Arqueólogos da Universidade Ondokuz Mayıs (OMU) iniciaram um ambicioso projeto de escavação para revelar os segredos da antiga cidade de Sebastópolis, localizada no distrito de Sulusaray, em Tokat, Turquia. A cidade, que floresceu durante os períodos helenístico, romano e bizantino, era um importante centro comercial, situado em uma rota estratégica que ligava Távio a Sebastia (atual Sivas) e Cesareia (atual Kayseri), conforme mencionado no Itinerário Antonino.
A data exata da fundação de Sebastópolis ainda é desconhecida, mas uma inscrição encontrada em um epitáfio sugere que a cidade recebeu o status de pólis durante o reinado do Imperador Trajano (98-117 d.C.). Os primeiros estudos arqueológicos no local foram realizados em 1987 pela Diretoria do Museu Tokat, com escavações retomadas em 2010 por uma equipe francesa e continuadas entre 2013 e 2018 sob a liderança de Şengül Dilek Ful.
Atualmente, as escavações estão focadas em duas estruturas principais: um banho romano e uma igreja bizantina. No entanto, inscrições descobertas anteriormente indicam a existência de outros edifícios públicos importantes, como um ginásio, um estádio, templos dedicados a Hércules, Zeus, Adriano e Trajano, além de um teatro, uma ágora, um asclépio e uma necrópole.
Um dos maiores desafios enfrentados pelos arqueólogos é o fato de que a antiga cidade está enterrada sob o assentamento moderno de Sulusaray. “Este será um longo processo”, explicou o Dr. Akın Temür, da OMU. “Estruturas modernas precisam ser expropriadas e demolidas para expandir as escavações. Neste ponto, administradores locais e líderes empresariais têm um papel crucial a desempenhar.”
Outro obstáculo significativo é a necessidade de recursos substanciais de mão de obra e financeiros. O sítio arqueológico está localizado na planície de inundação do Rio Çekerek, onde os restos estão enterrados sob camadas de silte e solo que podem atingir até 10 metros de profundidade.
Até o momento, o projeto tem recebido apoio da Administração Especial e do Ministério da Cultura da Turquia, mas orçamentos maiores são necessários para garantir escavações de longo prazo e a subsequente restauração das estruturas descobertas. “Se suporte suficiente for fornecido, podemos desenterrar completamente esta cidade, contribuir para o mundo científico e aumentar o potencial turístico da região”, destacou Temür.
A descoberta completa de Sebastópolis não apenas enriquecerá o conhecimento sobre os períodos helenístico, romano e bizantino, mas também tem o potencial de transformar a região em um importante destino turístico, atraindo visitantes interessados em explorar as raízes históricas da Anatólia.