Novo relatório da OCDE destaca avanços do Paraná nos objetivos sustentáveis

A Superintendência-Geral de Desenvolvimento Econômico e Social (SGDES) concluiu, na sexta-feira (13), uma série de três encontros com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

As reuniões visam à elaboração de um novo relatório sobre o desempenho do Paraná em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O documento será entregue ao Governo do Estado em novembro e abordará, principalmente, a articulação entre os setores público e privado.

Cerca de 150 participantes estiveram na última reunião, realizada em formato virtual, com a presença de especialistas da OCDE. Durante dois dias, foram conduzidas entrevistas com representantes da chamada quádrupla hélice: setor público, setor privado, sociedade civil e instituições acadêmicas.

Entre os pontos destacados, os participantes mencionaram o conhecimento prévio sobre os ODS e práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança), mas reforçaram a necessidade de fortalecer a colaboração entre os diferentes setores para viabilizar ações mais eficazes. Também foi ressaltada a importância de aprimorar estratégias que incentivem parcerias público-privadas com foco no desenvolvimento sustentável.

A superintendente-geral Keli Guimarães afirmou que, desde 2019, a OCDE tem feito recomendações para o Estado, que busca adaptá-las à sua realidade. Ela enfatizou que a construção de políticas públicas deve considerar a contribuição de todos os setores.

A entrega do relatório está prevista para novembro, pouco antes da COP30, com orientações sobre como integrar os ODS às práticas ESG e enfrentar temas como mudanças climáticas, erradicação da pobreza e inclusão social.

O Paraná já incorporou os ODS no Plano Plurianual 2024–2027, aprovado em 2023 pela Assembleia Legislativa. Segundo Keli, as ações das secretarias e municípios foram organizadas em torno dos objetivos da agenda, permitindo o monitoramento dos indicadores por meio de um painel de dados. A intenção do Estado é apresentar à ONU seu primeiro relatório voluntário, reunindo informações sociais, financeiras e de governança.

LER >>>  Julho Dourado alerta tutores sobre cuidados com os pets

O coordenador de Projetos Internacionais da SGDES, Filipe Braga Farhat, explicou que a OCDE priorizou ouvir todos os setores envolvidos para avaliar o nível de diálogo e participação com o governo. Segundo ele, o principal desafio é ampliar o engajamento em municípios menores e em pequenas empresas, que muitas vezes enfrentam limitações estruturais e orçamentárias.

Esta é a terceira cooperação firmada entre o Paraná e a OCDE. O Estado é o único do Brasil a manter esse tipo de parceria contínua com o órgão internacional. O foco atual é avaliar como os ODS podem apoiar a formação de parcerias sustentáveis entre setores e fomentar boas práticas de ESG.

Durante o encontro, Stefano Marta, chefe da unidade de Cidades Inteligentes e Sustentáveis da OCDE, elogiou o comprometimento do Paraná com a Agenda 2030.

Segundo ele, o Estado tem contribuído não apenas com dados e resultados, mas também com experiências que servem de referência para outras regiões. Ele destacou o Selo Clima Paraná, iniciativa que reconhece práticas de ESG e acompanha medidas de mitigação de gases de efeito estufa.

Outro ponto de destaque foi o papel dos bancos de desenvolvimento, como a Fomento Paraná, no apoio a projetos liderados por mulheres, alinhados ao ODS 5 (igualdade de gênero). O alinhamento entre planejamento orçamentário e os objetivos da agenda foi citado como um bom exemplo de aplicação da abordagem territorial promovida pela OCDE.

Desde 2019, o Paraná integra o Programa da OCDE ao lado de nove outras regiões e cidades ao redor do mundo. Todos os municípios do Estado possuem algum nível de engajamento com os ODS, o que posiciona o Paraná como um dos principais exemplos no cenário internacional de implementação local da Agenda 2030.

A Superintendência-Geral de Desenvolvimento Econômico e Social (SGDES) concluiu, na sexta-feira (13), uma série de três encontros com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Foto: Felipe Henschel/AEN

Leia também:

LER >>>  CCJ aprova projeto para tratamento de crianças com doenças no coração