O futuro do nosso planeta, embora ainda distante, já começa a ser delineado com a ajuda da tecnologia e da ciência climática. A pergunta que intriga pesquisadores e o público em geral é: quando a vida na Terra chegará ao fim? A resposta, como mostram os estudos mais recentes, depende tanto da ação humana quanto de eventos inevitáveis que ocorrerão ao longo de bilhões de anos.
Mudanças climáticas como aviso do que está por vir
O impacto das mudanças climáticas que já sentimos hoje serve como uma amostra do que a Terra poderá enfrentar nos próximos milênios. Se o atual ritmo de destruição ambiental continuar, o colapso ecológico poderá se antecipar em relação às previsões científicas. Ainda assim, mesmo sem interferência humana, o planeta tem um prazo natural de validade.
Pesquisadores utilizaram supercomputadores para desenvolver projeções climáticas que cobrem um período de 250 milhões de anos à frente. Os resultados, publicados na revista Nature Geoscience, sugerem que o planeta será cada vez mais hostil à vida. As temperaturas podem ultrapassar os 70 °C em certas regiões, agravadas por níveis crescentes de dióxido de carbono – o dobro do que temos hoje – e por uma emissão solar mais intensa.
Essa combinação criará um ambiente com calor extremo e umidade elevada, dois fatores que dificultam a sobrevivência de organismos complexos. A Terra, nesse cenário, se tornaria praticamente inabitável.
A queda do oxigênio
Com o aumento da luminosidade solar, um efeito colateral será a drástica redução do CO₂ atmosférico. Sem esse gás, as plantas não conseguirão mais realizar a fotossíntese, o que comprometerá toda a cadeia de produção de oxigênio. O planeta voltaria a um estado semelhante ao de 2,5 bilhões de anos atrás, antes do chamado Grande Evento de Oxidação, quando a Terra era dominada por formas de vida anaeróbicas.
Quem sobreviverá?
Mesmo nesse ambiente hostil, algumas bactérias arcaicas – que não dependem de oxigênio – podem resistir por mais tempo. Elas vivem hoje em ambientes extremos e seriam as últimas representantes da vida no planeta antes do ato final.
O fim definitivo
Se a vida microbiana conseguir resistir por bilhões de anos, um obstáculo final será intransponível: a morte do Sol. De acordo com as previsões científicas, dentro de 5 a 7 bilhões de anos a nossa estrela passará por um processo de expansão e colapso, transformando-se numa gigante vermelha. Esse processo engolirá os planetas mais próximos, incluindo a Terra, encerrando qualquer possibilidade de vida como conhecemos.
Em resumo, a Terra deixará de ser um lar para a vida muito antes de ser destruída fisicamente. Mas enquanto esse destino ainda está a bilhões de anos no futuro, os sinais de alerta já batem à porta — e exigem atenção imediata.
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