O ronco, que muita gente encara apenas como um barulho inofensivo durante o sono, pode ser um sinal de alerta do corpo. Embora comum, especialmente em adultos, ele nem sempre deve ser ignorado. Quando o som é alto, constante e vem acompanhado de pausas na respiração ou cansaço diurno, pode indicar distúrbios respiratórios sérios, como a apneia obstrutiva do sono. Entender o que está por trás desse fenômeno é essencial para preservar a saúde e garantir noites verdadeiramente restauradoras.
O que causa o ronco e por que ele surge
O ronco surge quando o ar tem dificuldade para passar pelas vias respiratórias, fazendo os tecidos vibrarem. Esse estreitamento pode reduzir a oxigenação durante o sono. O problema é mais comum com o avanço da idade, excesso de peso, consumo de álcool, uso de sedativos e doenças nasais, afetando especialmente homens acima dos 40 e mulheres após a menopausa.
Quando o ronco deixa de ser normal
O ronco eventual, após um dia cansativo ou uma noite de bebidas, não costuma causar grandes preocupações. Porém, quando o barulho se torna intenso, diário e vem acompanhado de sintomas como despertares noturnos, engasgos, sonolência excessiva durante o dia ou dor de cabeça matinal, é preciso atenção.
Esses sinais podem indicar apneia obstrutiva do sono, um distúrbio em que a respiração é interrompida várias vezes durante a noite. A condição reduz os níveis de oxigênio no sangue e sobrecarrega o coração, aumentando o risco de hipertensão, infarto, AVC e arritmias. Além disso, compromete a concentração, o humor e a produtividade, já que o descanso não é efetivo.
Diagnóstico: quando procurar ajuda médica
Ao perceber esses sintomas, o ideal é buscar um especialista em medicina do sono ou um otorrinolaringologista. O médico avaliará o histórico clínico, os hábitos de sono e poderá solicitar uma polissonografia — exame que monitora a respiração, o oxigênio, os batimentos cardíacos e os movimentos corporais durante a noite.
O diagnóstico precoce é fundamental. Muitas pessoas acreditam que o ronco é “normal” e convivem com ele por anos, sem saber que estão prejudicando a própria saúde cardiovascular e cerebral. Identificar a causa é o primeiro passo para o tratamento adequado.

Tratamentos e mudanças de hábito
As opções de tratamento variam conforme o tipo e a gravidade do caso. Quando o ronco está relacionado ao estilo de vida, pequenas mudanças podem trazer grande melhora: perder peso, evitar álcool antes de dormir, dormir de lado, elevar levemente a cabeceira da cama e tratar doenças nasais ou alérgicas são medidas simples e eficazes.
Nos casos moderados a graves, o médico pode recomendar aparelhos intraorais que mantêm a via aérea aberta ou o uso do CPAP — equipamento que fornece pressão positiva contínua e impede o colabamento das vias respiratórias. Em situações específicas, pode-se considerar cirurgia para corrigir desvio de septo, retirar amígdalas ou reduzir o palato.
Por que o ronco merece atenção
Além dos riscos cardiovasculares, o ronco afeta diretamente a qualidade de vida. O cansaço constante, as alterações de humor, a perda de memória e a irritabilidade são sintomas que impactam o cotidiano de forma silenciosa.
Quem dorme ao lado de alguém que ronca também sofre: estudos mostram que os parceiros perdem até uma hora de sono por noite. O problema, portanto, vai muito além da questão individual — é um tema de saúde pública, que interfere no bem-estar físico, mental e social.
Há prevenção?
Sim. Manter o peso ideal, evitar cigarro e álcool, praticar exercícios físicos regulares e cuidar da postura ao dormir são atitudes que reduzem o risco de roncar. Tratar doenças respiratórias crônicas também é essencial.
Outra dica é manter o ambiente do quarto adequado: livre de poeira, bem ventilado e com travesseiros que mantenham o pescoço alinhado à coluna. Dormir bem é um investimento em longevidade e equilíbrio corporal.
Conclusão
O ronco pode parecer apenas um detalhe incômodo da rotina noturna, mas é, muitas vezes, um aviso de que o corpo precisa de atenção. Quando acompanhado de pausas respiratórias, cansaço persistente ou outros sintomas, torna-se um indicativo de que algo está errado no sistema respiratório. Buscar diagnóstico e tratamento é fundamental para evitar complicações graves e melhorar a qualidade de vida.
Dormir em silêncio é mais do que uma questão de conforto — é um sinal de que o organismo respira bem, descansa de verdade e se prepara para o dia seguinte com energia e saúde renovadas.
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