seis horas.
As pessoas feridas foram encaminhadas para hospitais e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Teófilo Otoni. A maioria das mortes foi causada pelo incêndio no ônibus, segundo o agente da PRF, Fabiano Santana. “Foi uma tragédia sem precedentes para a região. Muitas vítimas sofreram queimaduras ao tentar resgatar familiares, incluindo crianças pedindo ajuda para salvar os pais”, relatou Santana.
Ainda que a causa exata do acidente esteja sob investigação, duas hipóteses principais foram levantadas. Inicialmente, acreditava-se que o pneu do ônibus havia estourado, fazendo o motorista perder o controle e colidir com a carreta. Contudo, a PRF apontou que o desprendimento de um bloco de granito transportado pela carreta foi a causa provável do acidente.
Vestígios no local reforçam a tese de que o impacto do bloco com o ônibus desencadeou o incêndio. A empresa responsável pelo transporte da pedra ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.
Outro fator que chama atenção é a recente remoção de radares no trecho onde ocorreu o acidente. Esse fato é alarmante, considerando que, nos últimos dias, ao menos três acidentes fatais foram registrados em locais onde radares haviam sido removidos.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que novos radares serão instalados em 2025, com outra empresa responsável. Entretanto, a demora para a reinstalação gera questionamentos sobre a prioridade dada à segurança viária.
O acidente gerou grande comoção em todo o Brasil.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, expressou sua solidariedade às famílias das vítimas, destacando a tragédia como especialmente dolorosa por ocorrer às vésperas do Natal. “Estamos trabalhando para que as famílias sejam acolhidas de forma humanizada nesse momento tão difícil”, declarou Zema.
O governo de São Paulo também ofereceu ajuda na identificação dos corpos, disponibilizando agentes da Superintendência da Polícia Técnico-Científica e do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt.
A empresa EMTRAM, responsável pelo ônibus, emitiu uma nota lamentando o ocorrido e informando que está colaborando com as investigações. Além disso, anunciou medidas de apoio aos familiares das vítimas, incluindo acompanhamento psicológico.