O que é o risoto de pequi e por que ele encanta o Brasil
O risoto de pequi é uma fusão entre a tradicional culinária italiana e o sabor autêntico do Cerrado brasileiro. O pequi, fruto marcante e muito utilizado em Goiás, Mato Grosso e regiões do norte de Minas Gerais, é famoso por seu aroma forte, sabor intenso e por carregar consigo a identidade cultural de quem cresceu sentindo seu perfume em feiras, casas simples e cozinhas familiares. Ao ser combinado com a cremosidade do risoto, ele transforma um prato clássico europeu em uma experiência sensorial tipicamente brasileira.
Saborear um risoto de pequi vai além do paladar: é um gesto de reconhecimento às raízes regionais, um abraço ao bioma do Cerrado e, ao mesmo tempo, um convite para que os sabores ancestrais se reencontrem com técnicas contemporâneas de preparo. O risoto, prato conhecido por sua cremosidade e textura envolvente, ganha personalidade com o toque dourado e perfumado do pequi, trazendo uma explosão de aroma que divide opiniões, mas que encanta quem aprecia sabores intensos e marcantes.
O segredo dessa receita está em equilibrar o sabor expressivo do fruto com a suavidade do arroz arbóreo, permitindo que o resultado seja harmônico e convidativo. Além disso, o pequi não é apenas um ingrediente culinário; ele representa cultura, tradição e memória afetiva. Por isso, cozinhar com esse fruto é um ato de carinho, paciência e respeito ao ingrediente.
Ingredientes para o risoto de pequi
A seguir, estão listados os ingredientes necessários para um risoto cremoso, aromático e equilibrado. As quantidades servem de base para aproximadamente quatro porções.
- 2 xícaras de arroz arbóreo (próprio para risoto)
- 1 xícara de polpa de pequi (não utilizar o caroço para não correr riscos ao mastigar)
- 1 cebola pequena picada finamente
- 2 dentes de alho triturados
- 3 colheres de sopa de manteiga
- 1 colher de sopa de azeite de oliva
- ½ xícara de vinho branco seco
- 1,5 litro de caldo de legumes quente (preferencialmente caseiro)
- 100 g de queijo parmesão ralado
- Sal a gosto
- Pimenta-do-reino a gosto
- Cheiro-verde ou salsa picada para finalizar
- 2 colheres de sopa de creme de leite fresco (opcional, para acrescentar ainda mais cremosidade)
Modo de preparo humanizado e detalhado
1. Preparação do ingrediente principal: o pequi
Antes de começar qualquer passo do risoto, o primeiro cuidado necessário é com o pequi. Caso compre o fruto inteiro, é preciso cozinhá-lo previamente e retirar polpa com suavidade, pois seu caroço contém espinhos duros, que não podem ser mastigados. Para facilitar, você pode adquirir a polpa já sem caroço. Em fogo baixo, refogue rapidamente a polpa com uma colher de manteiga, apenas o suficiente para liberar seu aroma e realçar seu sabor. Reserve.
2. Início do risoto
Aqueça uma panela grande e adicione o azeite e uma colher de manteiga. Acrescente a cebola picada e refogue em fogo médio até que ela fique transparente, sem deixar dourar. Em seguida, adicione o alho, mexendo por poucos segundos para não queimá-lo, preservando seu sabor suave.
3. Adicionando o arroz
Coloque o arroz arbóreo na panela e misture para que os grãos fiquem envolvidos na gordura. Essa etapa é essencial para que os grãos protejam o amido e resultem no risoto cremoso. Refogue por cerca de dois minutos, sem deixar tostar.
4. Deglace e início da cremosidade
Adicione o vinho branco seco, mexendo até que o líquido evapore parcialmente. Esse processo, conhecido como deglace, proporciona aroma e equilíbrio de acidez, fazendo com que o sabor do pequi se destaque mais tarde no preparo.
5. Acrescentando o caldo lentamente
Com o caldo de legumes bem quente, comece a adicioná-lo com uma concha, pouco a pouco, mexendo sempre em fogo baixo. A grande característica do risoto é essa paciência no acréscimo gradual do líquido. Mexer constantemente ativa o amido do arroz, garantindo a textura cremosa tradicional.
6. Entrada do pequi
Quando o arroz estiver na metade do cozimento (após cerca de 10 a 12 minutos de hidratação), adicione a polpa de pequi refogada. Misture bem para incorporar o sabor ao prato. Continue adicionando o caldo conforme o arroz absorver, sempre mexendo lentamente.
7. Término do cozimento e finalização
Quando o arroz atingir a textura “al dente” — cremoso por fora e levemente firme por dentro — desligue o fogo. Acrescente o queijo parmesão, uma colher de manteiga e, caso desejar, creme de leite fresco. Misture suavemente até que o risoto fique uniforme e brilhante. Ajuste sal e pimenta a gosto. Finalize com cheiro-verde picado, apenas no momento de servir, para preservar frescor e cor.
Conclusão: um prato que exalta o Brasil
O risoto de pequi representa mais que uma receita: ele carrega a memória e a identidade do Cerrado. Ao unir técnica culinária e sabor tradicional brasileiro, o prato transforma o aroma intenso do fruto em experiência afetiva e cultural. Celebrar seu sabor é valorizar ingredientes nativos, reconhecer nossas raízes e servir cultura à mesa, mostrando que o pequi é símbolo de história, afeto e brasilidade.

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