Prepare-se para olhar para cima — bem para cima. A Arábia Saudita acaba de anunciar um projeto arquitetônico que parece saído de um roteiro de ficção científica, mas que está prestes a se tornar realidade: a Rise Tower, um colosso vertical de impressionantes 2.000 metros de altura, mais do que o dobro do atual prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, de Dubai.
O projeto faz parte do ambicioso programa Vision 2030, capitaneado pelo príncipe herdeiro Mohammad bin Salman, e promete redefinir não só o horizonte de Riad, mas o conceito de cidade vertical no século XXI.
A torre será a maior estrutura já construída pelo ser humano e servirá como símbolo da nova era saudita: tecnológica, turística e sustentável.
Mas por que a Arábia Saudita quer construir um arranha-céu que literalmente perfura as nuvens?
Quais os objetivos políticos, econômicos e urbanísticos por trás dessa obra bilionária?
E como esse gigante de 678 andares será possível do ponto de vista da engenharia?
Neste artigo, a gente te explica tudo, com detalhes, contexto e aquele toque de curiosidade que o Google Discover adora.
O que é a Rise Tower?
A Rise Tower será o novo arranha-céu mais alto do mundo, com 2 quilômetros de altura e 678 andares, projetada pela renomada empresa de arquitetura Foster + Partners, que também assina ícones como o novo Apple Park e a sede da Bloomberg em Londres. O edifício será construído no coração da capital saudita, Riad, como parte do Projeto Polo Norte, uma iniciativa local dentro do gigantesco plano Vision 2030.
Segundo informações do Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita, o projeto já entrou na fase final de pré-construção, com empresas internacionais sendo chamadas para enviar propostas de gerenciamento e execução. O custo estimado? Cerca de R$ 28 bilhões — e contando.
Mais alto que tudo: a comparação com outras megaestruturas
Para se ter uma ideia do tamanho dessa ousadia:
- Burj Khalifa (Dubai): 828 metros
- Torre de Xangai (China): 632 metros
- Torre Jeddah (Arábia Saudita, em construção): 1.000 metros
- Rise Tower (Riad): 2.000 metros
É literalmente mais alto que duas Torres Eiffel empilhadas sobre o Empire State. Se o Burj Khalifa já impressiona, imagine dobrar essa experiência — tanto em altura quanto em complexidade.
Por que a Arábia Saudita quer um prédio de 2 km?
A Rise Tower não é apenas uma obsessão por altura. Ela é o símbolo de uma transformação geopolítica e econômica. A Arábia Saudita, país historicamente dependente do petróleo, está em plena reestruturação de sua economia. Com o Vision 2030, o reino quer se tornar um centro global de turismo, negócios e tecnologia, abrindo suas portas para o mundo e, ao mesmo tempo, atraindo investimentos bilionários.
A torre será uma espécie de cartão de visita futurista, representando:
- Modernização da imagem do país
- Autossuficiência urbana com sustentabilidade
- Destino turístico e de luxo
- Centro de inovação e entretenimento
O que terá dentro da Rise Tower?
A Rise Tower será praticamente uma cidade vertical, com estruturas mistas para negócios e lazer. Entre os destaques:
- Hotéis de altíssimo padrão
- Restaurantes panorâmicos com vistas surreais
- Centros de entretenimento e cultura
- Espaços para escritórios premium
- Shopping centers de luxo
- Residências de altíssimo padrão
- Mirantes turísticos
A torre também contará com sistemas de transporte interno ultrarrápidos, elevadores inteligentes e tecnologias sustentáveis de reaproveitamento de água, energia solar e climatização ecológica.
Desafios da engenharia: é possível construir isso?
Sim, mas não é simples. Construir um prédio de 2 km de altura envolve desafios técnicos colossais:
- Pressão atmosférica: quanto mais alto, mais rarefeito o ar. As diferenças de pressão exigem tecnologias especiais de climatização e segurança.
- Velocidade dos ventos: em grandes altitudes, ventos fortíssimos exigem estruturas flexíveis e sistemas de estabilização, como amortecedores sísmicos e aerodinâmicos.
- Elevadores: convencionais não funcionam bem em distâncias tão grandes. Serão usados sistemas magnéticos de alta velocidade.
- Fundação: a base da torre precisará ser monstruosa, capaz de suportar o peso de uma estrutura com mais de 2 mil metros.
- Evacuação e segurança: em caso de emergência, o plano de evacuação deve ser dividido por seções verticais, com áreas seguras e rotas de fuga especiais.
A Rise Tower é sustentável ou só ostentação?
Boa pergunta. Embora a construção de um prédio desse porte cause um impacto ambiental inevitável, o projeto da Rise Tower inclui soluções verdes para mitigar danos e estabelecer um novo padrão em sustentabilidade urbana:
- Energia renovável integrada à estrutura
- Sistemas inteligentes de economia de água e energia
- Jardins verticais e espaços verdes internos
- Materiais recicláveis e técnicas de construção sustentável
- Reuso de águas cinzas para irrigação e climatização
A proposta da Arábia Saudita é que a torre seja um exemplo de urbanismo do futuro, mostrando que é possível crescer verticalmente sem ignorar as exigências ambientais do planeta.
Rise Tower é só o começo: os outros projetos do Vision 2030
O arranha-céu de 2 km é apenas uma das peças do tabuleiro audacioso montado por Mohammad bin Salman. Outros projetos megalomaníacos em andamento incluem:
- NEOM: uma cidade futurista de R$ 2,8 trilhões, que terá uma linha urbana chamada THE LINE, com 170 km de extensão, sem estradas, movida por IA e com emissão zero de carbono.
- Resort de esqui no deserto: sim, você leu certo. O Trojena, complexo de esqui de luxo no meio do deserto, com previsão de receber os Jogos Asiáticos de Inverno em 2029.
- Aeroporto Rei Salman: planejado para ser um dos maiores aeroportos do mundo, com capacidade para 185 milhões de passageiros por ano.
Tudo isso indica que a Arábia Saudita não está apenas apostando alto — está redefinindo o que significa planejar uma nação no século XXI.
O que dizem os críticos?
Nem todo mundo está empolgado com a ideia de uma torre que “fura o céu”. Críticos apontam:
- Custos altíssimos em meio a desigualdades sociais
- Impacto ambiental
- Possível subutilização
- Motivações políticas e de marketing de imagem
Ainda assim, para defensores do projeto, a Rise Tower é uma afirmação de liderança regional, um impulso para o turismo e um marco histórico da arquitetura humana.
Conclusão: a torre que quer tocar o futuro
A Rise Tower é mais do que um arranha-céu: é um símbolo da nova era saudita, uma tentativa ousada de projetar poder, modernidade e inovação. Seja vista como um delírio arquitetônico ou uma maravilha da engenharia, o fato é que o mundo estará de olhos voltados para Riad.
Enquanto isso, nos resta observar, com o pescoço inclinado e a curiosidade aguçada, até onde vai a ambição — e a capacidade — do ser humano de literalmente chegar às nuvens.