O Deserto da Jordânia, uma região rica em história e mistério, revelou mais um tesouro arqueológico surpreendente. Uma equipe de pesquisadores fez uma descoberta extraordinária – um santuário com cerca de 9 mil anos de idade, encontrado em um remoto sítio arqueológico no lado oriental do deserto. Esta descoberta revela uma janela para o passado, oferecendo insights fascinantes sobre uma cultura neolítica até então desconhecida.
O que torna esta descoberta especialmente notável é o estado excepcional de preservação do santuário. Este local, com cerca de 9 mil anos de idade, está surpreendentemente intacto. Os arqueólogos ficaram impressionados com a condição em que encontraram o santuário, tornando esta descoberta ainda mais valiosa.
Dentro do santuário, os pesquisadores encontraram artefatos que lançam luz sobre a cultura e o simbolismo das populações neolíticas que habitavam a região. Duas pedras esculpidas com figuras antropomórficas foram descobertas, acompanhadas por um desenho representando as famosas “pipas do deserto”. Além disso, o santuário abrigava um altar, uma lareira, conchas marinhas e até mesmo um modelo em miniatura da armadilha para gazelas. Cada artefato revela aspectos importantes da vida e da espiritualidade das pessoas que frequentavam o santuário.
A proximidade do santuário com as “pipas do deserto” sugere uma relação íntima entre esses dois elementos. As pipas do deserto eram grandes armadilhas de pedra usadas para cercar gazelas selvagens para caça. Segundo a equipe de arqueólogos, essa proximidade indica que os frequentadores do santuário eram caçadores especializados, e as armadilhas não eram apenas uma parte de sua vida econômica, mas também desempenhavam um papel central em sua cultura e espiritualidade.
Os pesquisadores envolvidos no projeto, incluindo arqueólogos da Universidade Al Hussein Bin Talal, da Jordânia, e do Instituto Francês do Oriente Próximo (Ifpo), destacam que essa descoberta lança uma nova luz sobre o simbolismo, a expressão artística e a cultura espiritual das populações neolíticas que habitaram a região. Até agora, pouco se sabia sobre essas comunidades antigas, mas o santuário e seus artefatos estão revelando um mundo rico em significado e tradições.
A equipe de pesquisa sugere que as “pipas do deserto” não eram apenas ferramentas de caça, mas também desempenhavam um papel crucial na vida cultural, econômica e simbólica das pessoas que viviam nesta zona marginal do deserto. Isso indica uma ligação profunda entre a caça, a espiritualidade e a vida cotidiana dessas antigas comunidades.
O santuário de 9 mil anos encontrado no Deserto da Jordânia é mais uma prova da riqueza e da complexidade da história humana. Com artefatos que abrem janelas para a cultura neolítica e uma conexão intrigante com as armadilhas para gazelas, essa descoberta é uma contribuição significativa para a compreensão da antiguidade da região. À medida que os arqueólogos continuam a estudar e analisar esses achados, podemos esperar mais revelações sobre as pessoas que viveram há milênios atrás no coração do deserto.