Santa Catarina prevê aumento na produção de cebola e planejamento estratégico de armazenamento, com foco em melhores preços para 2026.
A colheita da cebola começou em Santa Catarina com projeção de desempenho superior ao registrado na safra anterior. As estimativas do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Cepa) indicam crescimento de 7,30% na produção em relação ao último ciclo, o que representa um acréscimo aproximado de 40 mil toneladas. O aumento não está relacionado à expansão de área plantada, que teve avanço de apenas 1,41%, mas aos ganhos de produtividade observados em regiões produtoras como Ituporanga, Rio do Sul e Canoinhas. A maior parte das lavouras encontra-se em condições favoráveis e está na fase de frutificação.
A analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Lillian Bastian, avalia que o cenário para a safra é positivo, especialmente em Ituporanga, principal polo produtor do estado, onde as lavouras demonstram desempenho acima do esperado. Segundo ela, o resultado é reflexo de condições climáticas adequadas e de manejo eficiente ao longo do ciclo produtivo.
O preço médio pago ao produtor permanece sem novas referências desde junho de 2025, quando a saca de 20 quilos foi cotada a R$ 30,29 em valores nominais. No mercado atacadista, houve estabilidade em relação a setembro, com ligeira alta de 9,49%, atingindo R$ 41,06. Com a expectativa de que a produção do Sul do país passe a abastecer o mercado nacional nas próximas semanas, a orientação é que parte da safra seja armazenada como estratégia de mercado. Em Santa Catarina, as estruturas disponíveis permitem que produtores guardem o produto à espera de períodos de menor oferta em 2026.
A colheita das áreas precoces já começou, mas grande parte desse volume inicial está sendo destinada ao armazenamento. A recomendação é aguardar condições mais favoráveis de preço, o que pode ocorrer diante da redução esperada na oferta nacional nas próximas semanas. A perspectiva é de valorização gradual no primeiro trimestre de 2026, período em que historicamente há queda na disponibilidade do produto. A colheita deve seguir no estado até meados de janeiro.
No cenário nacional, o abastecimento continua elevado. Em outubro, o Brasil não registrou importação de cebola, resultado da forte produção interna — situação que não ocorria no mês desde 2007. A interrupção das compras externas está associada ao volume expressivo vindo do Cerrado, cuja colheita se estende até o início de novembro. A coincidência com o avanço da safra catarinense reforça a possibilidade de preços mais favoráveis ao produtor devido à ausência de importações e à expectativa de redução gradual da oferta nacional.
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