Heloisa L 16 3

Quibe tradicional: o sabor do Oriente Médio que conquistou o coração dos brasileiros

Entre em nosso grupo de notícias no WhatsApp

Poucas receitas conseguem atravessar fronteiras culturais com tanto sucesso quanto o quibe, uma iguaria originária do Oriente Médio que encontrou no Brasil um novo lar — e muitos fãs. O prato, cujo nome vem da palavra árabe kibbeh (que significa “bola” ou “esfera”), é símbolo da culinária árabe e está presente em festas, restaurantes e almoços de família.

No Brasil, o quibe foi trazido pelos imigrantes sírios e libaneses no final do século XIX e rapidamente se adaptou ao gosto nacional. A combinação de trigo para quibe, carne moída e ervas frescas, temperada com especiarias marcantes, resultou em um prato versátil e delicioso. Pode ser servido cru (kibe nayeh), frito, assado ou até recheado com queijo e requeijão, conquistando paladares de todas as idades.

Além de ser saboroso, o quibe é uma receita que carrega história, cultura e afetividade. Em muitas famílias de origem árabe, seu preparo é quase um ritual: a mistura dos ingredientes é feita com as mãos, respeitando a tradição e a textura ideal. Cada detalhe importa — o ponto da carne, a hidratação do trigo, o toque de hortelã e o equilíbrio dos temperos.

A seguir, apresentamos a receita clássica do quibe frito tradicional, com orientações detalhadas para obter o equilíbrio perfeito entre crocância e maciez, além de dicas que garantem o sabor autêntico dessa iguaria ancestral.

🧂 Ingredientes

Para o quibe:

  • 500 g de carne bovina moída (preferencialmente patinho ou coxão mole, bem magro)
  • 1 xícara (chá) de trigo para quibe
  • 1 cebola média bem picada ou ralada
  • 2 dentes de alho amassados
  • 2 colheres (sopa) de hortelã fresca picada
  • ½ xícara (chá) de cheiro-verde picado (salsa e cebolinha)
  • Sal a gosto
  • Pimenta-síria (ou pimenta-do-reino) a gosto
  • 1 colher (chá) de cominho (opcional)
  • ½ colher (chá) de canela em pó (tradicional nas receitas árabes)
  • Água suficiente para hidratar o trigo (aproximadamente 2 xícaras)

Para fritar:

  • Óleo vegetal em quantidade suficiente para cobrir os quibes (aproximadamente 500 ml)

💡 Dica: se desejar uma versão mais leve, você pode assar os quibes em forno preaquecido a 200 °C, pincelados com azeite, até ficarem dourados.

🍳 Modo de preparo

1. Hidratação do trigo

O primeiro passo é preparar o trigo. Coloque o trigo para quibe em uma tigela grande e cubra com água fria. Deixe de molho por cerca de 30 minutos, até que os grãos absorvam a água e fiquem macios.

Após esse tempo, escorra toda a água usando uma peneira ou pano limpo, pressionando bem para retirar o excesso de líquido. Esse processo é essencial: se o trigo estiver muito úmido, o quibe ficará mole e pode se desmanchar durante a fritura.

2. Preparando a massa

Com o trigo já hidratado e escorrido, transfira-o para uma tigela grande. Adicione a carne moída, a cebola ralada, o alho, o cheiro-verde, a hortelã e os temperos — sal, pimenta-síria, cominho e canela.

Agora vem o segredo: misture tudo com as mãos, apertando bem a massa para que o trigo e a carne se unam completamente. A textura ideal é uniforme, úmida, mas firme o suficiente para modelar.

O contato das mãos com a massa é importante não apenas por tradição, mas também por técnica — o calor das mãos ajuda a incorporar os temperos e a dar liga natural à mistura, sem necessidade de ovos ou farinha.

Prove um pedacinho cru (como fazem os árabes, tradicionalmente) para ajustar o sal e os temperos, se desejar.

3. Modelando os quibes

Com a massa pronta, umedeça levemente as mãos com água fria e comece a modelar os quibes. Pegue pequenas porções e enrole como se fossem bolinhos alongados, com as pontas levemente afinadas.

O tamanho ideal é de cerca de 7 a 8 centímetros de comprimento, mas isso pode variar conforme o gosto. O importante é manter o formato simétrico para que fritem por igual.

Se quiser inovar, você pode rechear o quibe com queijo muçarela, requeijão cremoso, coalhada seca ou até carne refogada com nozes — uma versão muito apreciada na culinária árabe.

Após modelar todos, disponha-os em uma travessa e leve à geladeira por cerca de 20 minutos. Esse pequeno resfriamento ajuda a firmar a massa e evita que os quibes se abram ao fritar.

4. Fritando o quibe

Aqueça o óleo em uma panela funda, em fogo médio-alto, até atingir temperatura de cerca de 170 °C (você pode testar colocando um pedacinho da massa: se borbulhar e subir rapidamente, está no ponto).

Com cuidado, coloque os quibes aos poucos — nunca todos de uma vez, para não baixar a temperatura do óleo. Frite de 3 a 4 minutos de cada lado, até que fiquem bem dourados e crocantes.

Retire com uma escumadeira e coloque sobre papel-toalha para absorver o excesso de gordura.

💡 Dica do chef: se o óleo estiver muito quente, o quibe pode dourar por fora e ficar cru por dentro; se estiver frio, ele pode encharcar. O segredo está no equilíbrio da temperatura.

5. Servindo o quibe

Sirva os quibes ainda quentes, acompanhados de coalhada seca, limão, salada de folhas, tabule ou pão sírio.

Eles também podem ser servidos frios, em lanches ou até cortados em fatias finas, dentro de sanduíches. No dia seguinte, ficam ainda mais saborosos, pois os temperos continuam se apurando.

Quibe tradicional: o sabor do Oriente Médio que conquistou o coração dos brasileiros

🥙 Conclusão

O quibe tradicional é mais do que uma receita — é uma herança cultural que atravessou gerações e fronteiras, conquistando seu espaço nas mesas brasileiras. Ele combina a leveza do trigo, o sabor marcante da carne e o frescor das ervas, resultando em uma harmonia perfeita de aromas e texturas.

Seu preparo, embora simples, envolve cuidado e técnica. Desde a hidratação correta do trigo até o ponto ideal da fritura, cada etapa faz diferença no resultado final. O aroma da hortelã, a crocância da casca e a maciez interna fazem do quibe um prato completo, nutritivo e repleto de identidade.

Ao saboreá-lo, é impossível não perceber a mistura de culturas que define o Brasil. O quibe é símbolo dessa fusão — um toque do Oriente que se tornou parte da nossa própria culinária afetiva. É presença garantida em festas, almoços de família e mesas de boteco, provando que tradição e simplicidade podem, sim, andar de mãos dadas com sabor e emoção.

LEIA MAIS:Tábua de Frios Perfeita: segredos para montar uma apresentação de dar água na boca

LEIA MAIS:Salgadinho assado de grão-de-bico

LEIA MAIS:5 receitas com legumes cozidos que você precisa experimentar

Rolar para cima
Copyright © Todos os direitos reservados.