Rede de cidades pré-hispânicas da antiguidade são descobertas por exploradores na Amazônia

Uma equipe internacional de arqueólogos fez uma descoberta transformadora no Vale Upano, situado na região amazônica do Equador. Utilizando a avançada tecnologia LiDAR, os pesquisadores revelaram sob a densa cobertura florestal uma ampla rede de cidades pré-hispânicas, com mais de 2500 anos, que possuem estruturas urbanas complexas, incluindo estradas, praças e plataformas monumentais. Este achado desafia a concepção tradicional de uma Amazônia selvagem e intocada, apontando para uma história de intensa atividade humana e sofisticação.

A utilização do LiDAR, que significa detecção e alcance de luz, permitiu aos arqueólogos penetrar a copa das árvores amazônicas e mapear detalhadamente as estruturas ocultas por séculos. Esta técnica de sensoriamento remoto envia pulsos de luz laser para a superfície terrestre, permitindo a criação de mapas de alta resolução do solo abaixo da vegetação densa. O uso inovador do LiDAR nesta pesquisa proporcionou insights sem precedentes sobre a organização e a escala das cidades pré-hispânicas.

As cidades descobertas caracterizam-se por uma organização urbana notável, com estradas retas e largas interligando assentamentos separados por até 10 km. Além disso, os pesquisadores identificaram grandes praças e grupos de plataformas monumentais, sugerindo locais de importância social, política e religiosa. Áreas dedicadas à agricultura, incluindo campos de drenagem e terraços, indicam um sistema avançado de manejo do solo, característico de um “urbanismo de jardim”.

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A estrutura planejada das cidades e das vias de comunicação evidencia uma compreensão avançada de engenharia e planejamento urbano. A existência de estradas bem definidas, conectando assentamentos e locais cruciais para a subsistência, ressalta a capacidade dessas sociedades antigas de modificar significativamente a paisagem ao seu redor para atender às suas necessidades e objetivos.

Este estudo revoluciona a compreensão da Amazônia pré-colombiana, apresentando-a não como uma vasta selva virgem, mas como uma região dinâmica e habitada por comunidades engajadas em complexas interações sociais e com o ambiente. A descoberta destas cidades pré-hispânicas fornece evidências concretas da capacidade humana de adaptar e prosperar em um dos ecossistemas mais desafiadores do planeta.

A descoberta das cidades pré-hispânicas no Vale Upano não apenas redefine a história da ocupação humana na Amazônia mas também destaca a sofisticação e a resiliência das sociedades antigas. Ao desvendar esses assentamentos antigos, os arqueólogos não apenas preenchem uma lacuna significativa no conhecimento histórico mas também lembram a importância de preservar a Amazônia.

Este ecossistema, que há milênios serve de lar para civilizações complexas, enfrenta hoje desafios sem precedentes que ameaçam seu futuro e o legado de seus povos ancestrais. Através destas revelações, somos convidados a reconsiderar a relação entre humanidade e natureza, percebendo a Amazônia não como uma fronteira selvagem, mas como um mosaico de interações humanas e ambientais ao longo de milhares de anos.