O Ministério da Saúde comprou 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica Takeda, com previsão de distribuição para 2025. Porém, a boa notícia vem com algumas limitações: a vacina, que tem um papel importante na prevenção da doença, não está disponível para toda a população no Sistema Único de Saúde (SUS).
Ela está sendo oferecida de forma gratuita apenas para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, uma faixa etária que concentra boa parte das hospitalizações devido à dengue, atrás apenas dos idosos. A vacina, no entanto, não foi liberada para pessoas com mais de 60 anos, já que a Anvisa não aprovou testes para essa faixa etária.
Mesmo com a restrição no SUS, a Qdenga pode ser aplicada em pessoas de 4 a 59 anos, e quem estiver dentro dessa faixa etária pode recorrer ao setor privado para garantir a imunização. No entanto, o valor das doses nas farmácias e laboratórios é salgado, variando entre R$ 350 e R$ 500, e a disponibilidade é limitada, já que o foco é atender a população via SUS.
A Qdenga é administrada em duas doses, com um intervalo de três meses entre as aplicações. O imunizante tem eficácia tanto para quem já foi infectado pela dengue quanto para quem nunca teve a doença. No entanto, ele não é indicado para pessoas com alergias a algum dos componentes, para gestantes, lactantes, ou pessoas com o sistema imunológico comprometido.
É importante destacar que a vacina, embora seja uma ferramenta essencial no combate à dengue, não é a principal medida de prevenção. A forma mais eficaz de controlar a doença continua sendo eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Pequenos gestos diários, como evitar água parada em qualquer recipiente, tampar caixas d’água, limpar bebedouros e furar pneus velhos, fazem toda a diferença. É fundamental que a população mantenha o ambiente livre de focos do mosquito, já que a eliminação de criadouros é a chave para reduzir a propagação da doença.