Proteja-se da fumaça das queimadas: saiba como reduzir os riscos à saúde

Com a intensificação das queimadas em diversas regiões do Brasil, a fumaça resultante desses incêndios florestais tem se tornado uma ameaça crescente à saúde pública. Além dos esforços de combate ao fogo, é crucial que a população esteja bem informada sobre como minimizar os riscos à saúde causados pela exposição prolongada aos poluentes atmosféricos.

O Ministério da Saúde, atento a essa situação, oferece orientações fundamentais para que as pessoas possam se proteger de forma eficaz, reduzindo os impactos nocivos da fumaça e da poluição do ar.

A fumaça proveniente das queimadas é composta por uma mistura de gases e partículas, que incluem monóxido de carbono, dióxido de carbono, metano e diversas substâncias químicas tóxicas. A inalação desses poluentes pode causar uma série de problemas de saúde, desde irritações nas vias respiratórias até complicações mais graves, como doenças respiratórias crônicas, infecções pulmonares, exacerbação de problemas cardíacos e, em casos extremos, pode levar à morte.

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Os grupos mais vulneráveis aos efeitos da fumaça incluem crianças menores de cinco anos, idosos com mais de 60 anos, gestantes e pessoas com condições de saúde pré-existentes, como doenças respiratórias e cardíacas. Para essas populações, o risco de complicações é maior, tornando essencial a adoção de medidas preventivas para evitar a exposição à poluição do ar.

Recomendações para proteção contra a fumaça das queimadas

O Ministério da Saúde recomenda uma série de medidas para proteger a população dos efeitos nocivos da fumaça das queimadas:

1. Aumentar a ingestão de líquidos

Manter o corpo hidratado é fundamental para ajudar a manter as membranas respiratórias úmidas, reduzindo assim a irritação causada pela fumaça. A ingestão de água e outros líquidos em abundância é uma medida simples, mas eficaz, para proteger as vias respiratórias.

2. Reduzir o tempo de exposição

Sempre que possível, deve-se evitar a exposição prolongada à fumaça e aos poluentes do ar. Manter-se em ambientes fechados, especialmente em horários de pico de concentração de partículas, é uma forma eficaz de minimizar os riscos. Se estiver dentro de casa, é recomendável usar ventiladores, purificadores de ar ou ar condicionado para melhorar a qualidade do ar interno.

3. Fechar portas e janelas

Durante os períodos em que a concentração de poluentes é mais alta, manter portas e janelas fechadas pode ajudar a reduzir a entrada de fumaça em ambientes internos. Essa prática é particularmente importante durante os horários de maior incidência de partículas, geralmente entre o meio-dia e as 16h.

4. Evitar atividades físicas ao ar livre

As atividades físicas aumentam a taxa de respiração e, consequentemente, a quantidade de poluentes inalados. Portanto, é aconselhável evitar exercícios ao ar livre durante períodos de alta concentração de poluentes, especialmente entre o meio-dia e as 16h, quando as concentrações de ozônio são mais intensas.

5. Uso de máscaras de proteção

O uso de máscaras pode ser uma medida adicional para reduzir a exposição à fumaça. Máscaras simples, como cirúrgicas, de pano, lenços ou bandanas, podem ajudar a diminuir a inalação de partículas grossas e reduzir o desconforto nas vias aéreas superiores. Para uma proteção mais eficaz contra partículas finas, recomenda-se o uso de máscaras respiratórias do tipo N95, PFF2 ou P100.

As orientações do Ministério da Saúde enfatizam que as recomendações devem ser seguidas por toda a população, mas a atenção deve ser redobrada para grupos mais vulneráveis, como crianças menores de cinco anos, idosos acima de 60 anos e gestantes. Estes grupos são mais suscetíveis aos efeitos adversos da fumaça e requerem cuidados especiais.

1. Crianças e idosos

As crianças, especialmente as menores de cinco anos, têm sistemas respiratórios em desenvolvimento e são mais propensas a sofrer complicações devido à inalação de poluentes. Já os idosos podem ter sistemas imunológicos mais fracos e são mais propensos a sofrer de doenças respiratórias e cardiovasculares, tornando-os mais vulneráveis aos efeitos da fumaça.

2. Gestantes

Para as gestantes, a exposição à fumaça pode trazer riscos tanto para a mãe quanto para o feto, incluindo problemas de desenvolvimento e complicações na gestação. É essencial que gestantes evitem ao máximo a exposição a ambientes poluídos e sigam todas as recomendações de proteção.

Ao sinal de sintomas respiratórios, como tosse persistente, dificuldade para respirar, chiado no peito ou qualquer outro problema de saúde, é crucial buscar atendimento médico imediato. Pessoas com condições crônicas, como asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), problemas cardíacos, imunológicos, entre outros, devem atualizar seus planos de tratamento com seus médicos, garantir que todos os medicamentos necessários estejam disponíveis e saber como proceder em caso de crises agudas.

Além disso, pode ser necessário avaliar a possibilidade de sair temporariamente das áreas mais afetadas pela fumaça, especialmente se a exposição prolongada for inevitável e os sintomas não melhorarem.

Sob a coordenação do Ministério da Saúde, o monitoramento das áreas afetadas pelas queimadas é uma das principais atividades da Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar (VIGIAR) e da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde. Este monitoramento permite que as autoridades acompanhem de perto as condições atmosféricas e a qualidade do ar, fornecendo informações essenciais para a adoção de medidas de proteção.

Os dados coletados são compilados semanalmente e enviados aos estados e ao Distrito Federal no Informe Queimadas. Este relatório contém orientações para evitar a exposição da população às condições adversas resultantes das queimadas, ajudando a prevenir problemas de saúde e a proteger as comunidades mais vulneráveis.