Uma grave denúncia contra o Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) reacendeu o debate sobre o uso de força em ações migratórias. A senadora Patty Murray, do estado de Washington, afirmou que agentes do órgão utilizaram um cão treinado para atacar e deter um imigrante que não teria oferecido resistência durante a operação. O caso envolve Wilmer Toledo-Martinez, que permanece detido desde novembro.
Segundo a parlamentar, os agentes teriam enganado Toledo-Martinez para fazê-lo sair de casa. Um dos oficiais se passou por trabalhador da construção civil e alegou ter danificado o carro da vítima. Assim que o homem saiu para verificar o suposto dano, outro agente, acompanhado de um cão, teria o atacado imediatamente. A abordagem ocorreu diante da esposa e dos dois filhos pequenos do detido, ambos cidadãos americanos.
Murray relatou que Toledo-Martinez sofreu “ferimentos terríveis” causados pelo animal, ficando desorientado, tremendo e perto de desmaiar após o ataque. Mesmo nessas condições, ele teria sido privado de atendimento médico por horas. Só recebeu cuidados após ser levado ao hospital, onde precisou de pontos. A senadora afirma que antibióticos demoraram a ser fornecidos e outros medicamentos sequer chegaram a ser entregues no centro de detenção.
O homem, que está nos Estados Unidos desde os 15 anos e não possui documentação regular, permanece detido no Centro de Processamento do ICE no Noroeste do país. Murray pediu sua libertação imediata e responsabilização do governo Trump pela conduta dos agentes, alegando que o imigrante não tentou fugir nem resistiu à prisão no momento em que foi atacado.
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