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Estudo comprova que seres humanos viveram às margens de lago no deserto de Gobi há 8 mil anos

É difícil imaginar que um dos lugares mais secos do planeta já foi, em tempos distantes, um oásis de abundância. O Deserto de Gobi, que hoje se estende como uma vasta mancha árida entre a China e a Mongólia, já foi coberto por lagos cristalinos, pântanos cheios de vida e campos férteis onde comunidades humanas prosperaram.

Essa reviravolta histórica foi revelada por um estudo recente publicado na PLOS One, no qual arqueólogos da Universidade de Wrocław, em colaboração com colegas internacionais, encontraram evidências surpreendentes. A análise de sedimentos e datações por luminescência mostrou que o Gobi, longe de ser apenas hostil, já ofereceu água doce, alimento e abrigo para caçadores-coletores que aprenderam a sobreviver em sintonia com as mudanças climáticas.

O que antes parecia um vazio inóspito revela-se agora como palco de uma das histórias mais fascinantes da pré-história: a do deserto que, um dia, foi um paraíso humano.

Estudos conduzidos por arqueólogos da Universidade de Wrocław, em colaboração com pesquisadores internacionais, mudaram completamente a forma como entendemos o passado da região. Escavações e análises de sedimentos no Paleolake de Luulityn Toirom revelaram que há cerca de 140.000 anos o que hoje é deserto era coberto por lagos e pântanos.

Durante o Holoceno, especialmente entre 8.000 e 5.000 anos atrás, as condições climáticas criaram verdadeiros oásis. Esses enclaves aquáticos forneciam água doce, peixes, plantas e matérias-primas. Para os caçadores-coletores da época, esses ambientes eram literalmente o coração de sua sobrevivência.

As escavações no Vale do Flint (FV92) revelaram uma abundância de vestígios:

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  • Microlâminas afiadas, algumas com menos de 3 cm, usadas como pontas de flechas e utensílios domésticos.
  • Fragmentos de cerâmica e resíduos de produção, sugerindo tradições tecnológicas complexas.

Essas descobertas comprovam que a região não era apenas transitada, mas também ocupada e explorada de forma organizada.

A vida nos lagos: tecnologia e sobrevivência

A análise microscópica das ferramentas recuperadas revelou algo fascinante: marcas de açougue e processamento de plantas, indicando que esses instrumentos estavam ligados diretamente à alimentação. Isso significa que os antigos habitantes do Gobi dominavam não apenas a caça, mas também o uso de recursos vegetais locais.

Esses acampamentos, segundo os pesquisadores, eram temporários, construídos ao redor dos lagos sazonais. Pequenos grupos familiares se deslocavam de acordo com as chuvas e retornavam às margens dos lagos em tempos mais férteis.

Quando o clima piorava e a água desaparecia, havia um plano B: as Montanhas Altai, que ofereciam cavernas naturais usadas como abrigos. Prova disso é a descoberta de um dente humano com 25.000 anos, considerado o fóssil humano mais antigo encontrado na Mongólia.

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Esse ciclo de mobilidade mostra uma característica marcante dessas comunidades: resiliência. Eles não apenas enfrentavam as adversidades climáticas, mas também inovavam com tecnologias como a descamação por pressão e o aperfeiçoamento das microlâminas, ferramentas que exigiam grande habilidade.

Um deserto que desmente o óbvio

Por muito tempo acreditou-se que a ocupação humana do Gobi só havia sido possível durante o chamado “ótimo climático” do Holoceno Médio. No entanto, os novos estudos mostram que os humanos já estavam presentes muito antes, aproveitando lagos e pântanos mesmo em condições instáveis.

O Gobi, que hoje conhecemos como um símbolo de aridez, já foi palco de um cenário fértil, com sociedades que criaram ferramentas, adaptaram suas rotas migratórias e se organizaram em torno de recursos naturais temporários.

Essas descobertas não são apenas arqueológicas. Elas lançam luz sobre como a humanidade aprendeu a sobreviver e prosperar em ambientes hostis, uma lição que dialoga diretamente com os desafios do presente, em tempos de mudanças climáticas globais.

O Deserto de Gobi guarda em suas areias não apenas fósseis e pedras, mas uma história de engenhosidade, resiliência e adaptação. Os caçadores-coletores que ali viveram transformaram temporários lagos e pântanos em verdadeiros oásis de sobrevivência, desenvolvendo tecnologias inovadoras e estratégias de mobilidade diante das mudanças climáticas.

O que hoje vemos como vazio e hostil já foi, no passado, um centro de vida e atividade humana intensa. E talvez essa seja a grande lição que o Gobi nos oferece: o futuro da humanidade depende da nossa capacidade de olhar para o ambiente com criatividade e encontrar nele, mesmo nos lugares mais improváveis, a chance de viver.

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