A romã, uma das frutas mais antigas cultivadas pela humanidade, reúne simbolismos, tradições e descobertas científicas que atravessam séculos e culturas. Muito além do uso em rituais de Ano-Novo, ela foi considerada sagrada por civilizações antigas, associada à fertilidade e à longevidade. Hoje, é estudada por suas propriedades antioxidantes e benefícios à saúde. Sua estrutura formada por centenas de sementes e sua presença em lendas, textos religiosos, brasões e obras de arte reforçam seu caráter único. É uma fruta que conecta história, ciência e mitologia, permanecendo relevante e fascinante ao longo do tempo.
Origem milenar e simbolismo ancestral
A romã é originária da região que engloba Irã, Turquia e países do Cáucaso, onde já era cultivada há mais de 4 mil anos. Registros arqueológicos indicam que sua presença era comum em cerimônias religiosas e rituais dedicados a deuses ligados à fertilidade e abundância. Nas primeiras rotas comerciais do Mediterrâneo, tornou-se uma mercadoria valorizada, sendo transportada por fenícios, persas e egípcios. A fruta aparece mencionada em textos antigos, incluindo manuscritos hebraicos, registros gregos e documentos romanos, associada à ideia de renascimento e continuidade da vida.
Em diversas culturas, a romã foi considerada amuleto contra doenças e má sorte. Entre gregos e romanos, era comum colocá-la em casamentos como símbolo de união duradoura. Já no Oriente Médio, seu uso estava associado à proteção espiritual e ao fortalecimento da vitalidade. A força simbólica permanece evidente até hoje, especialmente no Brasil, onde guardar sementes de romã durante as festividades de Ano-Novo tornou-se um hábito popular.
A estrutura interna e a ciência por trás do fruto
Uma das características mais marcantes da romã é sua morfologia. Cada fruta pode conter entre 200 e 1.400 sementes, chamadas de arilos, envoltas por uma polpa translúcida de sabor agridoce. A ciência explica que essa estrutura garante proteção e eficiência reprodutiva, já que cada arilo é uma unidade capaz de germinar e formar uma nova planta. Essa abundância interna contribuiu para que a fruta fosse associada simbolicamente à fertilidade em diferentes culturas.
Pesquisas contemporâneas têm analisado seus compostos antioxidantes, especialmente punicalaginas e ácido elágico, substâncias que apresentam potencial para atuar na proteção celular. Estudos investigam os efeitos da romã na saúde cardiovascular, na redução de inflamações e no combate ao estresse oxidativo. Embora as conclusões dependam de análises contínuas, a comunidade científica reconhece que o perfil nutricional da fruta representa benefício relevante para dietas equilibradas.
A romã em textos religiosos e históricos
A presença da romã em escritos religiosos e históricos evidencia seu valor cultural. No judaísmo, é mencionada como símbolo das 613 leis da Torá, representadas metaforicamente pela quantidade de sementes. No cristianismo, surge em obras de arte renascentistas como representação de ressurreição e eternidade. Na mitologia grega, aparece no mito de Perséfone, em que o consumo de sementes explica os ciclos de estações do ano.
Em registros islâmicos, a fruta é citada como um dos alimentos abençoados, valorizada pela pureza e pelos benefícios que oferece. Essa diversidade de aparições prova que a romã ultrapassou o papel de alimento. Ela se tornou elemento simbólico de poder, justiça, abundância e continuidade da vida em contextos sociais e espirituais.

A presença da romã na arte e no cotidiano
Ao longo dos séculos, a romã foi representada em pinturas, esculturas, tapeçarias e joias. Artistas renascentistas a incluíram em quadros religiosos para reforçar temas ligados à vida eterna. Na arte otomana, o fruto simbolizava prosperidade e era usado na decoração de cerâmicas e tecidos. Em tapeçarias medievais europeias, aparecia como imagem de boa fortuna e estabilidade política.
No cotidiano moderno, a romã passou por adaptações culturais e gastronômicas. Aparece em saladas, sucos, sobremesas, molhos e pratos típicos do Oriente Médio. Em várias nações, é consumida durante festividades anuais como representação de renovação e esperança. A fruta ganhou destaque também na indústria cosmética, que utiliza seus extratos em produtos voltados à hidratação e à proteção da pele.
Curiosidades científicas e culturais pouco conhecidas
A romã possui peculiaridades que nem sempre são percebidas pelo grande público. Uma delas é sua classificação botânica: trata-se de uma fruta do tipo balaústia, um formato raro entre espécies cultivadas. Sua casca rígida e espessa é projetada naturalmente para resistir a impactos e manter a umidade interna, o que explica a longevidade da fruta após a colheita.
Outra curiosidade é o fato de que a romã integra escudos heráldicos de países e cidades, simbolizando força coletiva e unidade. Na Espanha, a cidade de Granada recebeu o nome inspirado na fruta, e sua imagem permanece presente em brasões oficiais. Além disso, estudos genéticos revelam que a romã atual preserva características semelhantes às variedades cultivadas há milhares de anos, tornando-se um exemplo de continuidade agrícola rara.
A romã e a saúde: um panorama contemporâneo
O interesse médico pela romã cresceu nas últimas décadas, impulsionado pela busca global por alimentos funcionais. Os antioxidantes presentes na fruta são objeto de pesquisas que avaliam seu papel potencial na prevenção de doenças cardiovasculares, regulação do colesterol e proteção do sistema imunológico. Embora muitas análises ainda estejam em estágio experimental, a romã se consolidou como um alimento associado a dietas saudáveis.
Além de vitaminas e minerais, os arilos são compostos por fibras solúveis que auxiliam no funcionamento intestinal e na sensação prolongada de saciedade. Consumidores valorizam também seu sabor equilibrado entre o doce e o ácido, o que permite combinações culinárias variadas. A versatilidade contribuiu para seu crescimento no mercado internacional, especialmente em produtos industrializados como chás, xaropes e sucos concentrados.

Conclusão
A romã permanece como uma das frutas mais simbólicas e estudadas do mundo, combinando história, ciência e cultura em uma única estrutura natural. Sua presença em civilizações antigas, tradições religiosas e obras artísticas demonstra a força de seu significado coletivo. Ao mesmo tempo, pesquisas atuais revelam benefícios nutricionais que reforçam sua importância na alimentação contemporânea. Esse conjunto de elementos faz da romã um fruto singular, capaz de conectar passado e presente de forma harmoniosa. Ao explorar suas curiosidades, compreendemos por que ela continua despertando interesse e admiração. Trata-se de um alimento que ultrapassa a função nutricional e se torna símbolo de renovação e conhecimento.
LEIA MAIS:Salada de frutas refrescante: a combinação perfeita entre sabor, leveza e vitalidade
LEIA MAIS:Descubra as frutas com mais carboidratos e seus benefícios




